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No DF, Brasil e África celebram acordo
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- Publicado: Terça, 24 Mai 2011 00:00
Reforçar as relações comerciais e empresariais entre o Brasil e a África foi o mote do I Encontro Empresarial Brasil-África no DF, realizado na manhã de hoje (24) na sede da Federação das Indústrias do DF (Fibra). O evento reuniu 33 embaixadores de países africanos juntamente com empresários e autoridades brasileiras, enaltecendo as comemorações do Dia da África no Brasil e o Dia da Indústria, celebrados em 25 de maio. “O Brasil e a África são grandes oportunidades de negócios e, além disso, temos de comemorar também o Dia da África no Brasil junto com o mês da indústria. A Fibra se orgulha de prestar tais homenagens. É o início de uma grande parceria que tem o Brasil como um dos países emergentes no mundo, e a África com seu imenso potencial natural”, destacou o presidente da Fibra, Antônio Rocha.
O governador do DF, Agnelo Queiroz, e o vice-governador, Tadeu Filippelli, participaram do encontro, acompanhados dos secretários de Fazenda Valdir Simões, de Ciência e Tecnologia Gastão Ramos, e de Obras, Luiz Pitiman, além do assessor de Assuntos Internacionais, Salviano Guimarães. “Esse evento é muito importante pela aproximação do Brasil com a África. São países irmãos que têm vínculos culturais muito importantes, em especial com os países africanos de língua portuguesa. Um encontro entre empresários da África e de Brasília ajuda a incrementar essas relações também no campo comercial. É uma troca de experiências com a possibilidade de investimentos aqui”, ressaltou Agnelo.
Um olhar africano sobre o Brasil e o DF
O encontro foi idealizado visando reforçar as relações comerciais entre o Brasil e o continente africano. “O grupo africano quer um contato direto com o setor privado e o Itamaraty nos indicou para sediar e coordenar este encontro por conta dos nossos trabalhos em prol da inclusão do Distrito Federal no roteiro de negócios internacionais”, afirmou o presidente da Fibra, Antônio Rocha.
“Somos um continente rico de recursos naturais, e o Brasil é uma das novas potências emergentes no planeta. Intensificar o nível de cooperação é uma das nossas intenções e a Fibra é figura fundamental nesste processo pela sua interlocução com o governo federal em missões internacionais”, declarou o chefe da Delegação dos embaixadores africanos em Brasília, o embaixador Thomas Bvuma. Para ele, a África enfrenta muitos desafios e esse estreitamento com o Brasil pode ajudar com modelos de boas experiências comerciais. “Sabemos também que não passa de um mito o fato de que o Distrito Federal tem vocações meramente administrativas no contexto nacional, e queremos conhecer melhor essa vocação empresarial e comercial de Brasília, por meio de uma relação saudável e benéfica tanto para a África quanto para o Brasil”, avaliou.
Isidore Monsi, embaixador da República do Benin, ficou encarregado de apresentar à plateia as oportunidades de investimentos na África. “O continente africano tem cerca de um bilhão de habitantes e é um grande mercado consumidor hoje. Os países do continente têm taxas de crescimento entre 4 a 6%, superior à média de outros em expansão.” Conforme os dados apresentados pelo embaixador, o comércio entre o Brasil e o continente africano triplicou em um período de sete anos, passando de US$ 6,15 bilhões em 2003 para US$ 20,56 bilhões em 2010. “Há oportunidades de negócios em quase todos os setores da economia desde agricultura e pecuária, passando por construção de moradias populares aos moldes do programa Minha Casa, Minha Vida, infraestrutura, exploração de jazidas minerais e hidrocarbonetos, transporte coletivo, novas fontes de energia e o comércio de produtos agroalimentares”, enumerou Isidore Monsi. “O Brasil não tem somente samba e carnaval, assim como nós não temos somente safáris e savanas na África. Somos grandes mercados consumidores e temos tudo para atrairmos excelentes possibilidades comerciais. Ambos os países têm força na agricultura, além de um grande potencial empresarial. Os laços culturais entre Brasil e África podem ser vistos como trunfos para excelentes negócios. É um grande prazer estar aqui comemorando nosso dia no Brasil”, finalizou.
