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Indústria do DF cresceu mais que a brasileira em 2011

altA indústria brasiliense cresceu 3% em 2011, alcançando R$ 9,6 milhões, segundo dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB-DF), divulgados hoje (26) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O setor industrial apresentou crescimento menor do que o registrado em 2010 (quando, segundo os dados consolidados apresentados hoje também, registrou alta de 8,5%), mas superou o crescimento da indústria nacional no ano passado, projetado em 1,6%. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Antônio Rocha, a queda de um ano para o outro é reflexo de um efeito estatístico, já que 2010 foi atípico. “De 2009, quando o nosso PIB registrou apenas 0,4% de crescimento, para 2010, houve um processo de incentivos por parte do governo para acelerar a economia. Portanto, já esperávamos que, em 2011, houvesse uma reacomodação do crescimento, um equilíbrio. Lembremos que, no ano passado, o governo federal promoveu uma série de medidas de desaceleração da economia para conter a inflação”, avalia o empresário.

A expansão na indústria do DF foi impulsionada pela Construção Civil, que cresceu 3,6%, beneficiada pelo aumento do crédito para moradia, e, pela Transformação, com o incremento de 2,1%, reflexos das atividades de fabricação de cimento e alimentos e bebidas. "Programas como o PAC e Minha Casa Minha Vida contrubuiram significativamente", lembra Rocha. Em termos setoriais, os dados divulgados pela Codeplan revelam que a agropecuária cresceu 24,5% em 2011 frente a 2010 e o setor de serviços cresceu 2,2% - com destaque para o comércio (4,4%), a intermediação financeira (3,1%) e as atividades imobiliárias (3%). O setor público teve o menor crescimento. A expansão da administração pública vem diminuindo seu ritmo, ao passar de alta de 3% em 2009 para 2% em 2011. “O governo vem perdendo peso em detrimento da expansão da iniciativa privada. Esse cenário reforça a necessidade e a urgência de elaboração de uma politica de desenvolvimento sustentável para os setores de indústria, comércio e serviços, de modo a orientar esse avanço, buscando sua integração com os demais estados que integram a Região Centro-Oeste e a sua sustentabilidade ambiental”, analisa Antônio Rocha.

Economia brasiliense
O PIB-DF, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pela economia brasiliense, alcançou R$ 161,5 bilhões em 2011. Com esse resultado, a economia local registrou crescimento de 2,4% em relação a 2010, comportamento um pouco abaixo do observado no comparativo com o desempenho nacional, que foi de 2,7% (2011 frente a 2010). Segundo a Codeplan, o desempenho da economia deveu-se ao dinamismo do consumo, visto que Brasília ocupa a terceira posição como região de maior capacidade de consumo do País. “A Capital Federal não é imune à crise porque reflete a economia nacional. Somos indiretamente contaminados pelo Estado. Lembro que a maior crise que tivemos ocorreu no início dos anos 90, quando houve o desligamento de 150 mil servidores públicos. Naquela época, o salário do setor público era duas vezes maior que o privado. Hoje, ele chega a ser quatro vezes maior”, explica o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas, Júlio Miragaya. Ele ressalta, ainda, que somente a Agropecuária e a Indústria podem “estar blindados pela crise em detrimento da pouca participação dos setores na economia brasiliense”.

Cenário nacional - No período 2010/2011, o Brasil consolidou a recuperação iniciada no fim de 2009 adotando medidas governamentais que fortaleceram os setores mais atingidos da economia e restabeleceram o consumo, permitindo, assim, um novo ciclo de crescimento. Segundo as contas trimestrais, o PIB brasileiro, a preço de mercado, apresentou desempenho expressivo de 7,5% no ano de 2010 em relação a 2009, atingindo R$ 3,770 trilhões. O bom desempenho foi capitaneado pela indústria, que subiu 10,4%, registrando taxas significativas na indústria extrativa mineral (13,6%), construção civil (11,6%) e transformação (10,1%). A agropecuária cresceu 6,3% impulsionada pelo crescimento da safra de grãos e o setor de serviços elevou-se em 5,5%. Já em 2011, a economia brasileira apresentou crescimento moderado (2,7%) devido, em parte, à alta base de comparação do ano anterior. O produto da agropecuária aumentou 3,9% em relação a 2010, o setor de serviços cresceu 2,7%, destacando-se os incrementos de 4,9% em serviços de informação, 3,9% em serviços de intermediação financeira, seguros, previdência complementar e de 3,4% no comércio. O setor industrial cresceu 1,6% na comparação de 2011 com 2010.

Texto: Patrick Selvatti