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Faturamento da indústria do DF não cresce em 2011
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- Publicado: Quinta, 15 Dezembro 2011 01:00
A pesquisa Indicadores de Desempenho da Indústria do mês de outubro mostra que o setor industrial iniciou o quarto trimestre do ano com as vendas em queda, quebrando o padrão de crescimento observado nos últimos dois anos. Com isso, a alta no faturamento observada em 2010 (de 30%) não se repetirá em 2011, que não deverá registrar crescimento, enquanto o índice de pessoal empregado crescerá apenas 1% ante os 5,3% do ano passado. Os dados são provenientes de pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF).
Em outubro, segundo a pesquisa, o faturamento industrial recuou 7,37% comparativamente a setembro. Essa foi a segunda queda consecutiva, o que afetou negativamente o comportando do indicador para as demais bases comparativas. Frente a outubro de 2010, houve queda de 4,27%, e, no acumulado do ano até outubro, houve decréscimo de 0,08% frente a igual período do ano passado. Em termos setoriais, o desempenho anual do indicador foi impulsionado pela desaceleração das atividades de Edição e Impressão (-21,34%) e Fabricação de Móveis e Diversas (-15,05%). Ainda na análise anual, merece destaque positivo a atividade de Alimentação, com crescimento de 5,56% no acumulado de janeiro a outubro frente a igual período do ano passado.
A utilização do parque industrial também diminuiu. Em outubro, o nível médio de utilização da capacidade instalada alcançou 66,84% e ficou 1,55 ponto percentual abaixo da taxa observada em setembro (68,39%). Frente a outubro de 2010, o indicador de utilização recuou 2,79 pontos percentuais. No acumulado do ano até outubro, o indicador médio de utilização alcançou 67,61%, recuando-se 0,39 ponto percentual em relação a igual período de 2010. Em termos setoriais, os maiores destaques na série anual continuam sendo as atividades de Alimentação (75,32%), Vestuário e Acessórios (74,07%) e Fabricação de Produtos de Metal (69,65%), por apresentarem resultados acima do indicador médio da indústria.
Já o emprego industrial voltou a registrar números positivos. Após a queda de setembro, houve crescimento de 0,80% em outubro frente ao mês anterior. Segundo os técnicos da Fibra, com isso, o mercado de trabalho retoma a trajetória de crescimento suave iniciado em abril do corrente ano. No comparativo com igual mês do ano passado (outubro/2010), o indicador de emprego mostrou variação positiva de 1,89%. No resultado acumulado do ano até outubro, registra-se expansão de 0,88%. Em termos setoriais, o movimento de crescimento, observado na série anual, continua sendo impulsionado unicamente pela atividade de Alimentação, com variação positiva de 2,59%. “Nosso setor segue a tradição de manter os empregos e aumentar as contratações no último semestre do ano, período em que as festividades marcam presença na Capital Federal”, explica o presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação (Siab), Paulo Sérgio Dias Lopes.
Expectativas – Segundo Sondagem Industrial apresentada pela Fibra, as expectativas para os próximos seis meses se tornaram mais disseminadas entre os empresários entrevistados tendo como base o mês de novembro. O indicador de expectativas de demandas por produtos finais alcançou 69,4 pontos em novembro frente aos 63,2 pontos de outubro. O indicador de expectativas para a quantidade exportada manteve-se em 75 pontos, sinalizando tendência de crescimento significativo nos próximos meses. Outros destaques da pesquisa, considerando-se os próximos meses, são as expectativas positivas para a compra de matéria-prima (65,2 pontos) e para o nível de emprego (58,6 pontos).
Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial do Distrito Federal (Icei-DF) manteve-se praticamente inalterado em novembro, com diferença de apenas 0,3 ponto na comparação com outubro, segundo pesquisa da Fibra em parceria com a CNI. Em novembro, o Icei-DF atingiu 55,6 pontos frente a outubro (55,3 pontos). Entretanto, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, o índice recuou 4,6 pontos. “Em 2010, a expectativa era maior porque o ano foi muito bom e tínhamos a perspectiva de um novo governo”, observa o economista Diones Cerqueira.
Com relação aos componentes do ICEI/DF, o Indicador de Condições Atuais alcançou 46,6 pontos em novembro e ficou 3,0 pontos acima do índice do mês de outubro. Contudo, o indicador segue abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que sinaliza pessimismo.
Já o Indicador de Expectativa alcançou 55,6 pontos e ficou 1,3 pontos abaixo do resultado do mês anterior. O resultado foi o mais baixo de toda a série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2009 e foi puxada pelo componente “Economia do DF” que alcançou 49,2 pontos em novembro, recuo de 9,6 pontos frente ao mês anterior.
Embora ainda otimistas, nota-se que as expectativas dos empresários locais para os próximos seis meses estão menos disseminadas. “A pesquisa aponta que o otimismo em relação à empresa é mantido, mas a perspectiva quanto ao cenário local não é das melhores. Consideramos coerente, já que nós, empresários, não podemos perder nunca a esperança de que nossos negócios melhorem, mesmo que a economia não se manifeste de forma favorável no momento atual”, pondera o presidente da Fibra, Antônio Rocha. “Viemos de um ano positivo, apesar da crise política, passamos agora por um período de arrumação da casa e vamos entrar em uma fase de colheita de frutos e novos plantios, já que há a confiança de que Brasília já está com o ingresso garantido no desenvolvimento”, conclui, otimista.
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Patrick Selvatti
Assessor de Imprensa
Federação das Indústrias do DF (Fibra)
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