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Indústria do Distrito Federal fecha 2015 em queda
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- Publicado: Quarta, 16 Dezembro 2015 11:18
A indústria brasiliense encerrará 2015 com um balanço nada animador. A deterioração das contas públicas, a inflação elevada e a desaceleração da atividade econômica do País, somados ao aprofundamento das dificuldades na economia local, afetaram diretamente o setor industrial do DF, que fecha o ano com queda em todos os indicadores conjunturais - produção, emprego e Utilização da Capacidade Instalada (UCI) - na comparação com 2014. O cenário sombrio também impactou negativamente a confiança do empresário brasiliense, afetando claramente a intenção de investimentos. As expectativas da indústria são de um quadro negativo nos seis primeiros meses de 2016.
Dados da Sondagem Industrial do DF – apurados pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelam que o indicador médio de produção industrial, apurado para o período de janeiro a outubro, passou de 46,4 pontos em 2014 para 38,7 pontos em 2015. Essa piora do indicador aponta maior declínio da produção entre as empresas industriais, isso porque o distanciamento do índice da linha divisória dos 50 pontos revela piora.
O levantamento mostra, ainda, cenário de demissões no chão de fábrica local. O indicador médio de emprego industrial, considerado termômetro da produção de bens e serviços, ficou em 39,6 pontos em 2015 frente aos 47,8 pontos registrados em 2014. Como a pesquisa não gera o número absoluto de empregos eliminados pelo setor, cálculos estimados pela Fibra apontam a eliminação de aproximadamente 4 mil pessoas na indústria da Transformação entre janeiro e outubro de 2015 frente ao mesmo período do ano passado.
O movimento de queda da produção juntamente com o do emprego industrial culminou na redução de 5,6 pontos percentuais na utilização do parque fabril brasiliense em 2015. O nível médio de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria local, apurado para o período de janeiro a outubro, diminuiu de 66,7% em 2014 para 61,1% em 2015 – o que mostra ociosidade nas empresas por falta de demanda.
Na Construção Civil, especificamente, o movimento de queda é corroborado pela desaceleração do Nível de Atividade e pela Utilização da Capacidade Operacional (UCO) das empresas do setor. Em 2015, o indicador médio de atividade, apurado até outubro, alcançou 35,13 pontos frente aos 40,82 pontos observados em igual período do ano passado. Isso aponta maior retração entre as empresas do setor. Como resultado, o Indicador médio de Utilização da Capacidade Operacional (UCO) apurado nos dez primeiros meses de 2015 alcançou 50% frente aos 61% observados em igual período de 2014. Os números são da Sondagem da Indústria da Construção Civil do DF, pesquisa também realizada peça Fibra, em parceria com a CNI e o Sinduscon-DF.
Principais problemas enfrentados pela indústria
Problemas relacionados com a baixa demanda (60,7%), alto custo da matéria prima (32,8%) e carga tributária (27,9%) figuraram como principais entraves à evolução da atividade industrial em 2015. Percebe-se que há novos fatores têm tirado o sono dos empresários. A preocupação com a carga tributária, que em 2014 ocupava o primeiro lugar no ranking dos principais problemas, deu lugar, em 2015, a itens relacionados com a demanda e os custos empresariais. Essa reversão revela o impacto da deterioração do ambiente econômico sobre a atividade industrial.
“A Fibra desenvolveu, ao longo de 2015, um conjunto de ações que tem como objetivo minimizar os efeitos da crise nas empresas industriais em 2016. A Casa realizou intervenções na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no Plano Plurianual (PPA), entre várias outras iniciativas, no sentido de contribuir, junto ao governo, na construção de marcos regulatórios capazes de reverter o quadro de pessimismo predominante na indústria em 2015”, esclarece o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar.
Confiança industrial e expectativas para 2016
A piora das contas públicas e as dificuldades para se construir politicamente o ajuste fiscal necessário afetaram negativamente as decisões dos agentes econômicos, aumentando a insegurança jurídica, a imediata redução dos investimentos e do consumo interno. O resultado da conjugação de fatores econômicos afetou negativamente a confiança do empresário brasilense em 2015.
O Índice médio de Confiança do Empresário Industrial – ICEI/DF, apurado pela Fibra e pela CNI, nos onze meses de 2015, alcançou 38,7 pontos frente aos 47,4 pontos registrados no mesmo período do ano passado. Esse quadro tem implicações diretas sobre a intenção de investimentos industriais. “Com a confiança em queda, as decisões de ampliação das empresas e aquisição de máquinas e equipamentos acabam sendo adiadas ou até mesmo desestimuladas, cenário que só tem a agravar o desemprego”, avaliam técnicos da Fibra.
A manutenção do quadro de arrefecimento da atividade industrial em 2015 também acabou afetando as expectativas empresariais. De acordo com dados da Sondagem Industrial e da Sondagem da Indústria da Construção no DF, os empresários esperam um cenário negativo para os primeiros seis meses de 2016. Ambos os levantamentos apontam manutenção da tendência de queda na produção, no emprego e no nível da Utilização da Capacidade Instalada (UCI).
Suzana Leite
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