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Durante posse, presidente da CNI pede urgência nas reformas
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- Publicado: Quinta, 18 Novembro 2010 01:00
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, foi empossado na noite de quarta-feira (17). Durante a cerimônia, em Brasília, ele defendeu a necessidade de um regime de urgência na adoção de reformas estruturais no governo Dilma Rousseff. O discurso foi feito para uma platéia de mais de mil convidados, incluindo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram empossados os demais integrantes da nova diretoria. O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Antônio Rocha, tomou posse como terceiro Diretor Secretário da confederação.
“Pagamos um alto preço por postergar a realização das reformas estruturais no passado um pouco mais distante; pagamos preço elevado por fazê-las apenas parcialmente no passado recente; pagaremos um preço ainda mais alto se não as fizermos agora”, enfatizou Robson Braga de Andrade. Ele alinhou “quatro pilares fundamentais” na agenda das reformas a ser cumprida no próximo governo: imposição de limites à expansão dos gastos correntes; revisão do sistema de vinculação de despesas; implantação de critérios de eficiência aos programas governamentais e adoção de um sistema previdenciário adequado à elevação da expectativa de vida da população.
O presidente da CNI apontou a reforma tributária como prioridade, com o objetivo de desonerar completamente os investimentos e as exportações e simplificar e reduzir a burocracia do sistema tributário. A reforma trabalhista, na visão dele, é necessária para eliminar incertezas legais, reduzir os custos do trabalho e estimular a criação de empregos. A reforma política, por sua vez, de acordo com Robson Braga de Andrade, “é essencial diante da constatação de que a qualidade da governança pública e do sistema de decisões políticas é crucial para o adequado funcionamento da economia e da sociedade”.
Ao passar o cargo a Robson Braga de Andrade, o ex-presidente da CNI Armando Monteiro Neto advertiu que a continuidade da valorização cambial restringe o crescimento da indústria e da economia. Conforme seu diagnóstico, a apreciação do real impõe duplo ônus à competitividade dos produtos industriais. “Mantém não apenas o custo de capital elevado, como permite preços favorecidos aos produtos estrangeiros nos mercados internacionais, prejudicando nossas exportações e crescentemente o mercado doméstico”, enfatizou.
Monteiro Neto propôs a adoção de uma meta de superávit primário ousada, citando o déficit público nominal zero, como alternativa “para reduzir drasticamente as necessidades de financiamento público e abrir espaço para a queda dos juros, contendo o processo de valorização do real”.
Foto: Cristiano Costa/ Unicom-Fibra
Com informações da CNI