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Publicado: Quarta, 26 Outubro 2011 01:00

São Paulo - Começou hoje e segue até  amanhã a sexta edição do Encontro Nacional da Indústria (Enai). O evento reúne empresários e líderes de entidades de representação da indústria, dos seus diversos setores e de todos os estados do Brasil, com o objetivo de refletir e discutir alternativas para o fortalecimento da indústria nacional e a criação de novas fontes de dinamismo econômico no País.

Uma comitiva de diretores da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) e representantes de sindicatos do DF estão participando, até amanhã, dos debates e das palestras. “Trata-se de uma excelente oportunidade de ouvirmos pessoas do governo e grandes empresários de vários setores. Aqui podemos nos atualizar, nos alinharmos com os trabalhos da CNI, aprofundando em alguns assuntos dos quais temos conhecimento, mas de forma não tão detalhada”, avalia o diretor-secretário da Fibra, Marcio Franca.

Nessa edição do Encontro o tema central é o fortalecimento da competitividade da indústria brasileira. Por meio de palestras, debates e sessões plenárias serão abordadas as grandes questões nacionais no contexto econômico, social e político, que influenciam a competitividade da indústria e a inserção do Brasil no mercado globalizado. Nesse sentido, o presidente da Confederação Nacional da Industria (CNI), Robson Braga Andrade, disse ser essencial que os empresários participem ativamente das decisões do Congresso Nacional e do governo. “Não podemos estar ausentes dos ambientes onde acontece a construção de políticas. São processos complexos, exigem mobilização e participação para se obter avanços. Ausência será omissão, se tornará custos para as empresas e a conseqüência será um País com menor capacidade de crescer”, enfatizou.

Para o vice-presidente do Sinduscon-DF, Higino Fabiano Amaral de Souza, o maior ganho deste Encontro está na constatação da mudança na economia do Brasil. “Existem vários fatores positivos que nos mostram a prosperidade do caminho. Alguns ajustes importantes precisam ser feitos na relação com o governo, como a redução de juros, alinhar os incentivos do com relação a micro e pequenas empresas e, principalmente, melhorar a comunicação com os empresários”, avalia.

Economia forte - Tendo também como foco o modo de atuação do Brasil diante da crise globalizada, o Enai também foi marcado pela palestra do economista Larry Summers, ex-diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca e ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos no governo Bill Clinton. Summers avalia que, apesar das reformas que fortaleceram a economia nos últimos anos, o Brasil não está imune às crises externas. Segundo ele, mesmo com a expansão do mercado interno e a redução da vulnerabilidade da economia na última década, o crescimento do Brasil também depende do cenário internacional. “Se os governos europeus não resolverem a crise financeira e restabelecerem a confiança dos mercados e os Estados Unidos não voltarem a crescer, o Brasil enfrentará problemas”, previu o economista.

Quem também teve participação de destaque no Enai foi o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante. Segundo ele, o Brasil é hoje uma economia que desperta interesse em toda parte do mundo e precisa aproveitar o recorde de investimentos estrangeiros diretos para desenvolver e estimular o seu parque industrial. "Vamos negociar e quem quiser vender no Brasil terá que vir para cá produzir e gerar emprego", disse Mercadante, que se disse confiante com a manutenção do crescimento do País, apesar da crise internacional. Segundo ele, o Brasil tem instrumentos para afrouxar medidas prudenciais de crédito e para baixar a taxa básica de juros. "Nossas condições macroeconômicas são muito melhores do que a de outros países que têm taxas de juros menores", declarou.

Ele destacou que o Brasil já possui seis empresas fabricando tablets no país com 20% de conteúdo local e que a previsão é que esse índice suba para 80% em três anos. "A indústria automobilística e os tablets são só o começo desse movimento", disse.

O 6º  Enai continua ate amanhã. Está prevista, ainda, a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad.