Temporada 2019/2020 do Torneio Sesi de Robótica é aberta no DF

Na tarde de segunda-feira, 25 de novembro, competidores e técnicos de equipes de robótica do Distrito Federal e de Goiás tiveram a oportunidade de entender mais sobre cidades inteligentes em uma palestra de Renato de Castro, expert no assunto. Esse é o tema da temporada 2019/2020 do Torneio Sesi de Robótica First Lego League (FLL), que desafia crianças e adolescentes de várias partes do mundo a elaborar soluções para problemas que prejudicam a vida nas grandes metrópoles.

O encontro foi no auditório da escola de Taguatinga do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e marcou o lançamento oficial da temporada no Distrito Federal. O Serviço Social da Indústria (Sesi) é o operador da competição no Brasil desde 2013. A etapa regional do torneio será no Sesi Taguatinga, em 7 e 8 de fevereiro de 2020, com a participação de 33 equipes de escolas públicas e particulares, além de equipes de garagem (grupos de amigos) de diferentes locais do País, seis delas formadas por alunos do Sesi-DF.

À plateia de competidores do torneio, Renato de Castro destacou que as soluções para a temporada City Shaper devem passar por temas como acessibilidade, criatividade, educação, mobilidade, mortalidade, saúde, saneamento e sustentabilidade. “As inspirações estão no dia a dia de cada um. Ao sair na rua, vocês veem. Muitos dos projetos que serão apresentados neste torneio serão viáveis. E já posso dar uma dica: que os alunos partam para projetos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas”, orientou. Castro já visitou mais de 30 países dando palestras sobre cidades inteligentes e assessorando governos em projetos de desenvolvimento urbano.

O conceito de cidades inteligentes, segundo o palestrante, envolve cinco grandes eixos: tecnologia, foco no cidadão, melhora da qualidade de vida, resiliência e nova economia. “Quando vocês fizerem o projeto, precisam pensar se essa solução é resiliente para suportar as mudanças que o mundo traz”, alertou.

O lançamento oficial da temporada no Distrito Federal foi feito pela gerente de Educação do Sesi-DF, Núbia Rosa. “O objetivo dessa palestra é contribuir para aumentar as inquietações dos alunos, que serão úteis para desenvolver os projetos. Os resultados apresentados na robótica sempre são surpreendentes e enriquecedores. Sei que todos que participam vão potencializar as competências e habilidades em todos os sentidos nesta temporada”, afirmou.

Robotica Fotos MoacirEvangelista25112019 Uma das equipes do Sesi-DF é a Bisc8, da escola de Sobradinho. Os estudantes tiveram a oportunidade de apresentar o projeto que está sendo desenvolvido para o torneio e de ouvir conselhos do expert. “Nossa cidade tem muitos alagamentos por causa do lixo nos bueiros. A gente pesquisou algumas soluções que já existem e viu os bueiros inteligentes, que separam o lixo das ruas e impedem o entupimento”, contou a aluna Suiane Miranda, de 15 anos, da 1ª série do Ensino Médio.

Para entender melhor o tema da temporada 2019/2020 do Torneio Sesi de Robótica, veja a entrevista com o expert Renato de Castro:

O que é uma cidade inteligente? É a cidade do futuro?

“As cidades estão evoluindo para cidades mais inteligentes porque a sociedade está ficando mais inteligente. Eu tenho uma definição romantizada de cidade inteligente, que é o lugar onde tudo parece conspirar para fazer sua vida melhor. Você nem precisa entender a tecnologia que está por trás, mas precisa entender que é um lugar em que o dia de amanhã será melhor do que o de hoje e assim vai. Tenho certeza de que essas são as cidades do futuro, principalmente para essa nova geração, que vai fazer e viver nessas cidades. Acho que a gente está caminhando para esse futuro e o futuro do mundo está nas mãos das cidades, e não dos países.”

O que você sente ao ver pessoas tão jovens já discutindo um assunto como esse?

“Eu nunca vou me esquecer do Caio, um menino de 9 anos, de São Paulo. Na primeira palestra que eu fiz da temporada, ele levantou, se apresentou e disse que viu um problema e tinha uma solução. Eu fiquei pensando o que eu estava fazendo quando eu tinha 9 anos de idade, qual era a ideia que eu tinha de mundo e o contexto que estava ao meu redor. Eu acho que isso é uma clara indicação de que a gente está melhorando, o mundo está indo para um caminho melhor e está indo no caminho certo. A gente vai pegar ainda alguns atalhos errados, mas vai chegar a um resultado muito melhor do que a gente tem hoje, tenho certeza.”

Qual a dica mais valiosa que você poderia dar para os alunos que estão pensando em soluções para os problemas de Brasília?

“Eu acho que Brasília, o Distrito Federal, de maneira geral, nasceu sem DNA, porque nasceu do zero. Porém já nasceu com esse pensamento na raiz, na origem, sobre planejamento. Já nasceu para ser uma cidade inteligente. A gente teve como sempre alguns caminhos errados que foram tomados, mas acho que agora está no caminho certo e que essa galera que é de Brasília, é a segunda geração nascida em Brasília, e se considera mesmo do DF, já nasce com esse DNA no sangue de cidade planejada, mas agora com esse sentimento de pertencimento que as primeiras gerações de Brasília não tiveram porque todo mundo migrou. Então, esta é a dica. Brasília tem problemas estruturais em função de um crescimento que deveria ter sido planejado e não foi. Eu passei pelas chuvas e vi as inundações, eu estava na rodovia principal e ao lado parecia que era um rio, mas era parte da via. Acho que aqui tem muita inspiração para as crianças encontrarem problemas no dia a dia delas e tentarem resolvê-los.”

Texto: Aline Roriz
Fotos: Moacir Evangelista/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra
 
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