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Economistas apostam em industrialização contra desemprego
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- Publicado: Quinta, 29 Julho 2010 14:02
Empresários, economistas e representantes do governo local ressaltaram, na tarde desta quarta-feira (28/7), a necessidade de intensificar a industrialização de Brasília como forma de estimular a geração de emprego e renda. O assunto foi debatido durante o seminário Política Industrial para o DF e Entorno Metropolitano, promovido pela Federação das Indústrias (Fibra), na sede da entidade. O encontro foi aberto pelo presidente da instituição, Antônio Rocha, e teve palestra do economista Julio Miragaya.
“O nosso objetivo é construir uma política industrial para o DF e o Entorno que tenha um marco regulatório bem definido”, explicou Rocha. O seminário serviu de subsídio para conclusão de estudos sobre a industrialização brasiliense. O tema será abordado durante o Encontro Regional da Indústria do DF, que ocorrerá entre 13 e 15 de agosto. Na ocasião, empresários e líderes do segmento consolidarão uma proposta de política pública para expansão do setor industrial.
As diretrizes de políticas governamentais serão apresentadas aos candidatos a governador nos debates a serem promovidos pela Fibra, a partir do dia 24 de agosto. As propostas poderão auxiliar o futuro chefe do Executivo local em ações que busquem estimular o setor produtivo. Durante sua palestra, Julio Miragaya destacou que se Brasília tivesse o grau de industrialização de Recife ou Salvador, o número de empregos gerados seria da ordem de 120 mil. Se a industrialização da cidade fosse equivalente a de Belo Horizonte e Porto Alegre, esse contingente superaria os 200 mil.
“Brasília precisa pensar em uma alternativa para o seu futuro que vá além dessa forte dependência ao setor público”, afirmou Miragaya. A análise dos especialistas é que, num futuro próximo, o setor público não será capaz de absorver a grande demanda por novos postos de trabalho. Hoje, o governo federal e local emprega em Brasília 400 mil pessoas ou 54% da população economicamente ativa. “A gente aposta que a indústria possa ser essa melhor alternativa para o futuro do DF”, completa Miragaya.
Ao contrário do que ocorre em outras capitais, no DF quanto mais o PIB per capita tem crescido, maior tem sido a taxa de desemprego. A avaliação é que essa relação é decorrente da baixa industrialização do DF. O emprego no setor público cresce três vezes menos do que na indústria, onde para cada vaga é gerado, em média, 0,8 emprego em serviços de apoio. “A atividade industrial não é incentivada porque não temos uma política para isso”, conclui Miragaya.
Participaram do seminário economistas, empresários, presidentes de sindicatos da indústria, representantes das secretarias de trabalho e ciência e tecnologia do Distrito Federal e integrantes do Banco do Brasil, Caesb e Codeplan.
Diego Recena
Assessoria de Imprensa
Sistema Federação das Indústrias do DF (Fibra)
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Foto: Cristiano Costa/ Unicom-Fibra