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Atividade industrial ainda está em queda no DF
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- Publicado: Sexta, 23 Março 2018 15:52
A indústria do Distrito Federal iniciou 2018 em queda, mas em ritmo menos intenso do que o verificado em 2017. A produção industrial fechou o mês de janeiro em 41,6 pontos, contra 34,3 do mesmo mês do ano anterior. O mesmo acontece com o emprego. A utilização da capacidade instalada ficou estável. Os dados são da Sondagem Industrial do DF, pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-DF), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A utilização da capacidade instalada ficou em 59% no estudo mais recente, mesmo índice registrado nos meses de janeiro de 2016 e 2017. Isso mostra estabilidade na capacidade instalada do parque fabril brasiliense, o que pode representar o encerramento do ciclo de queda da atividade da indústria. O indicador de evolução do número de empregados alcançou 46,3 pontos contra 43,3 pontos no mesmo mês do ano passado – o que sinaliza melhoria, na medida em que o índice se aproxima da linha divisória dos 50 pontos.
A desaceleração na indústria brasiliense intensificou-se em 2015 – ano em que o País passou pela pior crise econômica das últimas duas décadas –, quando o conjunto de indicadores que compõem a Sondagem caiu aos menores níveis registrados pela série histórica. Em janeiro do referido ano, por exemplo, a produção e o emprego ficaram em 34,9 pontos e 40,5 pontos, respectivamente. Contudo percebem-se quedas mais suaves nos anos subsequentes, o que sinaliza que a indústria caminha para recuperação.
Segundo o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, o fato de a indústria do Distrito Federal estar voltada basicamente para a produção de bens de consumo não duráveis e semiduráveis, como alimentação e vestuário, por exemplo, faz com que nossa demanda esteja relacionada ao poder de compra dos salários dos trabalhadores. “Esse fato torna o crédito para o consumo uma variável importante para a economia local. Precisamos de ter juros menores para crédito”, defende o presidente.
Expectativas
Embora os números ainda indiquem desaquecimento da atividade industrial brasiliense, o cenário negativo deve mudar no curto prazo. Isso porque os empresários iniciaram o ano mais otimistas, principalmente em relação à demanda e, por consequência, à aquisição de matérias-primas quanto aos próximos seis meses. O indicador de evolução da demanda ficou em 58,2 pontos em fevereiro frente aos 56,3 pontos observados no mesmo período do ano passado. Já o indicador de compras de matéria-prima alcançou 55,7 pontos – 3,8 pontos a mais que em 2017.
Contudo a pesquisa mostra que o empresário da indústria local permanece receoso em expandir a capacidade produtiva, que se dá por meio da compra de máquinas e equipamentos. O índice de intenção de investimentos fechou fevereiro em 42 pontos, ainda menor do que o verificado em fevereiro de 2017 (46,7 pontos).
Texto: Suzana Leite