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ViraVida transforma a história jovens por meio da qualificação profissional

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Cristina Souza* (19) é cidadã brasileira, mas, ao longo de sua - ainda jovem - vida, não teve acesso aos direitos constitucionais assegurados à sociedade. Saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade, e, claro, estar à salvo -  conforme o artigo 227 - de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão não fazem parte da história da jovem. Furtada de seu próprio futuro, e mergulhada no mundo das drogas nos becos do DF, Cristina previa, para si, as grades geladas da cadeia ou, até mesmo, o fim amargo, mas não tão incomum, de uma morte prematura.
Mas este não foi o fim da jovem. Em novembro de 2014, ela deparou-se com o ViraVida, um dos exemplos bem sucedidos do País de como a educação e a qualificação profissional podem transformar a vida de adolescentes e jovens. Cristina trocou as drogas pelos cadernos, as noites nas baladas pelas olheiras causadas pelos estudos, um futuro incerto por uma carteira de trabalho assinada.
Realizado pelo Sesi-DF em parceria com diversas outras instituições, o ViraVida promoveu, na última quinta-feira (17/3), a formatura de 42 estudantes. Ao longo de um ano, os jovens saíram diplomados nos seguintes cursos profissionalizantes: Operador de Computador (160h); Automação residencial (200h); Montador e reparador de microcomputador (160); Oficina de Noções de automobilística (54h), pelo Senai-DF, e em Informática básica (200h); Auxiliar administrativo (220h) e Recepcionista (200h), pelo Senac-DF. Para tanto, a turma foi dividida em duas e os próprios alunos puderam escolher a qualificação pretendida. Além disso, todos os alunos fizeram 64h de oficinais com temas preparatórios para o mercado de trabalho.
Ainda no palco da formatura, Cristina foi surpreendida com o anúncio de sua contratação pela empresa Call Tecnologia. Em lágrimas, ela declarou: “Antes do ViraVida, eu achava que não tinha futuro. Eu que antes não conhecia o amor, encontrei o amor nesse programa e aprendi a amar. Eu que não conseguia amar nem ao meu próprio filho, hoje posso afirmar que o amo. Amo minha avó. Amo a mim. Muito obrigada à vocês, que mudaram a minha história”. Dos 42 alunos, 60% já estão inseridos no mercado de trabalho, em empresas e organizações parceiras como a TAM; Caixa Econômica; BRB; Unitintas; Ministério Público do DF e Territórios; Defensoria Pública; Outback; Clube da Aeronáutica, entre outros.
Mas para conseguir o tão sonhado emprego, Cristina precisou não somente de qualificação profissional. Como ela, a grande maioria dos jovens chegou ao ViraVida sem escolaridade básica. Desta forma, por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), promovida pelo Sesi-DF, os participantes do programa tiveram elevação da escolaridade cursando até as séries finais. Dos formandos, 81% encontram-se, agora, aptos para cursar o Ensino Médio na rede pública. “Nossos alunos foram acompanhados individualmente, cada um em sua particularidade, para que conseguissem êxito nos estudos”, explica a coordenadora do Programa no Sesi-DF, Maria Aparecida Lima. Ela ressalta: “Cristina foi nossa aluna nº 1. Ela realmente nos surpreendeu com sua determinação e vontade de mudar”.
E não para por aí. A proposta do ViraVida é socioeducativa e conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar, integrada por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, entre outros. “Destaco o módulo de Desenvolvimento humano e psicossocial, que trabalhou a capacidade de superação dos jovens, o autorreconhecimento, os valores, a cidadania e a ética. A equipe também atuou com visitas domiciliares e acompanhamento e encaminhamento dos jovens aos equipamentos públicos”, complementa, muito orgulhosa, Maria Aparecida.
A formatura
A cerimônia de formatura do ViraVida lotou a Sala Yara Amaral do Sesi Taguatinga. Familiares, empresários, líderes sindicais, representantes de ONG’s e de órgãos do governo participaram deste momento.
Na ocasião o presidente da Fibra e grande entusiasta do programa, Jamal Jorge Bittar, falou da grande satisfação de o Sistema Fibra participar tão profundamente da história dos jovens formandos. “Tenham certeza que vocês são muito mais que vencedores que qualquer de um de nós, nessa vasta plateia”, disse.
Gilberto Carvalho, presidente do Conselho Nacional do Sesi, comentou o quanto a sociedade faltou com esses jovens. “Deus nos criou todos iguais, sem a miséria e a exclusão. Mas essa não é a realidade que vivemos. E quando a sociedade dá oportunidade aos jovens, eles agarram com unhas e dentes. Isso me encanta, esse aspecto redentor do programa”, ressaltou.
O ViraVida
O ViraVida é uma iniciativa do Conselho Nacional do Sesi e, atualmente, é desenvolvido em 20 estados, mais o DF. Na capital federal, o ViraVida foi implantado em 2009. Esta é a nona turma a ser concluída pelo Sesi-DF. Ao todo, 450 matrículas foram realizadas no DF nos últimos anos. Atualmente, há uma turma em andamento – fora a turma formanda – com 52 alunos em salas de aula.
*Cristina Souza é um nome fictício para preservar a identidade da aluna. 
Suzana Leite
Assessora de Imprensa da Presidência
Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra)
e-mail:suzana.leite@sistemafibra.org.br
Telefones: 3362-6139 / 9956-2447
Fotos: Cristiano Costa/Sistema Fibra

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