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CEB detalha plano de reestruturação da estatal ao setor produtivo
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- Publicado: Terça, 25 Junho 2019 14:01
Na noite de segunda-feira, 24 de junho, diretores da Companhia Energética de Brasília (CEB) reuniram-se com representantes de entidades do setor produtivo para tratar sobre a abertura de capital da companhia. O encontro, na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), no Setor de Indústria e Abastecimento, foi promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF (Codese-DF).
O diretor-presidente da CEB, Edison Garcia, e o diretor financeiro da CEB Distribuição, Armando Casado, apresentaram relatórios e números que comprovam o desequilíbrio econômico que a empresa enfrenta nos últimos anos. A CEB gasta mais do que arrecada e vem administrando esse desequilíbrio por meio da venda de ativos. Em 19 de junho, o conselho de acionistas aprovou uma proposta para que 51% das ações da CEB Distribuição sejam vendidas à iniciativa privada. “O modelo de negócio que melhor atende aos interesses da companhia é a alienação do controle da CEB Distribuição, de forma que ela deixe de ser empresa pública e ganhe a celeridade e a eficiência da gestão privada, mantendo as estruturas de geração de energia, de forma que a gente tenha um grupo equilibrado”, explicou Garcia.
Em razão da situação financeira, a empresa descumpriu cláusulas contratuais e poderia perder a concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para explorar a distribuição de energia no DF. “Se o setor produtivo ou as residências não tiverem energia para atender a suas necessidades, nós não vamos cumprir o foco maior da CEB Distribuição, que é a transferência da energia da usina para o distribuidor”, disse o diretor-presidente da estatal.
O vice-governador do DF, Paco Britto, e o secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, André Clemente, também estiveram no encontro. “Nós não queremos fazer, nós precisamos fazer essa abertura de capital, que é uma exigência do governo federal para que nos enquadremos, e para dar mais eficiência à CEB. Temos que fazer a abertura para modernizar e atender a todos”, afirmou o vice-governador.
O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar, manifestou apoio à proposta. “Esse relato da CEB mostra a tragédia que a companhia vive. E a expectativa de recuperar números tão assustadores é bastante estimulante. Qualquer companhia estatal precisa de intervenção, no sentido de boa gestão e boas práticas de governança.”
O presidente do Codese-DF, Paulo Muniz, reforçou que o conselho já tinha proposto no documento O DF que a Gente Quer, lançado durante a campanha eleitoral no ano passado, a abertura de capital como solução para a crise das empresas públicas do DF. “Precisamos dar mais dinamismo para essas companhias. Nós, do setor privado, vemos a proposta com bons olhos e a apoiamos com certeza”, afirmou Muniz.