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Coprocessamento protege o meio ambiente e traz economia

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A Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) sediou na tarde de quarta-feira, 19 de setembro, o seminário Coprocessamento de Resíduos. O evento foi realizado pela Federação em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF e pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Alternativa sustentável e adequada à destinação de resíduos, o coprocessamento os integra, de forma segura, ao processo de fabricação do cimento.

O seminário foi dividido em dois painéis, que abordaram o panorama do coprocessamento no Brasil, a gestão dos resíduos sólidos e o potencial para recuperação energética, a geração de combustível derivado de resíduos no DF e o licenciamento ambiental para coprocessamento.

“Muitas vezes, quando falamos em indústria, já pensam em poluição, mas isso acabou. E o coprocessamento é um passo importante que mostra isso, uma vez que não gera nenhum resíduo. Espero que esse seminário tenha como conclusão a vantagem imensa que o coprocessamento tem para a sociedade em todas as áreas”, disse, na abertura do seminário, o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar.

O coprocessamento de resíduos e biomassa substitui parte do combustível fóssil na fabricação de cimento. Isso contribui para reduzir o uso de recursos naturais não renováveis e a emissão de CO², além de diminuir o volume do que é enviado ao aterro sanitário. O forno de cimento garante a total eliminação térmica dos resíduos e a incorporação das cinzas no processo de fabricação, sem comprometer a qualidade do produto.

Por enquanto, as cimenteiras de Brasília só podem fazer o coprocessamento de pneus, não de outros resíduos, como os industriais, os urbanos (comerciais e residenciais) e os da agricultura. Apenas Minas Gerais, o Paraná, o Rio Grande do Sul e São Paulo têm regulamentação nesse sentido.

O coprocessamento como destinação de resíduos aumenta a vida útil dos aterros e, assim, contribui para a redução dos gases de efeito estufa, tanto pela não geração de metano da decomposição do lixo quanto pela substituição como combustível em função de seu conteúdo de biomassa. “Não existem muitas razões para que isso não se efetive. Hoje em dia, a gente tem maturidade no licenciamento, tem maturidade no uso e no controle dos processos”, disse o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fibra, Marcontoni Montezuma. Ele destacou o fato de o seminário reunir entes decisivos para que isso se torne realidade no DF.

A utilização de resíduos em fornos de cimento como substitutos de combustíveis e matérias-primas convencionais atende ao preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos e contribui para a economia circular. Em 2016, o Brasil destruiu aproximadamente 1 milhão de toneladas de resíduos em fornos de cimenteiras. “Nesse sistema, os resíduos são transformados em potenciais subprodutos ou outros materiais, promovendo a reciclagem, a reutilização e a recuperação. A indústria do cimento do Brasil vem utilizando resíduos em seus fornos desde a década de 1990 e atualmente a substituição térmica está em torno de 10%. Na Europa, chega a 90%”, explicou presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland, Paulo Camillo Pena.

O presidente do Ibram, Aldo César Vieira, mostrou-se favorável à ampliação do coprocessamento no Distrito Federal. “Além de trazer benefício para a indústria quanto ao custo do produto, você ainda vai movimentar uma cadeia. No final, é um processo que vai beneficiar a sociedade como um todo. Espero que essa parceria para tratar desse assunto continue, não só com o setor produtivo, mas também com o Ministério Público, que está conosco nesse esforço.” A promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Cristina Rasia também participou do debate.

O secretário de Meio Ambiente, Felipe Ferreira, completou: “O coprocessamento é solução, é energia renovável, é destinação de resíduo. Espero que ainda neste ano a gente consiga dar uma solução a essa questão”.

Veja a galeria de imagens.

Texto: Aline Roriz
Foto: Moacir Evangelista/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

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