Alunos do Sesi DF participam de Olimpíada Brasileira de Robótica

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Os alunos do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) conquistaram os mais altos lugares do pódio na etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que foi realizada no último sábado (27), no Centro Integrado de Educação Física, na 907 sul. O evento, promovido com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), visa, por meio da robótica, identificar jovens talentos, estimular carreiras científicas-tecnológicas e promover debates e atualizações no processo de ensino-aprendizagem brasileiro.

A Olímpiada reuniu jovens de escolas públicas e privadas do ensino fundamental, médio ou técnico de todo o Distrito Federal. Ao todo, participaram mais de 60 equipes, de no mínimo dois e no máximo quatro participantes cada, sendo que três delas foram formadas pelos estudantes do Serviço Social da Indústria (Sesi), das unidades do Gama e de Taguatinga.

A competição teve duração de nove horas, nas quais os alunos se revezaram nas batalhas de robôs. O resultado foi divulgado no fim da tarde quando foram anunciados os competidores que irão representar o Distrito Federal na etapa nacional, que será realizada em outubro, na cidade de Recife, Pernambuco.

A equipe do Sesi Taguatinga, composta pelos jovens Filipe Matias, Ives Dijuran e Ana Carolina de Moraes foi a vencedora na categoria “Melhor Programação”. Já as duplas do Sesi Gama, Thalles Yucatán e Lucas Sampaio, ambos de 14 anos; e Clésio Júnior, de 17 anos, e Bruno de Castro, de 16 anos, ficaram, respectivamente, com o segundo e terceiro lugar da classificação geral. 

Para auxiliar a preparação dos competidores, o Sesi Gama firmou parceria com os alunos do curso de Mecatrônica, da Universidade de Brasília (UNB), que já têm experiência em plataformas de desenvolvimento de robôs e conseguiram excelentes resultados em diversos campeonatos disputados nacionalmente. Os treinamentos foram realizados uma vez por semana, durante um mês, na universidade, e variavam entre 6 e 12 horas diárias. Nos encontros, os jovens recebiam orientações sobre processos como solda, construção e funcionamento do robô. Além disso, foi apresentada uma nova plataforma de desenvolvimento, a Arduino, que exige a criação do protótipo desde as partes iniciais, e não apenas a configuração. Apesar do treinamento com o Arduino, os alunos tiveram um imprevisto dois dias antes da competição, o que os obrigou a utilizar o modelo que já vinha sendo desenvolvido anteriormente, o EV3 Lego. A mudança não desanimou os compeitores que foram, com garra total, buscar uma boa colocação para o DF.

“Quando estávamos nos últimos testes com o engenheiro, percebemos que as pontes que fazem o motor funcionar estavam com problema. Então, tivemos que utilizar o plano B e voltar para o EV3. Mas no fim deu certo porque nós já conhecíamos o sistema e só precisamos dar continuidade ao projeto que já vinha sendo desenvolvido antes”, explica o jovem competidor Thalles Yucatán.

A OBR é dividida em duas etapas independentes: teórica e pratica. Na fase teórica, os alunos deverão responder questões de prova escrita elaborada por uma Comissão de Professores. Já para a parte prática, todos os anos é desenvolvido um projete diferente. Neste ano, os participantes construíram robôs para simular processos de salvamento em uma pista pré-montada. A prova incluiu superação de obstáculos, realização de curvas de 90 graus, passar por encruzilhadas e colocar a pessoa em segurança.

Além da divisão por etapas, os alunos também são separados de acordo com série e faixa etária: 14 e 15 anos, estudantes do ensino fundamental; e 16 e 17 anos, estudantes do ensino médio.

Segundo o coordenador de Projetos do Sesi Gama, Atos Henrique Reis, a inserção da robótica na rotina escolar dos alunos auxilia na busca por soluções e incentiva o estudo e a pesquisa voltados para a tecnologia. “ A proposta pedagógica da instituição ao inserir a robótica na grade curricular é fazer com que o estudante passe a buscar soluções para os problemas do dia a dia. A iniciativa inclui diversão, mas não deixa a preparação e o estudo de lado. A rotina é muito bem planejada para que o aluno passe o dia inteiro na escola e consiga absorver o maior volume de conhecimentos possíveis”, explica.

A Robótica na rotina dos alunos

O uso do Lego está presente nas salas de aula do Sesi desde o início do Ensino Fundamental e tem um forte viés social e de desenvolvimento humano. Com o passar dos anos, os estudantes têm acesso aos robôs e assessoria dos professores. O objetivo da instituição é despertar de uma forma lúdica o interesse dos menores em disciplinas como a matemática, física, informática, desenvolvendo a criatividade, o raciocínio lógico e a inovação.

Para o aluno e competidor Lucas Sampaio, estudar e praticar robótica é um grande diferencial no processo educacional dos alunos. “A robótica entra como uma disciplina complementar e vale nota. Nós aprendemos não apenas os conceitos básicos, como engrenagem e alavanca, mas também descobrimos diversas áreas de conhecimento, como engenharia e física e matemática. Isso nos ajuda a conhecer melhor as profissões que podemos seguir”, conta.

O Clube da Robótica alcança crianças e adolescentes de 10 aos 16 anos. O Torneio de Robótica FIRST LEGO League (FLL) é um programa internacional criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia, dentro do ambiente escolar. Ao todo, 80 países participam do torneio, que é organizado pelo grupo dinamarquês Lego, em parceria com a empresa americana FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), há 17 anos.

Nas competições, os estudantes precisam desenvolver um projeto de pesquisa. Neste ano, o tema da competição é o convívio harmonioso entre homens e animais. A elaboração destes projetos de pesquisas faz parte de um dos itens de avaliação do torneio, que é somado ao designer do robô, que avalia o desenvolvimento e programação dos robôs, e, também, à chamada “core values”, que analisa se há uma competição amigável e saudável entre os participantes do torneio e os embates nas mesas de desafio.

Em junho, a unidade do Gama sediou o Torneio Interescolar de Robótica Sesi 2016. No total, foram dez equipes que disputaram o torneio. Nesta semana, a unidade do Gama receberá, oficialmente, a abertura do Torneio de Robótica FIRST LEGO League (FLL), que será realizado no próximo sábado (03), a partir das 9h.

Por Aline Porcina, com informações de Marcus Fogaça