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Publicado: Quinta, 20 Outubro 2011 01:00

Próximo país sede da Copa do Mundo da Fifa busca expertise da última nação que sediou o grande evento e abre caminhos para acordos comerciais

Entre a visita oficial da presidenta Dilma Roussef ontem a Pretória, capital administrativa da África do Sul, e o anúncio oficial se Brasília sediará ou não a abertura da Copa do Mundo de 2014, que será realizado amanhã, na Suíça, a atmosfera de investimentos comerciais e as possibilidades de negócios entre Brasil e África do Sul (país que foi sede da Copa do Mundo de 2010) estiveram na pauta de empresários, autoridades estrangeiras e diretores durante o Seminário de Investimentos e Comércio da África do Sul, realizado pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) na manhã de hoje, em sua sede. O evento abriu as comemorações da Semana da África do Sul em Brasília. 

Os atrativos de mercado na ampliação das relações comerciais entre ambas as nações foram explorados, respectivamente, pelo Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC) e Governo do Distrito Federal, bem como por representantes da Embaixada da África do Sul, presentes ao evento. “Brasília é um importante centro econômico, político e administrativo do Brasil e é também um promissor destino turístico. Este encontro é de suma relevância para estreitarmos os laços entre os dois países. África do Sul e Brasil são nações emergentes economicamente e têm muito a contribuir um com o outro”, destacou a Ministra Conselheira encarregada de Negócios da Embaixada da África do Sul, Laura Joyce. “Nós temos muito trabalho a fazer”, enalteceu a ministra referindo-se a pequena fatia de negócios entre Brasil e o país africano. As suas exportações para o Brasil em 2010 cresceram 70%, enquanto que as importações sul-africanas para cá cresceram somente 4%. 

O Governo Federal e o GDF fizeram seu papel no evento, e apresentaram vídeos sobre o “trunfo” de mercado que o Brasil e o DF têm para oferecer aos sul-africanos. As apresentações exibiram que Brasília possui o maior PIB do Brasil, de aproximadamente 80 bilhões de dólares em 2010, além de um amplo mercado consumidor de 3,5 milhões de habitantes. Os indicadores sociais compatíveis com os de países do primeiro mundo, além do maior nível de instrução dos brasilienses foram enaltecidos. As oportunidades para a Copa de 2014 também foram ressaltadas, principalmente porque a última edição da Copa do Mundo foi sediada em terras sul-africanas. “As intenções e responsabilidade do GDF são de convidá-los a participarem dos próximos 50 anos de desenvolvimento. Queremos aproveitar todas as oportunidades de negócios com vocês. É uma intenção clara do governador Agnelo Queiroz”, afirmou o coordenador da Assessoria Internacional do GDF, Salviano Guimarães. 

Brasília como um chamariz de negócios para a África do Sul
Durante o evento, o Cônsul de Comércio sul-africano, Willen Van Der Spuy, apresentou o ambiente de investimento propício no seu país, por meio de um panorama econômico-financeiro da África do Sul, e deu caminhos para as melhores oportunidades de negócios entre as duas nações. “Nós sempre vamos a São Paulo para negócios e a Brasília para discutir questões políticas e diplomáticas. Agora queremos permanecer aqui para podermos realizar transações comerciais. Temos grandes oportunidades conjuntas e queremos expandir esse contexto”, discursou. O cônsul destacou as relações comerciais do seu país com outros mercados internacionais, incluindo China e Estados Unidos. “Esperamos contar com o Brasil neste grupo de países parceiros”, destacou. 

O ambiente jurídico para que empresas possam realizar negócios na África do Sul foi o ponto de destaque no pronunciamento da Diretora da Noronha Advogados, Dra. Íris Costa Rodrigues Seco. A advogada residiu e trabalhou na África e levantou grandes benefícios oferecidos pelo país. “A África do Sul é abundante em recursos naturais, é estrategicamente localizada para negócios internacionais. É fonte de oportunidades de negócios, além de possuir um mercado comercial aquecido. Os grandes parceiros comerciais com a África do Sul são grandes potencias econômicas, como China, EUA, Japão e Alemanha”, reforçou. Segundo a advogada, os sistemas financeiros do país africanos são robustos, bem regulamentados e pautados na legalidade. 

Em seguida, o chefe de Cobertura e Investimentos do Standard Bank, de Johannesburg, Wayne Domnik, enumerou uma série de possíveis investimentos financeiros e os desafios a serem superados. “Temos um papel de liderança no continente africano. Nossa economia pode facilitar muito as relações com outros países fora da Europa e EUA. Esperamos que o Brasil esteja interessado na aprimoração desse mercado. O Brasil não tem as limitações físicas e naturais de outras nações, por isso vemos bastante potencial nesta relação bilateral”, destacou.