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Confiança da indústria está em queda, diz indicador
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- Publicado: Segunda, 25 Julho 2011 00:00
O industrial da Capital Federal se mantém confiante, mas apresenta-se em menor escala. O Índice de Confiança do Empresário Industrial do Distrito Federal (Icei-DF) atingiu 52,8 pontos em julho, resultado 3,4 pontos abaixo do observado em junho. Na comparação com o mesmo mês de 2010, o índice recuou mais: 5,6 pontos. A pesquisa foi realizada pela Federação das Indústrias do DF em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O recuo do Icei-DF em julho reflete o ambiente instável para a realização de negócios.
O Indicador das Condições Atuais alcançou 41,8 pontos, somando-se os índices das empresas e da economia. “Com isso, o indicador consolida trajetória de cinco meses consecutivos abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que sugere um quadro desfavorável tanto para a economia local quanto para as empresas”, diz a assessoria técnica da Fibra. Em julho, o Indicador de Condições Atuais das Empresas alcançou 41,3 pontos. Esse é o segundo pior resultado desde o início da série, em 2009. O Indicador de Condições Atuais da Economia no DF alcançou 41,4 pontos.
Em decorrência da situação atual, as expectativas do setor industrial vêm se tornando menos favoráveis mês a mês. O Índice de Expectativa alcançou 58,2 pontos em julho, recuo de cinco pontos frente ao mês anterior. Cabe destacar que o resultado foi puxado pela queda no Indicador de Expectativas de Evolução da Empresa para os próximos seis meses, que alcançou 59,9 pontos, decréscimo de 6,7 pontos em relação ao mês anterior.
Cenário de incertezas - Na comparação com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) nacional, verifica-se que o Índice de Confiança do Empresário Industrial do DF apresentou queda mais acentuada que a média apurada para o País na passagem de junho para julho. No Brasil, segundo a CNI, o Icei ficou em 57,9 pontos, mantendo-se em julho o mesmo de junho, mas 5,5 pontos menor que julho de 2010. De acordo com o economista da CNI, Marcelo Souza Azevedo, “os dados confirmam que os empresários estão preocupados com os efeitos do aumento da inflação e das medidas de contenção do consumo sobre a economia e a produção das indústrias”.
Na semana passada, com vistas a conter uma possível inflação, o Banco Central optou pelo quinto aumento consecutivo da taxa básica de juros (Selic): o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa de 12,25% para 12,50% ao ano. Esse ambiente reflete dúvidas. O presidente da Fibra, Antônio Rocha, comentou, em seu blog, que o aumento dos juros encarece o crédito e diminui o consumo. “A indústria não entende nessa política um benefício para o setor produtivo. Entendemos, sim, que o governo precisa adotar imediatamente medidas que amenizem os efeitos do aumento dos juros sobre a competitividade das empresas. Mas essa decisão do Copom faz com que o Brasil continue na liderança do ranking dos países com maiores juros reais do planeta. Estamos no topo desde janeiro de 2010. Assim, atraímos capital externo, o que intensifica a forte valorização do real diante do dólar. Na prática, nossos produtos perdem espaço em detrimento dos estrangeiros.”
Texto: Patrick Selvatti
Imagem: Ilustração