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Presidente da Fibra publica nota de apoio ao Governo de Brasília

foto jamal glaucya braga site

É bastante acertada e corajosa a decisão do Governo de Brasília, anunciada na última sexta-feira (14/10) pelo governador Rodrigo Rollemberg, de conter o processo de deterioração fiscal, ao não conceder o reajuste salarial para algumas categorias de servidores públicos. As despesas de pessoal realizadas pelo governo consomem inaceitáveis 77% de todas as receitas da administração pública local. Não há mais espaço para ampliar o custo com a folha de pagamento do funcionalismo, beneficiando apenas 7% da população, em detrimento de todo o restante. Somente acreditamos em políticas de governo voltadas para todo o conjunto da sociedade.

O menor dinamismo da economia brasileira impactou a todos: população, setores privado e público. A classe trabalhadora amarga índices de desemprego ainda não vistos na história deste País. Somente no DF, a taxa de desemprego alcançou a casa dos 18,5%. Dos 1,3 milhão que compõem a População Economicamente Ativa (PEA) local, quase 300 mil estão à procura de emprego na capital federal.

Os trabalhadores do setor privado também não obtiveram aumento em seus contracheques. Os segmentos que compõem a indústria brasiliense tiveram índices de correção bem menores que a inflação, sem ganho real nos salários, e, em alguns casos, ainda de forma parcelada. As negociações foram realizadas entre trabalhadores e empregados com vistas à manutenção do emprego.

O setor privado, por sua vez, tem dado enorme contribuição, aceitando, inclusive, o pagamento parcial das dívidas herdadas. Enquanto se discute reajuste salarial, empresários ainda permanecem na fila para receber os valores de serviços já realizados e produtos entregues, referentes ao ano de 2014, contraídas no antigo governo.

Além disso, levando em consideração o desembolso de 20% com a manutenção da máquina pública, e 1% para pagar dívidas com a união, sobram, apenas, cerca de 2% para investimentos. O percentual é ínfimo, já que o Estado não pode abstrair-se do seu papel fundamental, que é a prestação de serviços públicos à sociedade, frutos da arrecadação de pesados impostos pagos pela população e pelo setor empresarial.

Sem orçamento para investimento, aliás, é inviável a criação de políticas públicas que fomentem o setor produtivo local, com vistas à geração de riqueza, emprego e renda pelas empresas brasilienses, capazes de aliviar a máquina pública e de promover o desenvolvimento local.

Diante deste cenário, o (re)ajuste que necessitamos, no momento, é das contas públicas. Assim, o sacrifício é de todos, vislumbrando o bem maior: a melhora no ambiente socioeconômico da nossa cidade, a sobrevivência das empresas e a saúde financeira dos brasilienses.

Acreditamos que a decisão do governador cria uma oportunidade ímpar para que a sociedade brasiliense discuta, abertamente, como e de que maneira o Governo de Brasília deve aplicar seus recursos para atender a todos e não apenas a alguns segmentos.

Jamal Jorge Bittar
Presidente do Sistema Fibra