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3 Day Startup Connection qualifica empreendedores na Fibra

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Três dias de completa imersão no mundo do empreendedorismo. Assim foi o fim de semana dos jovens que participaram do U.S Brasil Startup Connection – Brasília, evento promovido pelo Instituto Brasília de Tecnologia e Inovação (IBTI), em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Todo o programa é desenvolvido com base no programa 3 Day Startup (3DS), que foi desenvolvido na University of Texas at Austin, e visa qualificar jovens com perfis empreendedores e motivá-los a desenvolver suas próprias startups.

Para o diretor-presidente do IBTI Claynor Mazzarolo, programas como o 3DS contribuem substancialmente para a formação de um bom habitat de inovação. “Entre as ações do bloco de ação do IBTI, existem outras atividades como esta sendo desenvolvidas, inclusive para a parte de incubação de negócios. É uma corrente virtuosa que se forma primeiro com a presença de pessoas sendo preparadas para serem empreendedores e recebendo condições para que possam desenvolver suas ideias. Posteriormente, é preciso dar condição para que essas ideias virem negócios, porque só assim haverá geração de empregos no Brasil, que é a nossa grande meta”.

Além de qualificar, o 3DS é também o primeiro passo para jovens que pretendem desenvolver projetos inovadores próprios ou dentro de grandes empresas. Segundo o facilitador internacional do programa, Alysson Diego Marafon, muitas ideias que parecem ser brilhantes não funcionam pois os empreendedores falham em testá-las no mercado antes de torná-las em produtos e serviços. “Acreditamos que o empreendedor precisa aprender sobre os problemas do mercado na prática, indo a campo e conversando com os clientes potenciais, antes de investir o primeiro real na ideia. O principal motivo de falha de novas empresas está relacionado com a identificação das reais necessidades do mercado.” Para Marafon, outros dois grandes obstáculos que empreendedores enfrentam são a modelagem inicial do negócio e sua apresentação para invetsidores. “Nós utilizamos uma abordagem lean de modelagem de negócios, que permite aos empreendedores visualizar a futura empresa de forma ampla e simples, e rapidamente construir protótipos baratos da futura solução. Além disso, preparamos os empreendedores para a captação de capital mediante a construção e performance de pitches para investidores.”

Marafon é paranaense e atualmente mora nos EUA. Ele conhece bem a cultura dos dois países no que se refere ao espírito empreendedor e destaca que o brasileiro tem um grande potencial a ser explorado. “Muitos brasileiros ainda pensam que empreender depende de uma invenção extraordinária ou de muito dinheiro. A cultura americana é diferente em relação a isso. Os jovens são incentivados a se arriscar com suas ideias desde o Ensino Médio à Universidade. É claro que, para isto, existe um ecosistema completo e integrado de programas como o 3DS, incubadoras, aceleradoras, investidores e instituições de ensino. A ausência deste ecosistema no Brasil faz com que o potencial criativo e inovador dos nossos jovens seja pouco explorado. Por isso, acredito que programas como o 3DS podem gerar resultados significativos no Brasil, inclusive mais substanciais do que os que vemos lá”, explica.

A edição do U.S Brasil Startup Connection realizada em Brasília recebeu 219 inscrições, mas apenas 55 jovens foram selecionados para participar das atividades. Na terça feira (17/05), eles se reuniram no edifício-sede da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) para conhecer o local onde iriam trabalhar nos próximos dias e receber orientações quanto à programação e metodologia do evento. Via videoconferência, os estudantes conversaram com o fundador do 3DS Cam Houser, que deixou uma importante missão: os participantes deveriam pensar durante os próximos dois dias sobre possíveis oportunidades de negócios. As ideias deveriam ser apresentadas para todo o grupo na sexta-feira (20), primeiro dia do programa.

