Sesi: projeto busca tirar jovens da exploração sexual

Cerca de cem jovens e adolescentes do Distrito Federal serão incluídos no projeto ViraVida – iniciativa do Conselho Nacional do Sesi – que tem por objetivo retirar das ruas meninos e meninas que são explorados sexualmente. O arcabouço do projeto foi apresentado, nesta quarta-feira (23), na sede da Federação das Indústrias do DF (Fibra) às entidades governamentais e da sociedade brasiliense. A ideia é que a capital federal possa tratar do tema dentro de perfil específico. O ViraVida já foi implantado em quatro capitais: Belém, Fortaleza, Natal e Recife.

“O ViraVida é um programa para integrar. Ele é uma provocação à sociedade”, afirmou a secretária de Direitos Humanos de Fortaleza (CE) e consultora Glória Diógenes na palestra de apresentação do projeto.

Segundo a especialista, a questão da exploração sexual passou, por décadas, imperceptível ao Estado. Embora algumas entidades iniciassem a mobilização nos anos 80, conforme frisou, somente no início do século 21 as autoridades nacionais passaram a dar atenção para o problema. Glória Diógenes enfatizou que a questão da exploração comercial do sexo com menores difere do trabalho infantil, como por exemplo, engraxates ou ambulantes, em função da visibilidade. “A questão é considerada invisível porque não dispomos de números. Mas, posso assegurar que o marco legal da política pública  vem ocorrendo a partir do governo do presidente Lula”, afirmou.

Apresentação do projeto

Para a apresentação do projeto ViraVida, o Sesi-DF promoveu cerimônia que reuniu entidades do Sistema S e Secretarias do GDF e ONGs. A cerimônia foi aberta pelo presidente da Fibra e diretor regional do Sesi-DF, Antônio Rocha, que destacou a importância da mobilização em torno do programa: “Com a parceria dos poderes estaduais e municipais, com a colaboração do Terceiro Setor e o apoio da iniciativa privada, o ViraVida identifica jovens, qualifica e os orienta para a inserção no mercado do trabalho formal, legal e promissor, e, na outra ponta, está o mercado a acolhê-los”.

O presidente do Conselho Nacional do Sebrae e da Fecomércio-DF, senador Adelmir Santana (DEM-DF), assegurou que projetos desta natureza representam “o resgate da imensa dívida social que o Brasil tem para com os mais carentes”. De acordo com Santana, isso deve acontecer em todos os setores e utilizou como exemplo dados recentes da pesquisa do IBGE que aponta o cenário de analfabetismo no País: “São 15 milhões de analfabetos. Quase 10% da população. Essa é a raiz do problema”.

Emocionado, o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli – idealizador do ViraVida -, contou a experiência com os jovens que foram incluídos no projeto nas quatro capitais. Meneguelli ilustrou o discurso onde apresentou dois exemplos: o primeiro deles referiu-se a conversa com uma jovem que mora numa favela em Natal. Ela teria construído uma pequena loja ao lado da casa humilde, de onde tira o sustento. Ele a indagou sobre como poderia ajudá-la ainda mais e obteve como resposta: uma loja no shopping da cidade.

Noutra situação, um menino do projeto que trabalha atualmente na agência da Caixa foi identificado como “prostituto” por uma senhora que o abordou. Ele desmontou a atitude preconceituosa com a afirmação de que era funcionário da Caixa. Nos contatos seguintes, o jovem passou a ser tratado de “filho”. “Isso tudo me deixa bastante emocionado. Até agora, nenhuma das entidades que procuramos disse não a esse projeto”, explicou Meneguelli. O Banco do Nordeste e a Chesf anunciaram interesse nesta parceria.

Após a apresentação do ViraVida, os representantes das entidades que participarão do programa no Distrito Federal tiveram uma reunião para conhecer mais detalhes sobre a operacionalização do projeto. O objetivo é lançá-lo no próximo mês em aula inaugural. Mais informações podem ser obtidas na Coordenação de Responsabilidade Social do Sesi/DF 61x3362-6069.

Mais informações para a imprensa
Roberto Cordeiro e Patrick Selvatti
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do DF (Fibra)
61 3362-3815 ou 3362-3878

Foto: Fernando Bizerra/BG Press