Escultura de dinossauro de lixo alerta sobre danos do plástico ao planeta
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- Última Atualização: Segunda, 04 Junho 2018 11:21
Em junho, quem passar em frente ao Museu Nacional da República, próximo à Catedral de Brasília, vai se deparar com uma obra de arte bem diferente dos famosos monumentos idealizados por Oscar Niemeyer. É que a artista plástica e ativista ambiental holandesa Maria Koijck criou uma escultura de aproximadamente 6 metros de altura feita de lixo. A obra está sendo construída com a ajuda de 20 moradores da capital, incluindo um professor e um aluno do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), que apoia a realização da intervenção urbana.
A inauguração da intervenção Arte com Descarte será em 2 de junho. A escultura ficará exposta até 1° de julho, no espelho d’água do Museu Nacional. A artista escolheu erguer um dinossauro para fazer um alerta: a raça humana também poderá ser extinta se não mudar os hábitos e continuar a produzir tanto lixo por dia – em média, 1 quilo a cada um dos 7,6 bilhões de habitantes do planeta.
A intervenção é uma das ações da primeira edição do Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, que ocorrerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, de 5 a 7 de junho. O congresso é organizado pelo Instituto Lixo Zero e tem o apoio institucional do Sistema Fibra (leia mais abaixo).
Oficina
No fim de semana de 26 e 27 de maio, Maria Koijck deu uma oficina sobre reaproveitamento de materiais a 20 artistas, professores, estudantes e catadores de resíduos sólidos. Na oficina, eles começaram a erguer o dinossauro usando bambu, vergalhões de ferro, telas de galinheiro e resíduos sólidos plásticos e de metal (garrafas, embalagens, latas). Será instalada iluminação solar na peça, para que fique acesa à noite.
O professor de Artes do Sesi Gama Nailzon de Almeida estava entre os 20 coautores da escultura. “Achei muito bacana a oportunidade de fazer uma obra de arte coletiva. É muito bom para minha formação. Vou fazer questão de levar essa experiência para a sala de aula e de repassar aos meus alunos”, diz Nailzon.
A artista
Em 2008, ao visitar Serra Leoa, na África, Maria Koijck se deparou com uma enorme quantidade de plástico depositada nas praias de Freetown, capital do país. Naquele momento, decidiu dedicar sua arte à conscientização sobre os danos causados pelo plástico. Seu primeiro projeto de arte comunitária foi Petty, the Swan, em 2009. Foram coletadas, durante dois meses, 15 mil garrafas plásticas. Com elas, a artista fez uma grande escultura de cisne que, durante dois meses, flutuou em um lago da Holanda – país de origem de Maria.
Congresso Lixo Zero
O Congresso Internacional Cidades Lixo Zero reunirá nomes nacionais e internacionais que apresentarão as melhores práticas e as mais avançadas tecnologias em gerenciamento de resíduos sólidos. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo site www.cidadeslixozero.com.br.
Representantes de cidades de todos os continentes e especialistas ligados a sustentabilidade, meio ambiente, planejamento, políticas públicas, tributação, entre outras áreas, vão apresentar casos de sucesso. O objetivo é que o contato com experiências positivas inspire gestores públicos e a sociedade brasileira.
O conceito lixo zero é uma meta ética, econômica, eficiente e visionária para guiar as pessoas a mudar seu modo de vida, de forma a incentivar os ciclos naturais sustentáveis, em que todos os materiais são projetados para permitir sua recuperação e seu uso pós-consumo. Também propõe medidas de ações públicas e privadas que minimizem os impactos do aquecimento global.
A programação do congresso inclui os painéis sobre tendências, conscientização e educação, redução e reúso, ações comunitárias e políticas públicas e reciclagem e compostagem. Também haverá workshops.
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