First day

Como no mundo dos negócios, missão dada é missão cumprida, os jovens empreendedores seguiram à risca a orientação de Cam e chegaram para a abertura das atividades repletos de ideias. Mas não só de criatividade vivem os empresários. Também é preciso saber estabelecer prioridades, trabalhar em equipe e reconhecer que, em alguns momentos, é melhor abrir mão dos próprios projetos para se dedicar ao que outra pessoa propõe. Talvez isto não seja uma tarefa tão fácil, mas todos os participantes tiveram que passar por esta fase ao votar entre si e escolher quais ideias seriam desenvolvidas durante o fim de semana. Num primeiro momento, foram formados pequenos grupos que deram início aos pitches preliminares. Dali saíram 23 pré-projetos que, logo em seguida, foram votados e reduzidos aos oito mais bem aceitos. Assim, estavam definidos os temas a serem trabalhados até o fim do programa.

Ao chegar no Brasil para dar início aos trabalhos, Cam Houser ressaltou a importância da constante inovação no mundo dos negócios e demonstrou muita empolgação em relação aos participantes. “O mundo está mudando muito rápido e essa é a razão para existirem inovações. É muito excitante a possibilidade de trocar informações, aprender e ensinar. E quando isso é feito por pessoas entusiasmadas, existe uma chance muito maior de surgirem grandes ideias e projetos. Eu já estou sentindo uma energia incrível aqui em Brasília. Os estudantes têm iniciativa, criatividade e gostam de discutir. Eles estão muito motivados, colaborando uns com os outros e abertos a receber novas ideias. Isso é maravilhoso! ”, destaca o americano.

Após a votação, os jovens tiveram a liberdade de escolher em qual grupo gostariam de se inserir, de acordo com as afinidades e interesses pessoais de cada um. Feita a divisão, eles começaram a debater sobre o desenvolvimento dos projetos. E assim se encerrou a primeira noite do 3 Day Startup em Brasília que, logo no primeiro dia, já causou boa impressão no carioca Luciano Vargas. O estudante de engenharia eletrônica veio do Rio de Janeiro especialmente para participar do programa, e precisou de pouco tempo para sentir a boa energia dos empreendedores brasilienses. “Estou achando o máximo ter contato com pessoas de áreas diferentes. É um intercambio constante de ideias e isso está me fazendo sair da minha zona de conforto e abrir a mente para visões diferentes. Eu vim para Brasília pensando em desenvolver e empreender e vou voltar para o Rio com o sentimento de missão cumprida. Estou dialogando bastante, conversando com muitas pessoas, desenvolvendo ideias e ainda conheci a cidade que é muito bonita e aconchegante”, conta o carioca.

Second day

O segundo dia do programa começou bem cedo! Às 9h da manhã os empreendedores já estavam novamente reunidos na sede da Fibra. Com algumas ideias levemente definidas, o objetivo agora era fazer uma pesquisa de campo com os possíveis clientes para checar os reais problemas que os futuros negócios viriam a resolver. Os jovens visitaram empresas locais, conversaram com potenciais parceiros e identificaram os gargalos e dificuldades de cada segmento. Com uma visão mais ampla sobre ao ambiente de negócios pretendido, novos pitches foram realizados. Desta vez com a participação de mentores locais que contribuíram por meio de questionamentos, análises, críticas e sugestões. Após as avaliações, era a hora de corrigir as distorções e aprimorar as ferramentas que estavam sendo desenvolvidas de forma correta.

Para o jovem estudante de direito Gabriel dos Reis, essas orientações sobre como criar e manter uma startup são fundamentais para quem pensa em ter o seu próprio negócio. “É uma experiência bem intensa ter apenas três dias para desenvolver uma startup. Mas é muito legal ver o crescimento do projeto desde o pitch inicial até a apresentação final. Eles nos deram instruções muito boas sobre validação de projeto e sobre a importância do planejamento. E esses conhecimentos devem ser levados para o resto da vida como empreendedor”, afirma.

Mesmo com o cansaço, os jovens não perderam o foco e continuaram concentrados nas atividades do programa. Já era madrugada de sábado quando o último grupo deixou o prédio da Federação para garantir algumas horas de sono antes da apresentação final.

