A sustentabilidade começa pelo despertar do consumidor
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- Última Atualização: Quinta, 10 Setembro 2015 19:41
9º Encontro da Rede Sesi Indústria Sustentável, realizada dia 13/6 na Fibra, tratou temas urgentes como resíduos sólidos e sustentabilidade"Tudo está nas mãos do consumidor". A frase impactante foi pronunciada ontem (13/6), pela engenheira arquiteta e urbanista, Maeli Estrela Borges, durante o 9º Encontro da Rede Sesi Indústria Sustentável – que abordou o tema Os Novos Paradigmas da Gestão de Resíduos Sólidos. Ainda na oportunidade, o especialista para Gestão em Excelência, Luis Henrique Silva, falou sobre Aspectos e Impactos Socioambientais nas Organizações. Ele também foi enfático em sua abordagem: "Enquanto nós não acreditarmos no poder que temos, não vamos achar o trilho da sustentabilidade", disse.
Segundo defenderam os palestrantes, o maior trabalho a ser feito, quando o assunto é resíduos sólidos e, claro, a sustentabilidade, há grande necessidade de conscientização do consumidor final. "Penso que cada um tem sua parcela de contribuição. Começando por nós que somos consumidores. Se nós não devolvermos o produto, se não separarmos o material reciclável, se não nos preocuparmos com a coleta seletiva, nunca teremos condições de ter um sistema de logística reversa", pondera Maeli.
Durante o evento, que aconteceu no auditório do edifício-sede do Sistema Fibra, empresários de todo o DF puderam ouvir os conselhos da especialista, que falou sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. "Em primeiro lugar, devemos ter a consciência da urgência de se extinguir os chamados "lixões. Isto é um problema sério. Temos até 2014 para extinguirmos os lixões no Brasil", alertou.
Segundo Maeli, as empresas têm, por sua vez, que fazer seus planos de gerenciamento, inclusive se ela tiver resíduo especial, como a construção civil, por exemplo. "Se a empresa tiver resíduo especial, ela é obrigada a fazer seu plano de gerenciamento de resíduos e implantá-lo depois de aprovado", explicou.
A logística reversa
Para que esses problemas comecem a ser sanados, a urbanista defende a logística reversa. Trata-se de desenvolver um plano que viabilize o fluxo reverso de produtos, seja qual for o motivo: reciclagem, reuso, recall, devoluções, etc. A importância deste processo reside em dois extremos: em um, as regulamentações, que exigem o tratamento de alguns produtos após seu uso (como as embalagens de agrotóxicos ou baterias de celulares); na outra ponta, a possibilidade de agregar valor ao que seria lixo. Há também a reutilização, notadamente com as sobras industriais, partes de equipamentos e sucatas em geral.
De maneira geral, três fatores estimulam o retorno de produtos: a consciência cada vez maior da população para a necessidade de reciclar e de se preocupar com o meio ambiente; melhores tecnologias capazes de reaproveitar componentes e aumentar a reciclagem; questões legais, quando a legislação obriga que as empresas recolham e deem destino apropriado aos produtos após o uso.
Para que a logística reversa aconteça, a urbanista acredita que os impostos devem ser repensados, uma vez que esse processo gera a "bitributação", onerando erroneamente as empresas. "A logística reversa faz com que a indústria acabe pagando duas vezes pelos impostos. Ela paga pela hora em que compra a matéria prima, o produto e, depois, paga depois quando vai vendê-lo novamente", ressaltou. A solução, segundo ela, é propor incentivos fiscais: "Já existe decreto que fala que as indústrias que compram materiais recicláveis têm direito a alguns incentivos, mas esses incentivos têm prazo. Devemos propor novos incentivos que assegurem os direitos das empresas que são socialmente responsáveis pelo lixo que produz", finalizou.
Um por todos
Já o palestrante Luiz Henrique Silva fez tratou sobre sustentabilidade, abordando o tema com projeções para o futuro acerca dos recursos naturais do planeta, com a proposta de sensibilizar os presentes.
Para ele, há uma crise de percepção no mundo como um todo. Em sua explanação, Luiz deixou clara a necessidade da ação individual de cada pessoa, uma vez que é o somatório de todos que fará a diferença. "A população mundial saltou de 1 bilhões para 7 bilhões em apenas 200 anos. A capacidade de regeneração do planeta terra já está esgotada, isso está comprovado. Ou consumimos de forma consciente ou diminuímos a população. Não há outra solução", disse. E finalizou "É o pensar no indivíduo e o despertar do coletivo".
Suzana Leite
Assessoria de Imprensa
Serviço Social da Indústria (Sesi-DF)
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Foto: Davi Fernandes/Unicom Fibra