MPDFT promove evento sobre a inserção socioprodutiva de alunos do Vira Vida

Ingresso no mercado de trabalho. Esse é o objetivo final do Vira Vida, programa que atende jovens de 15 a 21 anos em situação de extrema vulnerabilidade social. Em apoio a iniciativa, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizou nessa segunda-feira, 15 de maio, na sede do órgão, o evento Faça Bonito: Aprendizes, Bora "Virar Vidas?”. O encontro reuniu representantes de instituições públicas e privadas para sensibilizá-los quanto a inserção socioprodutiva dos alunos.15 5 2023 Vira vida MPDFT Foto Victor Hugo Pessoa Capa

A ação foi em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio.

O Vira Vida foi criado pelo Conselho Nacional do Sesi em 2008. Em Brasília, o Serviço Social da Indústria do DF (Sesi-DF) executa o projeto desde 2009 e já formou mais de 500 jovens, em 13 turmas. Cada uma tem duração de um ano, período em que os alunos têm aulas de educação básica e profissional, acompanhamento psicossocial e promoção de direitos de saúde, além de uma bolsa-auxílio mensal.

O MPDFT é parceiro do Vira Vida desde 2012 e já recebeu cerca de 150 estudantes do programa como jovens aprendizes. “A junção de esforços contribui para a transformação de vidas. Aqui, respeitamos e temos cuidado com a história de cada jovem, que tem inúmeras qualidades e habilidades para desempenhar qualquer atividade laboral. A ação caminha com a missão do Ministério Público de promover a justiça, a democracia, a cidadania e a dignidade humana”, afirma a vice-procuradora-geral de Justiça Jurídico-administrativa do órgão, Selma Sauerbronn. Na ocasião, ela anunciou que para este ano serão disponibilizadas mais quatro vagas, além das 21 já existentes.

Para o superintendente do Sesi-DF, Marco Secco, a continuidade do programa de tecnologia de intervenção social se dá por meio da mobilização de entidades que apoiem o processo de aprendizagem. “A educação forma o cidadão com competências técnicas e o mundo do trabalho proporciona a conquista de sonhos. E é esse o caminho que nos propomos a entregar para aqueles que passam pelo Vira Vida, conquistar espaços que até então pareciam inimagináveis. Para esta última etapa é imprescindível o apoio e o suporte de instituições que abracem a ideia.”15 5 2023 Vira vida MPDFT Foto Victor Hugo Pessoa Capa 32

Os jovens podem ser contratados como empregados, estagiários ou jovens aprendizes. A equipe multidisciplinar do programa acompanha os alunos durante os primeiros seis meses após o ingresso no mercado de trabalho. O monitoramento é feito por meio de visitas e do contato periódico com o supervisor deles no local de trabalho.

“O Vira Vida mudou a minha realidade. Entrei sendo uma pessoa rebelde e impulsiva, mas com o passar do tempo vi que isso era ruim para mim. Entender isso foi o que mudou a minha vida, pois o importante é cuidar do meu bem-estar”, disse o egresso da terceira turma do programa Jonathan Vieira, de 27 anos. “O meu primeiro emprego foi no MPDFT, e foi nesse local que aprendi a ser comunicativo, proativo, responsável e dedicado. Isso me abriu portas para outras possibilidades de trabalho”, concluiu.

Estiveram presentes no evento a assessora de Responsabilidade Social do Sesi-DF e coordenadora do Vira Vida no DF, Cida Lima, o presidente do Tribunal Regional do DF, desembargador Roberval Belinati, o secretário da Família e Juventude do DF, Rodrigo Delmasso, a subdefensora pública-geral do DF, Emmanuela Saboya, o superintendente executivo do Conselho Nacional do Sesi, Wagner Pinheiro, a promotora de justiça de Defesa da Infância e da Juventude Rosana Viegas, o diretor de Programas Sociais do Sesc-DF, Guilherme Reineecken, e a primeira dama do DF, Mayara Noronha Rocha.

Conheça o Vira Vida
A metodologia do Vira Vida é dividida em quatro eixos: desenvolvimento humano, que trata da elevação da autoestima e do fortalecimento de vínculos; capacitação para o mercado de trabalho, que vai da educação básica a cursos de formação profissional; qualidade de vida, que inclui cuidados com a saúde física e mental; e empregabilidade.

As técnicas e as ferramentas utilizadas pela equipe multidisciplinar do programa são baseadas em pesquisas do pedagogo Alfredo Gomes da Costa e do psiquiatra Adalberto Barreto. O primeiro trabalha com a pedagogia da presença, na qual a educação é feita por projetos e pela avaliação sistêmica dos alunos, considerando conhecimentos e habilidades. O segundo é autor de teses sobre terapia comunitária, um espaço de escuta e valorização da vida para o resgate da identidade e da confiança em si.

Para a execução da 14ª turma, que tem 95 alunos, há um termo de convênio entre a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF e o Sesi-DF, que destina de R$ 3,8 milhões por meio de emenda do então deputado distrital, atual secretário da Família e Juventude do DF, Rodrigo Delmasso.

A iniciativa tem o apoio de outras instituições do Sistema S – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do DF (Senac-DF), Serviço Social do Comércio do DF (Sesc-DF) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF). O atendimento aos jovens é realizado na unidade Sesi São João XXIII, espaço dedicado exclusivamente ao programa.

São parceiros do processo de inserção socioprodutiva a Fibra, a Caixa Econômica Federal, a Latam Linhas Aéreas, o Ministério Público do DF e Territórios, o Sabin Medicina Diagnóstica, o Sicoob Empresarial e a Urbi Mobilidade. Interessados em contratar jovens formados pelo programa devem entrar em contato pelo telefone (61) 3362-6019.

Texto: Dayane dos Santos
Fotos: Victor Hugo Pessoa/Sesi-DF
Assessoria de Comunicação do Sesi-DF