Third day

Com os protótipos avançados, no último dia, os empreendedores tiveram que cuidar dos detalhes do projeto e preparar o pitch final. Em clima de despedida, os jovens apresentavam um misto de ansiedade e animação.  Mariana Arrechea foi a responsável por apresentar o pitch inicial do aplicativo “Make Sure”. A ideia foi aceita pelos outros participantes e o projeto foi desenvolvido durante o fim de semana. Contente e orgulhosa, a jovem explica em detalhes como funciona a criação: “É uma plataforma de comparação de produtos cosméticos. Minha ideia foi facilitar a vida das compradoras, para que elas se sintam mais seguras na hora de escolher e adquirir o produto. O aplicativo levanta o perfil do consumidor e indica os produtos que são mais adequados, sem opiniões pessoais ou publicidades pagas por grandes empresas para anunciar determinado item”. Sobre o processo de desenvolvimento, Mariana reconhece que trabalhar com pessoas de diversas áreas pode ajudar não apenas na criação, mas na elaboração dos protótipos. “A ideia foi minha, mas eu fui abraçada por todos os participantes do meu grupo. Tive muita sorte porque trabalhei com colegas que entendem de business inteligence, de tecnologia e, quando unimos nossas competências, conseguimos desenvolver toda a base para o aplicativo. Com os conhecimentos adquiridos no programa, nós conseguimos ver como é o mercado. Fizemos pesquisas de campo, identificamos os riscos e agora é muito mais fácil empreender porque ganhamos segurança e vimos que o negócio é viável. Precisamos muito de mais eventos como este por que o Brasil tem capacidade inovadora espetacular, só falta incentivo”, destaca a jovem.

O jovem paulista Vinicius do Rego também ficou contente com a experiência. Ele já participa da criação de um protótipo que atualmente está sendo desenvolvido em Orlando, na Flórida. Mas, nem por isso, os trabalhos estão parados aqui no Brasil. Vinicius veio de São Paulo exclusivamente para participar do 3DS em Brasília e buscar novas alternativas para o device “Digital Human Diagnostic”. “Nós estamos trabalhando num dispositivo que faça diagnósticos rápidos e de baixo custo de novas doenças. Nós vamos apresentar o nosso pitch, explicar os gastos, os lucros e a proposta de solução para o problema social que já existe. Já tínhamos algumas ideias, mas participar do programa foi incrível, pois traz concretude ao que é empreender socialmente e cientificamente. Aqui aprendemos que para ser um empreendedor, você precisa ter um bom pitch, um bom business module e conquistar um bom investidor. Outra fase muito importante foi a costumer discovery. Ela possibilita analisar as necessidades do mercado e prover soluções. Isso evita criar um produto, fazer o investimento e não ter uma boa aceitação”.

O jovem explica que depois da pesquisa de campo, o grupo optou por mudar um pouco o projeto inicial ao identificar novos gargalos que não tinham sido considerados no pitch inicial. “A gente começou pensando num diagnostico rápido para a Aids, mas ela já está sendo atendida pelo governo. Logo, existem outras doenças precisando mais do dispositivo. Então, decidimos colocar o diagnóstico para a Zika. Mas a ideia é ter no futuro uma única máquina com diferentes microchips e que faça o diagnóstico de várias doenças diferentes”.

Ao fim do terceiro dia de atividades, os jovens e os mentores comemoraram o sucesso do programa e agora se preparam para continuar o desenvolvimento dos protótipos apresentados para que, quem sabe em breve, estejam disponíveis para o uso da população.

Inovação e o Parque Tecnológico Capital Digital

Além de qualificar os jovens estudantes do país, o 3DS tem um outro papel muito importante ligado ao desenvolvimento dos parques tecnológico de Belém e de Brasília, conforme explica o diretor-presidente do IBTI Claynor Mazzarolo: “Nos parques, as pessoas normalmente ficam querendo observar prédios, mas ele se faz sobretudo de gente, de empreendimentos, de capacidade inovadora e empreendedora. A nossa motivação para realizar um programa a exemplo do 3 Day Startup é o Parque Tecnológico Capital Digital. Assim como em Belém, em que nós levamos o U.S Brasil Startup Connection em função do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá. Isso tudo faz parte de uma estratégia e de um plano de ação que graças a Deus estamos executando de forma bastante auspiciosa e, com isso, poderemos ter muitas empresas de base tecnológica aqui no DF”, afirma. 

Aline Porcina
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra)
E-mail: aline.costa@sistemafibra.org.br
Fotos: Cristiano Costa/ Sistema Fibra

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