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Carta da Indústria do DF: foi dado o primeiro passo

No fim de semana - de 18 a 20 de setembro -  a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) reuniu, aproximadamente, 70 empresários da indústria do DF, no Fazenda Hotel Mestre D’armas, para o 3º Encontro Regional da Indústria, com o objetivo de dar o primeiro passo para a elaboração da Carta da Industria do DF. Este documento reunirá o posicionamento dos empresários do segmento quanto aos temas Política Econômica, Relações de Trabalho e Sindical, Economia Internacional, Inovação e Meio Ambiente. Veja fotos do 3° Encontro Regional da Indústria.

Os temas abordados no encontro fazem parte da agenda de interesse do País, fruto de estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que visa manter sempre em pauta as discussões sobre o desenvolvimento e a competitividade da indústria.

No auditório lotado, encontraram-se empresários dos seguintes segmentos industriais: da construção civil, metalurgia, informação, gráfica, eletroeletrônica, vestuário, alimentação, madeira e móveis, grãos e lavanderia. Estiveram presentes, ainda, acadêmicos especializados que, no primeiro dia de atividades, fizeram, cada um, uma palestra abordando as principais questões que envolvem esta agenda, com foco nas especificidades locais, sem é claro, se perder das políticas de nível nacional.

Para o diretor-secretário da Fibra, Pedro Henrique Achcar Verano, que coordenou o Encontro pela primeira vez, “o saldo das discussões foi de alto nível e, sem dúvida, teremos uma publicação com conteúdo que reflita com maior precisão o pensamento do industrial e isso será possível em virtude de termos unido dois fatores fundamentais, que são o conhecimento técnico dos especialistas e a experiência do empresário quanto às dificuldades e gargalos que enfrentam no dia a dia, o que emperra a produção e o desenvolvimento da indústria.”

No segundo dia de trabalho, os empresários foram divididos em grupos que contaram com integrantes que representavam cada um dos segmentos organizados da indústria local, como forma de manter o equilíbrio e a defesa de interesses de todas as categorias. As propostas originadas dos seis grupos de trabalho foram apresentadas em plenária para todos os participantes que discutiram e referendaram a síntese das discussões que agora será compilada na Carta da Indústria.

Viés da Indústria
Antônio Flávio Testa, sociólogo e antropólogo formado pela Universidade de Brasília, especialista em Planejamento Estratégico, Planejamento Urbano e Administração Pública, monitorou os trabalhos do grupo Inovação, com abordagem voltada para a tecnologia e a produtividade industrial. Para o professor, na visão do poder público federal, “há um volume crescente de produção científica, porém há escassez de inovações. Portanto, a expansão do conhecimento não é proporcional ao aproveitamento econômico desse conhecimento.” Por outro lado, “tem se dado pouca importância ou incentivo à contribuição de pesquisadores e especialistas no desenvolvimento de projetos nas empresas”.

Na temática Relações do Trabalho e Sindical, assunto que nunca sai de pauta, a Fibra levou ao encontro dos empresários o consultor Sormany Demosthenes Póvoa Ribeiro, advogado especialista em Direito Material e Processual do Trabalho, que trabalhou sua temática inicialmente fazendo um paralelo entre os princípios do direito do trabalho e os princípios do sistema produtivo. Para ele, “é preciso superar alguns mitos do capital versus trabalho e, mais que isso, as empresas têm que investir em consultoria jurídica e contábil; recrutar pessoal qualificado; investir em ações de saúde, higiene; segurança do trabalho; treinamento e capacitação e lazer. Por outro lado, é necessário que se difunda que as conquistas do sistema produtivo é resultado de uma conquista social.” Já na opinião do presidente da Fibra, Antônio Rocha, há uma inversão de valores nas relações do trabalho. Em muitos casos, um passivo trabalhista chega a custar para a empresa todo o seu patrimônio. Ele defende a realização, urgente, de uma ampla reforma no sistema trabalhista brasileiro. Para o ex-presidente da Fibra e empresário do segmento de TI, Antonio Fábio Ribeiro, o nome Consolidação das Leis do Trabalho é um equívoco. “A consolidação é das leis do emprego”, concluiu ele ao endossar as palavras do presidente da Fibra.

Ao encerrar os trabalhos do 3º Encontro Regional da Indústria, o presidente da Fibra agradeceu a disposição dos líderes sindicais, que muitas vezes abrem mão de suas vidas pessoais para trabalhar pelo desenvolvimento do setor. “Reunimos os representantes da força da indústria do Distrito Federal e, assim, considero que o sucesso do evento poderá ser constatado na qualidade das proposições que teremos a possibilidade de consolidar e publicar em defesa dos interesses da indústria do Distrito Federal.”

A Carta da Indústria do DF, contendo todos os posicionamentos - objeto de discussão dos empresários - deverá ser publicada no final da primeira quinzena de outubro. Além de ser encaminhada à CNI, o documento servirá de subsídio para os empresários do DF que participarão do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), realizado pela Confederação, em novembro próximo. Por fim, a Carta será também entregue ao Governo do Distrito Federal e Legislativo Local, de forma que o posicionamento da indústria chegue a todos as esferas que podem trabalhar em benefício do fortalecimento do setor.

Programa de Desenvolvimento Associativo
Aproveitando a oportunidade em que estavam reunidos os líderes dos sindicatos patronais da indústria, a Fibra convidou a técnica responsável pelo Programa de Desenvolvimento Associativo da CNI - PDA, Camila Cavalcante, para um balanço sobre as atividades do programa em 2009 e os planos para 2010.

Quanto à capacitação de lideranças sindicais, nos 8 módulos realizados na Fibra, a média atribuída pelos participantes no que se refere à satisfação dos participantes foi de 4.5, numa escala máxima de 5. Além da capacitação, no DF, ainda foi contemplada a realização dos planejamento estratégicos dos sindicatos, já concluído pelo Sindimam, e em fase de elaboração em todos os outros.

O destaque da Fibra em âmbito nacional ficou por conta do Sistema Integrado de Gestão e Arrecadação e à informatização das entidades de classe, ambos implantados integralmente nos dez sindicatos filiados à Federação. No que se refere à divulgação destas instituições, a CNI criou um portal que abriga páginas dos sindicatos de todo o País, o que foi muito bem recebido por todos os empresários.

Para 2010, o PDA dará continuidade na realização das capacitações; criará um modelo único de boletim para os associados; desenvolverá um portifólio personalizado para cada sindicato; implantará o programa Sindicato Legal – que terá uma cartilha com as principais informações sobre a regularização das instituições; criará o programa Clube da Indústria –  regulamentando o beneficio dos descontos em produtos e serviço dos sindicatos apenas para associados; além disso o programa disporá de um sistema de assessoria presencial, que tem como objetivo tornar os problemas dos sindicatos cada vez mais próximo e de fácil compreensão.

Assim, o PDA cumpre a missão de ampliar e legitimar a representatividade e eficácia dos sindicatos patronais, diretriz prevista, inclusive, no planejamento estratégico da CNI. Para Camila, “a CNI vem trabalhando no fortalecimento dos sindicatos, recomendando que as federações estimulem os sindicatos associados a elaborarem projetos de promoção associativa junto às indústrias. Só será possível aumentar o número de empresas filiadas aos sindicatos se eles forem fortalecidos, conclui.”

Vânia Mara F. Gasperin
Foto: Cristiano Costa/Imagem S.A

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