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Última Atualização: Quinta, 07 Janeiro 2016 16:43

Com o objetivo de dar uma destinação sustentável aos resíduos produzidos pela indústria do Distrito Federal, as equipes de Robótica do Sesi Gama desenvolveram projetos voltados para o reaproveitamento do material descartado pelos setores da Construção Civil e de Madeira e Mobiliário e, também, encontraram uma alternativa para transformar o lixo orgânico em energia. Segundo o presidente do Sistema Fibra, Jamal Bittar, os projetos foram tão bem aceitos que a intenção é disseminá-los e torná-los realidade no cenário industrial do DF. “Nós vamos multiplicar essas ideias nos sindicatos e nas indústrias afiliadas ao Sistema Fibra. São projetos inovadores e muito promissores”, enfatiza o presidente.

Ecological Brick
Para o setor da Construção Civil, os integrantes da equipe Lego of Olympus criaram um bloco de vedação encaixável, feito a partir de rejeitos de obras de alvenaria. O “Ecological Brick”, como foi batizado, pode ser utilizado em diversos tipos de construção, exceto na parte estrutural, em vigas ou pilares. A sua aplicação é simples e não há necessidade de demolição, basta apenas desencaixar e reutilizar o material em outra obra. “Com este projeto, é possível reduzir a quantidade de entulhos produzidos pelo setor e que são descartados de maneira inadequada, bem como reaproveitar toda a matéria-prima da obra, barateando os custos com materiais de construção”, explica a técnica da equipe, Mayra Simon.

A ideia atraiu o interesse do Instituto Senai de Tecnologia da Construção Civil (IST), referência em ensaios técnicos e consultorias no Distrito Federal e entorno, que se dispôs a fazer os testes necessários para comprovar a eficiência do produto. Até o momento, foram elaborados alguns corpos de prova, que seguem em análise. Os custos estimados para a fabricação do “Ecological Brick” são de R$ 1.200,00 para a confecção da forma dos blocos. A unidade do produto sai a pouco mais de R$ 2,00.

Ecomanta

Até pouco tempo atrás não havia utilidade alguma para os resíduos produzidos pela indústria moveleira. Rejeitos, como o pó de serragem, geralmente são descartados sem qualquer critério nos entulhos ou lixões. Diante desta realidade, a equipe Energybots desenvolveu uma espécie de manta termoacústica feita a partir de material 100% reciclável. A “Ecomanta” é composta por pó de serragem de madeira, plástico de garrafa pet e embalagem tetra pak triturada, materiais estes considerados poluidores em potencial. O produto final pode ser utilizado, por exemplo, como forro para residências, fábricas e galpões. Por ser termoacústica, a manta atua, também, no controle da temperatura, equilibrando a sensação térmica dos ambientes.

Para comprovar os benefícios da placa ecológica, a equipe desenvolveu um protótipo do projeto e simulou a aplicação da ideia em uma maquete. Os integrantes da Energybots buscaram inspiração em algumas empresas e vivenciaram na prática o dia a dia da indústria. Eles conheceram os processos da fábrica Arte Nobre Móveis e da indústria que produz a Ecotelha no Distrito Federal. O projeto contou, ainda, com o apoio do Senai-DF nos testes de resistência térmica e mecânica, e inflamabilidade. A validação da instituição consolidou, ainda mais, a ideia inovadora proposta pelos jovens estudantes.

Biodigestor Anaeróbio
A equipe Lego Field enxergou no lixo orgânico a oportunidade de gerar energia, obter retorno financeiro e consequentemente ampliar a oferta de benefícios à sociedade. A ideia audaciosa do time sugere a construção de um Biodigestor Anaeróbio na região do Distrito Federal. Com este mecanismo, toda a matéria orgânica produzida na cidade será processada e revertida em produção energética. Inicialmente, o projeto contempla apenas o DF, tendo em vista que o descarte do lixo na região é feito, em sua maioria, por meio de aterro sanitário. Ao aterrar resíduos orgânicos, há um grande risco de contaminação do solo, das nascentes e do lençol freático.

Segundo levantamento realizado pelos integrantes da equipe junto ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), só nos três primeiros meses de 2015, 93% do lixo do DF foi aterrado. Dados oficiais apontam, ainda, que Brasília tem um gasto superior a R$ 374 milhões com o descarte de resíduos, por ano, e não há registros de retorno do valor investido. Por outro lado, o custo para implantação do Biodigestor Anaeróbio seria de R$ 311 milhões, com um retorno anual de aproximadamente R$ 63 milhões. “Ou seja, em quatro anos, esse modelo pagaria o valor aplicado e passaria a gerar energia para a região e lucro para o investidor”, avalia o técnico da equipe, Atos Henrique Reis. O projeto chamou tanta atenção, que conquistou o primeiro lugar no torneio regional de Robótica, realizado em Vitória (ES), no mês de outubro.

O projeto contou, ainda, com o apoio do deputado distrital Lira (PHS), que patrocinou a impressão em 3D do Biodigestor. O parlamentar ficou encantado com a iniciativa e pretende levar a ideia adiante. Segundo Lira há um grande interesse em tornar esse projeto uma realidade para o Distrito Federal. O novo modelo proposto pelos alunos foi inspirado em ações sustentáveis desenvolvidas em outros países e que trouxeram resultados positivos para a sociedade.

A Robótica no dia a dia do Sesi-DF

Desde os primeiros anos escolares, os estudantes têm acesso à educação tecnológica, disciplina que introduz os conceitos básicos que nortearão a vida acadêmica do aluno do Sesi. A participação da instituição nos torneios de Robótica acontece há três anos e conta com parcerias de excelência como o Senai e a Universidade de Brasília. Com o auxílio e o apoio de profissionais altamente qualificados, os estudantes têm contato com pesquisas científicas, bem como acesso à novas tecnologias e aos processos desenvolvidos diariamente no setor produtivo. Trata-se de um verdadeiro treinamento para os desafios futuros na universidade e no mercado de trabalho. O esforço conjunto de tantos personagens reflete na qualidade e na seriedade dos trabalhos propostos. “O que nós queremos é despertar no aluno o desejo de buscar a inovação em tudo o que aprendem e assim impulsionar o crescimento industrial na região”, afirma o diretor regional do Senai-DF e superintendente do Sesi-DF, Albano Esteves de Abreu.

ASCOM
Assessoria de Comunicação Sistema Fibra
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Telefones: (61) 3362-6008 / 3362-6178
Fotos: Cristiano Costa