Razões para se investir na África
- O continente africano reúne 53 países que totalizam cerca de um bilhão de habitantes. A África aparece, então, como um grande mercado consumidor.
- A África superou as crises financeira e alimentar de 2008 com sucesso. Os países africanos atingem, atualmente, em conjunto, taxas de crescimento na ordem de 4 a 6%.
- É um conjunto de países em desenvolvimento à procura de investimentos e de capitais estrangeiros.
- A África é a maior reserva de terras aráveis do mundo. Portanto, encontram-se ali enormes potencialidades agrícolas. De um modo geral, cerca de 63% da população africana vive no meio rural.
- Matérias primas e recursos naturais constituem as grandes forças da economia africana com jazidas minerais diversas tais como pedras preciosas (ouro, diamante etc.), zinco, cobre, urânio, petróleo, gás natural, carvão, fosfato, bauxita etc.
- A tecnologia brasileira pode ser adaptada facilmente para o continente africano em razão da semelhança das condições naturais e climáticas.
- Laços culturais entre o Brasil e a África podem ser vistos como trunfos das operações econômicas.
- O comércio entre Brasil e África triplicou em apenas sete (07) anos passando de 6,15 bilhões de dólares em 2003 para 20,56 bilhões em 2010.
- Várias grandes empresas brasileiras tais como Petrobrás, Odebrecht, Camargo Correa, Vale, Sadia, entre outros, desenvolvem já projetos na África.
- Na agricultura e pecuária:
Os países africanos necessitam mecanizar sua agricultura e estão em busca de matérias e equipamentos agrícolas apropriados como tratores, máquinas de colheita etc., com a finalidade de aumentar a sua produção.
O setor agrícola na África também oferece a possibilidade de cultivo em grande escala de espécies como a cana de açúcar, o Jatropha voltados para a produção de biocombustíveis.
A produção e criação de gado e de aves também são setores rentáveis;
- Nas usinas de transformação dos produtos agrícolas.
Uma das necessidades persistentes do momento, na África, é a instalação de usinas de transformação de produtos tais como a castanha de caju, abacaxi, tomate, algodão, cacau, café etc.;
- Na construção de alojamentos sociais:
- Na construção de infraestruturas
- Estradas, pontes, portos, aeroportos, hospitais etc.;
- Na produção de biocombustíveis;
- Nos materiais de construção tais como portas, janelas, telhas;
- Na exploração de jazidas minerais e na exploração de reservas de hidrocarbonetos etc.;
- Na organização e gestão do transporte coletivo na modalidade ônibus;
- Nas fontes de energias eólica e solar, principalmente;
- No comércio de maneira geral, sobretudo o de produtos agro-alimentares tais como açúcar, arroz, carne, frango etc. e de bens de consumo, aparelhos eletrônicos, produtos cosméticos, calçados etc.
- De um modo geral, os países africanos possuem código de investimento que prevê as facilidades e vantagens fiscais e alfandegárias; economia liberal que garante a liberdade de transações; moeda direitamente ou indiretamente convertível e na maioria das vezes com a cotação mais baixa com relação ao dólar americano; justiça funcional; mão de obra barata; custo de vida, relativamente, baixo.
- As Embaixadas africanas, atualmente 33, estão à disposição para comunicar os materiais de informação sobre as oportunidades de investimento nos seus países respectivos
- As representações africanas também podem ser solicitadas para ajudar na organização das missões de prospecção comercial e de investimento, estabelecer contatos com os empresários dos seus respectivos países e informar sobre feiras internacionais que seus Estados organizam.
Texto: Carlos Magno e Patrick Selvatti
Foto: Cristiano Costa