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Faturamento da indústria do DF aponta instabilidade
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- Publicado: Quarta, 22 Junho 2011 00:00
Os indicadores econômicos da indústria apontam instabilidade da atividade industrial no primeiro quadrimestre. A pesquisa “Indicadores de Desempenho da Indústria do DF” mostra que pontos como faturamento, emprego e utilização da capacidade instalada tiveram queda no mês de abril, afetando os comparativos com março, o mesmo mês do ano anterior e o acumulado de janeiro a abril de 2011, oscilando entre alta e baixa. O estudo é feito pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com apoio do Sebrae-DF.
O faturamento industrial registrou crescimento de 6,06% no acumulado do ano de janeiro até abril de 2011. Setorialmente, o desempenho vem sendo impulsionado pelas atividades de Fabricação de Produtos de Metal (13,99%) e Alimentação (9,03%). Entretanto, na comparação mês a mês, houve queda de 10,44% em abril ante março. Essa foi a segunda variação negativa do indicador, o que afetou o comportamento das demais bases comparativas. Frente a abril de 2010, houve decréscimo de 8,76%. Segundo a assessoria técnica da Fibra, essa queda já pode ser reflexo das medidas implantadas pelo governo federal para desaquecer o consumo, como a elevação da taxa de juros, por exemplo. Dados do IBGE mostram que o crescimento acumulado no ano das vendas do comércio varejista no DF passou de 8,20% em janeiro para 5,51% em abril. Isso já pode ser reflexo das medidas do governo para conter o consumo e, assim, reduzir a inflação. “É provável que o resultado de abril já esteja refletindo o desaquecimento das vendas do varejo na capital federal”, diz a nota técnica da Fibra.
“Somos uma indústria concentrada em bens de consumo imediato e as medidas acabam tendo efeito instantâneo”, pondera o presidente da Fibra, Antônio Rocha. “Entendemos que o aquecimento do consumo também traz efeitos colaterais indesejáveis que obrigam o governo a acionar o freio para fazer a arrumação. Mesmo que, para isso, seja necessário o aumento dos juros. Mas temos a expectativa de que o crescimento econômico adquirido não será comprometido”, conclui.
Reflexos - Na mesma base anual, o emprego industrial registrou queda de 0,46% na comparação com o mesmo período do ano passado. Trata-se de uma taxa mais intensa que a observada anteriormente (-0,09%). Em termos setoriais, o movimento de queda alcançou todas as atividades pesquisadas, cabendo destacar Fabricação de Produtos de Metal, com variação negativa na casa de dois dígitos (-10,40%). O recuo ante março foi de 0,77% em abril. Com isso, a variável manteve trajetória de queda, iniciada em outubro de 2010. Na comparação com abril de 2010, o indicador variou negativamente 1,57%. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Distrito Federal (Simeb), Jamal Jorge Bittar, a instabilidade é comum nesse início de ano. “O primeiro trimestre é marcado pela produção e, em seguida, vem a parte de vendas. Isso justifica o emprego ter caído, mas o faturamento não”, avalia. Entretanto, para Antônio Rocha, “a manutenção de quadro retração do emprego industrial na capital federal ao longo de sete meses – iniciado em outubro de 2010 - pode ser considerado um fator preocupante, considerando que a variável é um indicador antecedente da oferta de bens e serviços industriais”.
Já o nível médio de utilização da capacidade instalada da indústria brasiliense alcançou, em média, 67,48%, em abril. O resultado foi 3,48 pontos percentuais abaixo do observado em março. Na comparação com igual mês do ano anterior (abril/2010), o uso da capacidade industrial reduziu 2,27 pontos percentuais. Esse foi o primeiro recuo observado nessa base de comparação. No acumulado de janeiro-abril, a utilização da capacidade instalada acumulada alcançou, em média, 68,39%. Essa taxa representa uma expansão de 0,87 (p.p) ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado anual continua sendo impulsionado, principalmente, pela atividade de fabricação de produtos de metal, com crescimento de 4,25 (p.p) pontos percentuais.
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Patrick Selvatti
Assessoria de Imprensa
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Foto: Cristiano Costa / Fibra-Unicom