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Industriais do DF discutem competitividade em seminário

SeminarioCompetitividade2930122013NilsonCarvalho siteOs candidatos ao governo do Distrito Federal receberão, em mãos, no período pré-eleitoral, um documento produzido pela indústria brasiliense, que reunirá os anseios e as necessidades urgentes do setor, no que tange o fomento de políticas públicas para o desenvolvimento fabril na capital federal. Para tanto, a Federação das Indústrias do DF (Fibra), reuniu no 1º Seminário “A indústria do DF – Uma Agenda para a Competitividade 2014/2015”, de 29/11 a 1/12, membros da Diretoria Executiva e o Conselho de Representantes da Fibra, a fim de debater os temas prioritários para o setor, bem como para propor soluções aos problemas enfrentados pelas empresas.

“Neste encontro, representantes dos dez sindicatos filiados à Fibra puderam se posicionar diante do antigo e, ainda paradoxalmente urgente, pleito acerca da criação de uma Política Industrial para o DF”, antecipou o presidente da Fibra, Antonio Rocha.

Para subsidiar os debates, foi apresentada a Sondagem Empresarial “A força do DF 2013”, realizada pela empresa PWC, assim como estiveram presentes para discutir os maiores gargalos da indústria local, os secretários de Estado de Fazenda e de Desenvolvimento Econômico do DF, Adonias dos Reis Santiago e Hermano Carvalho, respectivamente, e o gerente da Codeplan, Jusçanio Umbelino.

Os dados levantados na Sondagem não são novidade, eles apenas confirmam as dificuldades enfrentadas há anos pelo empresariado local e, ainda assim, o otimismo característico daqueles que têm coragem de empreender.  A alta carga tributária, por exemplo, é elencada por 65% dos respondentes como o principal motivo que impacta seus negócios. As dificuldades seguem: contratação e retenção de capital humano (44%); e custo financeiro (35%) também são apontadas como entraves para a competitividade.

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Não obstante, os empresários perfilam a ampliação para novos mercados e produtos (52%); a formação de alianças estratégicas (33%) e a revisão de portfólio de produtos e serviços (33%) como direcionamento estratégico das empresas para enfrentar os desafios descritos acima.

Entretanto, sobra otimismo. Mais de 70% dos entrevistados acreditam que fecharão 2013 com maior participação no mercado. Além disso, 67% esperam encerrar o ano com aumento na lucratividade.

Políticas públicas

É fato. Os entraves existem. E para que as empresas sejam sustentáveis, o governo tem importante papel na criação de políticas públicas. Nesse viés, os secretários de Estado e o gerente da Codeplan falaram sobre os anseios dos empresários presentes. “O pensamento da Codeplan é que devemos arriscar, sim, no setor industrial”, disse Jusçanio.

Já para o secretário de Estado da Fazenda, Adonias Santiago, a reforma tributária não vai sair. “É preciso que lutemos por remendos, por intervenções pontuais”, disse. Segundo o secretário, o que o setor produtivo tem que fazer é mostrar o que quer de mudança na tributação.

Adonias falou, ainda, acerca dos incentivos fiscais, enfatizando que “há de se criar uma modelagem nova daqui pra frente”.  E acrescentou: “Estamos trabalhando na construção de um projeto de lei para que cada estado possa fazer seu incentivo”.

Hermano, por sua vez, disse que o serviço público tem que ser o motor que alavanca o setor produtivo. Ele ressaltou a instalação do comitê gestor do Ideas, na semana passada, como grande avanço na questão creditícia para empresas do DF.

Em seu pronunciamento, Hermano apresentou dados inéditos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Pela primeira vez na história do FCO, os tomadores de empréstimo do DF demandaram 17,9% dos 19% destinados para a região. “Nunca conseguimos atingir os 100%. Esse ano, não só alcançaremos os 100%, como a demanda por crédito será maior do que a oferta”, ressaltou.

Sobre o gargalo territorial, o secretário falou, diante dos presentes, que ainda é possível fazer demarcação para grandes investimentos estruturantes em 35 Áreas de Desenvolvimento Econômico (ADE’s) no DF. “O governo sabe que precisa fazer sua parte”, disse, completando que “há de ser feita uma reforma no Pró-DF num curto período de tempo”.

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Histórico

A ideia de levantar temas de importância do setor produtivo do DF aos postulantes ao Palácio do Buriti nasceu ainda em 2002. À época, a proposta encaminhada aos candidatos era feita em conjunto pelos segmentos que compõem o Fórum do Setor Produtivo do DF. O feito repetiu-se em 2006, novamente reunindo os anseios do Fórum para o desenvolvimento econômico e social do DF para o quadriênio seguinte.

Em 2010, a Fibra destacava-se e, por iniciativa própria, entregou aos postulantes do Palácio do Buriti a Carta da Indústria do DF. O documento compilou 19 diretrizes para uma política industrial com foco no DF e no Entorno. As propostas foram elaboradas por meio de pesquisas e debates com lideranças empresariais, a partir dos temas discutidos no Encontro Nacional da Indústria (ENAI).

Desta vez, a iniciativa é só do segmento industrial brasiliense - não mais reunindo os interesses do Setor Produtivo - e tem, por objetivo, ser um documento não apenas a ser entregue em período pré-eleitoral, mas produzido bianualmente, reiterando e atualizando as necessidades da indústria frente ao Executivo. 

Para a construção do texto da publicação, os participantes do seminário passaram todo o sábado reunidos em uma dinâmica de discussões que cumpriu uma lógica para priorização de temas. Após horas de debate, foram elencados os principais tópicos nos temas Política Industrial e Regulação Econômica, Tributação, Relações de Trabalho, Infraestrutura, Meio Ambiente e Inovação.

O material reunido nas discussões será agora compilado pelo corpo técnico da Fibra e será apresentado em publicação no primeiro semestre de 2014.

Suzana Leite

Assessoria de Imprensa
Foto: Nilson Carvalho
Federação das Indústrias do Distrito Federal - Fibra