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Alta carga tributária mantém-se como entrave

Sondagem industrial revela que o DF segue tendência brasileira de baixa competitividade por causa dos altos juros

impostometroPesquisa divulgada na semana passada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Brasil permaneceu na 37ª posição no Índice de Competitividade das Nações 2011. Entre os 43 países analisados, o Brasil está no último quadrante, com competitividade considerada baixa por causa de fatores como altos juros, carga tributária elevada, crédito caro, baixo nível de poupança interna, baixo investimento, elevados gastos governamentais, pouco estímulo à inovação, spread bancário alto, câmbio desfavorável, infraestrutura deficiente e ineficiência em saúde e educação. No Distrito Federal, não é diferente. De acordo com a Sondagem Industrial realizada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a carga tributária continua sendo o principal problema a ser enfrentado pela indústria local. Dos empresários entrevistados para efeitos do mês de setembro, 63% acreditam que os altos tributos interferem negativamente na atividade industrial brasiliense.

“O brasileiro ainda paga uma das maiores contas no mundo”, lamenta o presidente da Fibra, Antônio Rocha. O empresário lembra que os impostos chegam a 35% do PIB brasileiro e cresce mais do que a economia. Estudos mostram que, no período entre 2001 e 2010, a arrecadação tributária cresceu 264%, com crescimento anual de 13,8%. Em setembro, o País atingiu a marca de R$ 1 trilhão em tributos arrecadados nas três esferas de governo. “Precisamos reverter este quadro aumentando a participação da indústria no PIB”, observa.

O estudo da federação paulista mostra que a participação da indústria é determinante no desempenho dos países em competitividade. As nações que têm maior participação da indústria no PIB levaram menos tempo para dobrar seu PIB per capta. “Nosso país avançou, mas outros países avançaram mais. Mesmo aqueles que estão no centro da crise internacional conseguem se posicionar na frente do Brasil, pois o índice não analisa somente conjuntura econômica, mas também infraestrutura social”, afirma o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

A Sondagem Industrial do DF mostra que a falta de trabalhador qualificado (51,5%) é apontada como segundo maior entrave na competitividade. De acordo com o presidente da Fibra, a CNI já apontou que esse é um problema que afeta 69% das empresas industriais brasileiras e está empenhada em reverter o quadro. “Com a chegada dos grandes eventos esportivos internacionais, a corrida por mão de obra capacitada fica ainda mais evidente. É o maior desafio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai): preencher essas vagas. No ano de 2010, o Senai-DF formou mais de onze mil alunos, qualificados em todos os setores industriais. E todos eles já estão no mercado de trabalho. Na medida em que eles vão se formando as empresas já os contratam”, observa Antônio Rocha.

Na sequência, os demais entraves da indústria do DF são: competição acirrada de mercado (33,3%), falta de demanda (30,3%) e taxas de juros elevadas (27,3%).

Boas expectativas - O mesmo conjunto de indicadores de monitoramento da atividade industrial sugere um provável aumento da produção, do emprego e do estoque de produtos em setembro na comparação com o mês anterior. Em setembro, o indicador de evolução da produção alcançou 54,5 pontos, sinalizando provável expansão, em ritmo moderado, da variável frente a agosto. É possível que o número de empregados também cresça de forma moderada em setembro frente a agosto. O indicador de evolução do emprego atingiu 54,9 pontos. A evolução do nível de utilização das máquinas industriais reforça a hipótese da parcimônia do crescimento do setor. Em setembro, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) reduziu 8 pontos percentuais, alcançando 67%.

Apesar de tímida, a expansão influenciou positivamente as expectativas dos empresários entrevistados para os próximos seis meses. O principal destaque foi o aumento das expectativas com relação à quantidade exportada. O índice de expectativas alcançou 75 pontos, sinalizando uma tendência de crescimento significativo nos próximos meses. As perspectivas para a demanda também melhoraram, porém em menor intensidade. O índice de expectativa para a demanda por produtos alcançou 63,2 pontos frente aos 58,7 pontos do mês anterior.

 

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Patrick Selvatti
Assessor de Imprensa
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