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Fibra integra comitiva empresarial na China

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Abrir o enorme mercado chinês a produtos brasileiros de mais sofisticação técnica, portanto, de maior preço, é o principal objetivo da delegação de 309 empresários que acompanha, a partir de hoje, a comitiva da presidente Dilma Rousseff na viagem à China. A missão é coordenada pela CNI e tem no presidente da Fibra, Antonio Rocha, o único representante do Distrito Federal. Para Rocha, essa é mais uma oportunidade de apresentar as potencialidades de Brasília para o mundo. “A visita de Obama em nossa capital federal será nosso maior cartão de visitas”, avalia Rocha.

Ainda nesta segunda-feira (11), o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, abre reunião somente de empresários e técnicos governamentais brasileiros, com o objetivo de alinhar as posições a serem levadas ao seminário que será realizado na terça-feira (12), denominado Brasil-China: Para Além da Complementaridade. Haverá, paralelamente, uma rodada de negócios, coordenada pelo Itamaraty. Os temas da sessão matinal incluem a ampliação do comércio bilateral, os desafios para maiores investimentos nos dois países, parcerias na exploração do petróleo brasileiro da camada do pré-sal, as dimensões do agronegócio. Para o presidente da CNI, o aumento significativo do comércio bilateral, que saltou de US$ 2,3 bilhões em 2000 para US$ 56, 3 bilhões no ano passado, crescimento de quase 2.500% em dez anos, implica na diversificação da pauta de exportações brasileiras. Na sua opinião, o Brasil, que tem uma indústria diversificada e produz itens de alta tecnologia, não pode se concentrar nas vendas de commodities à China, como soja e minério de ferro.

“O Brasil precisa elevar sua competitividade e a ascensão da China atribui a este desafio um irrevogável sentido de urgência”, assinalou Andrade, em encontro da missão empresarial brasileira que participa da viagem da presidente Dilma Rousseff à China. Segundo o presidente da CNI, a globalização e o aprofundamento da concorrência exigem do governo “disposição e vontade política “ para reduzir com rapidez os custos tributários, logísticos, salariais, cambiais, de infraestrutura, de oferta de energia e crédito. “O Brasil é uma economia de custos elevados em áreas nevrálgicas para o setor produtivo. Nossos custos são incompatíveis com a realidade do mercado internacional”, enfatizou.

Receita - A receita sugerida por Andrade para elevar os negócios bilaterais inclui outras ações: a) executar estratégias para superar as barreiras tarifárias e não tarifárias chinesas a produtos brasileiros de maior elaboração técnica; b) melhorar, com pesquisa, inovação e logística, o fornecimento de commodities à China; c) aprofundar a integração na cadeia de suprimento chinês, como já fazem várias empresas brasileiras com investimentos na China; d) desenvolver novos setores e produtos, seja na exploração da biodiversidade ou na energia renovável; e) aumentar a capacidade de atrair maiores investimentos diretos chineses; f) reforçar o sistema brasileiro de defesa comercial. 

De acordo com o presidente da CNI, a crescente importância da China na economia mundial e seu papel de sustentação de preços de produtos agrícolas, minérios e combustíveis obrigam o Brasil, que já tem nos chineses seu maior parceiro comercial, a estreitar as relações bilaterais. “A China é uma fonte inesgotável de oportunidades e desafios. Esta é a realidade. Seu protagonismo na economia mundial reafirma que o Brasil não pode prescindir de aprofundar as relações econômicas bilaterais e nem se omitir no desenvolvimento de uma estratégia que aproveite melhor as oportunidades comerciais e de desenvolvimento que se apresentam”, declarou Andrade.