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“Políticas Público-Privadas são a alternativa”

Em palestra na Fibra, consultor da ONU defende novas formas de utilização de resíduos sólidos e diz que, para o Brasil aproveitar bem o lixo, é preciso buscar parcerias com empresas e governo.

O doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e consultor das Organizações das Nações Unidas (ONU), Sabetai Calderoni, disse, em palestra na Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), que os setores produtivos do Brasil continuam atrasados na questão dos resíduos se comparados com os de outros países. Segundo o doutor, “embora as pessoas estejam mais conscientes sobre a questão ambiental, ainda temos aterros por todo o País”. Para ele, os aterros, populares lixões, são uma medida ruim para o meio ambiente. E afirma: “menos de 10% do lixo produzido no Brasil é reaproveitado, deixando o País de investir o equivalente a R$ 17,8 bi todos os anos em setores como saúde e educação”. As afirmações fizeram parte do IV Seminário de Resíduos Sólidos do DF, realizado pela Fibra e Sebrae-DF com apoio da Empresa Coletoras de Entulhos de Obras e Similares (Ascoles), além da Associação dos Recicladores de Brasília e Entorno (Arecibras), entre outras, na última quarta-feira (25).

De acordo com o Calderoni, autor do livro Os Bilhões perdidos no Lixo, parcerias público-privada são a melhor alternativa para desenvolver ações de transformação do lixo em matéria-prima de alto valor econômico. “Hoje os resíduos são descartados nos aterros sanitários das grandes cidades. O grande segredo para mudar essa realidade é o governo não gastar dinheiro no processo de transformação, mas dividir os custos com os empresários, por meio de parceria público-privada. Assim, os resíduos produzidos no Brasil terão condições de serem transformados em riquezas”, afirmou. No entanto, o consultor lembra que esse tipo de política ainda é recente no Brasil. “Se não for assim, não dá para mudar a realidade”. Para lucrar e contribuir para a sustentabilidade do meio ambiente, Calderoni defende ainda que as indústrias deveriam adotar novas formas de lidar com o lixo, como, por exemplo, uso de Biodigestores (produzir os resíduos em gás metano, que gera energia elétrica).

Licenças ambientais

Durante o seminário, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) fez a entrega simbólica de licenças ambientais para empresas do setor gráfico da capital. Segundo Gustavo Souto Maior, presidente do instituto, já estão em andamento mais de 4 mil processos de licenças ambientais para empresas do DF. “É um número positivo porque, até então, detectamos que existia – e ainda existe – uma relação muito ruim dos empresários com a legislação ambiental. Na nossa ótica, falta conhecimento da importância desse documento. O Sindicato das Indústrias Gráficas (Sindigraf-DF) foi um dos primeiros sindicatos a se colocar a disposição deste trabalho”, disse.

O presidente do Sindgraf, Antônio Eustáquio de Oliveira, ressaltou a necessidade das empresas em trabalhar a luz da legalidade. “É importante que as empresas estejam licenciadas e cumpram com as normas em respeito ao meio ambiente, visando a melhoria de seus negócios. Licenciamentos como esse já são uma exigência do governo, por exemplo, para concessão de alvará de funcionamento e até de crédito”, disse.

Distrito Federal

Segundo dados do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), as mais de duas mil obras em andamento nas ruas do DF injetam, diariamente, 4 mil toneladas de resíduos sólidos nos lixões da capital federal. Por mês, o volume chega a 58 mil toneladas, se considerado, também, os resíduos orgânicos. No entanto, estes números poderiam ser menores, caso as empresas do setor produtivo investissem na destinação e utilização correta do material, visando o lucro em seus negócios e a sustentabilidade do meio ambiente. Segundo a diretora do SLU, Fátima Co, a coletiva seletiva, uma das saídas para o problema do lixo produzido pela capital, ainda não está totalmente operante no DF. “Embora aproveitamos 70% do que recolhemos por meio da coleta seletiva, a prática ainda está restrita a algumas quadras do Plano Piloto.

Na ocasião, houve também a apresentação das ações desenvolvidas no aterro sanitário de Cariacica (ES), pela gerente de comunicação Mirela Chiapiani; palestra sobre a política brasileira de resíduos sólidos e o lançamento do Catálogo das Empresas Coletoras de Entulho e Similare, do Sebrae-DF. Estiveram presentes também o superintendente do Sebrae-DF, José Carlos De Lucca, o administrador regional do Setor de Indústrias e Abastecimentos (SIA), Miguel Lunardi e a diretora do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Fátima Có, além de empresários dos diversos setores produtivos da capital.

Elton Pacheco
Assessoria de Imprensa Sesi-DF
Federação das Indústrias do DF (Fibra)
e-mail: elton.pacheco@sistemafibra.org.br
61 3362-3883 / 8431-0335

Foto: Cristiano Costa / Unicom 

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