Trivial para uns, essencial para outros
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- Última Atualização: Quinta, 10 Setembro 2015 19:41
Sesi-DF entrega mais de 200 óculos em Santa Maria, procedimento complementar à Ação Global, realizada em maio passado, para aqueles que foram atendidos na área oftalmológica
Marcar uma consulta oftalmológica, sair com a receita em mãos e, após isso, mandar fazer os óculos podem ser ações triviais para muitas pessoas. Mas para a população carente, que sequer tem acesso a atendimento médico quando necessita, tendo de enfrentar longas filas nos corredores dos hospitais públicos, uma consulta para descobrir o que há de errado “com os olhos”, é uma oportunidade única. E, na última quinta-feira (29/7), o Sesi-DF pode mudar a “visão de mundo” de mais de 200 pessoas, moradores de Santa Maria e Entorno, que foram atendidos durante a Ação Global 2010 – parceria Sesi e Rede Globo, ao entregar os óculos prontos para serem usados, de acordo com os problemas de vista diagnosticados na oportunidade.
Este é o caso do auxiliar de limpeza, Antônio Figueiredo, de 50 anos. O sorriso de felicidade ao receber os óculos tinha um motivo: agora ele pode enxergar de perto. Coisa que não conseguia fazer há anos. “Com os óculos novos, posso fazer tudo melhor. No meu trabalho, por exemplo, poderei assinar o ponto. Quando a caneta falhava, eu não via. Isso não vai mais acontecer”, relata. Mas Seu Antônio não foi o único da família a ser beneficiado. Sua esposa, a dona de casa Maria Mesquita, de 47 anos, também recebeu os óculos de que tanto precisava. “Só o meu marido trabalha em casa. Eu faço crochê para ajudar na renda. Mas eu estava errando o ponto, já que meus olhos ficavam embaralhados”, conta. Dona Maria disse que, com cada pano de prato customizado, ela ganha R$ 7,00 para a casa, o que melhora muito a qualidade de vida da família.
Mas não foi só a família se seu Antônio que foi beneficiada. A senhora Merendolina José, de 74 anos, não acreditava que, finalmente, tinha conseguido o tão sonhado óculos. “Sem óculos eu não reconheço ninguém. Este que uso está muito velho e não funciona mais. E agora, olha só, estou vendo tudo”, diz. Merendolina revela que vive com um salário mínimo, por ser aposentada, e jamais teria condições de comprar os óculos. “Se eu tivesse sido só atendida na Ação Global, minha receita teria ficado guardada na bolsa. Eu não poderia comprar os óculos. Não tenho dinheiro, moça”, acrescenta. E a filha de Merendolina, Josefina Venâncio, de 53 anos, também saiu do Centro de Ensino Médio 404, de Santa Maria – onde houve a entrega dos óculos – enxergando melhor. “Meu marido está desempregado, tenho cinco filhos. Dinheiro quando entra, só pra comida. Receber os óculos de que tanto preciso é um sonho. É uma bênção de Deus”, finaliza.
A criançada também saiu “vendo tudo” do Centro de Ensino. A pequena Ana Keury, de apenas 10 anos, recebeu seus novos óculos. Segundo relatou, ela não estava tirando notas boas no colégio, já que não conseguia enxergar direito “as letras dos livros” ao estudar. “Vou poder estudar mais e melhorar na escola. Não vou mais tirar nota ruim. Agora vou conseguir ler”, diz a menina. Para o pai de Ana, Gilson de Souza, de 30 anos, essa é uma ação social que ajuda justamente a comunidade carente, aqueles que mais precisam. “Busquei os óculos da minha esposa. Minha filha também pegou o dela. Só eu que não fui consultado e não consegui. Mas, são dois óculos a menos. O meu talvez eu consiga comprar”, explica.
Durante o ano de 2009, o Sesi-DF fez campanha com o objetivo de arrecadar armações de óculos. A solidariedade de muitos anônimos foi responsável por esse resultado da Ação Global. No dia do evento, promovido em maio passado, em Santa Maria, as pessoas consultadas puderam escolher a armação que melhor se adaptava ao seu rosto e as receitas das consultas ficaram retidas com o Sesi-DF. Após o evento, as receitas foram enviadas, juntamente com as armações escolhidas por cada paciente, a uma ótica. E, nesta quinta-feira, a oftalmologista do Sesi Taguatinga, Larissa Castelubler, acompanhou a entrega. “Todos eles ganharam dois presentes: a consulta e os óculos. Isso é ganho de qualidade de vida para essas pessoas. Eles ganharam em produtividade no dia a dia e, ainda, no autoestima”, avalia.
Suzana Leite
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