Notícias
Inovação na indústria será alavancada por empresa pública
- Detalhes
- Publicado: Quinta, 04 Agosto 2011 00:00
São Paulo - A instalação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) é um dos próximos passos para garantir o desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil. Foi assinado ontem, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o acordo que prevê a nova empresa que, com gestão privada, fará parcerias e credenciará instituições de pesquisa e tecnologia - ajudando as empresas a desenvolver projetos inovadores. A criação da Embrapii é resultado do diálogo entre a indústria e o governo, fortalecido com a criação da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), um movimento coordenado pela CNI que pretende colocar a inovação no centro da estratégia das empresas brasileiras. Governo, centros de pesquisa e empresas proverão os aportes para os recursos. "Vamos expandir o sistema de inovação e atender principalmente as médias e pequenas empresas”, disse Mercadante. "A indústria é o setor da economia brasileira que mais precisa de inovação para continuar crescendo e enfrentar a concorrência nos mercados interno e externo. Não há outro caminho para a indústria senão inovar”, disse o presidente da CNI.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Antônio Rocha, a criação de uma empresa voltada para inovação vem favorecer o setor industrial, principalmente incentivando a área de Tecnologia de Informação. "No DF, o setor de TIC já é consolidado e prevemos que se torne uma potência com a implantação definitiva do Parque Tecnológico Capital Digital", observa. O secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Gastão Ramos, também endossa o coro dos que comemoram a criação da Embrapii. "O governo do Distrito Federal tem como um dos pilares a inclusão digital. Inovação na indústria é sinônimo de geração de emprego e renda", avalia Ramos.
A nova empresa funcionará nos moldes da Fundação Fraunhofer, da Alemanha, que mantém parcerias com mais de 60 instituições de pesquisa tecnológica, formando uma das maiores redes de inovação do mundo. A proposta é ampliar essa rede para 30 instituições.
*Debates -* O Congresso Brasileiro de Inovação foi aberto pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e os ministros Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia. Ao longo do dia, a importância da inovação para o futuro do Brasil e as oportunidades do País nesta área foram debatidos por personalidades empresariais como os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; da Fiat, Cledorvino Belini; da Embraer, Frederico Curado; da Siemens, Adilson Primo; da Braskem, Carlos Fadigas; da Klabin, Horácio Lafer Piva; da Marcopolo, José Rubens de La Rosa; da Natura, Pedro Passos; e da IBM, Ricardo Pelegrini. Além disso, especialistas internacionais mostraram como a inovação promove o desenvolvimento.
O presidente da CNI destacou que, apesar dos avanços, os empresários enfrentam vários obstáculos para inovar e ganhar competitividade. "As dificuldades são infraestrutura precária, impostos demasiados e cumulativos, créditos tributários não recebidos, uma burocracia exasperante, taxas de juros altíssimas e, agora, o câmbio demasiadamente valorizado”, destacou Andrade. Para ele, a superação desses gargalos e os avanços na inovação dependem da estreita colaboração entre governo e o setor privado. Ele sugeriu ao governo medidas para reduzir os riscos da inovação, ajustes nos instrumentos de estímulo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico, a articulação das universidades com as empresas e o aumento da qualidade da educação.
Segundo o presidente do BNDS, Luciano Coutinho, falta apoio a projetos compartilhados de grande escala. "Falta, mas estamos trabalhando para resolver. O governo federal quer ampliar o apoio a inovação. Proponho que o Brasil foque nesses projetos. Por que não desenvolver no Brasil a super geração de computadores, por exemplo? Sabemos o alvo, mas precisamos da liderança privada para tomar essa iniciativa".
De acordo com o presidente da Simens no Brasil, Adilson Primo, a empresa brasileira, infelizmente, prioriza a sobrevivência. "Menos de 3% podem ser consideradas inovadoras. Isso é resultado da falta de articulação de políticas e visão estratégica", desabafou. O presidente do Sebrae, Luis Eduardo Barretto, lembra que no Brasil o empreendorismo briga contra o serviço público, mas que o perfil natural já está mudando. "Nosso maior trunfo é a força do brasileiro para lidar com crises. Nós estamos mais habituados com essa dinâmica do que países como a Espanha, por exemplo, que acabou de passar por maus bocados em uma crise. Temos que fortalecer isso, investindo nos pequenos", ele cobrou. "Micro e pequenas empresas já estão fornecendo para a Petrobras, por exemplo. Esse trabalho o Sebrae tem feito, mas com agenda de longo prazo. A inovação tem que fazer parte do universo das micro e pequenas empresas".
O 4º Congresso Brasileiro de Inovação contou, ainda, com especialistas internacionais, que mostraram como a inovação promove o desenvolvimento.
Patrick Selvatti
Assessoria de Imprensa
Sistema Federação das Indústrias do DF (Fibra)
61 3362-6131 61 8181-0452
Fotos: Miguel Ângelo - CNI