Notícias
José Pastore fala sobre relações do trabalho na Fibra
- Detalhes
- Publicado: Quarta, 16 Outubro 2013 00:00
A Sala Plenária da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), estava lotada na noite do último dia 15 de outubro para a palestra ministrada pelo professor José Pastore, que é Doutor Honoris Causa em Ciência e Ph.D. em Sociologia pela University de Wisconsin, nos Estados Unidos, e especialista em relações de trabalho, tendo publicado vários livros sobre este tema.
O 1º vice-presidente da Fibra, José Luiz Diaz Fernandez, abriu o evento com breve fala lembrando aos presentes a importância que tem o tema trabalhista tem na rotina da indústria. “Em diversos estudos e sondagens feitas com industriais em todo o país, os assuntos que envolvem as relações de trabalho sempre aparecem no topo da lista como os que mais impactam os negócios ou como desafios a serem superados para aumento da competitividade e consequente desenvolvimento do setor”, afirmou Fernandez.
E foi destacando a competitividade que Pastore iniciou sua fala. Apresentando dados da IMD Business School, e do Fórum Econômico Mundial, mostrou a queda do Brasil nos rankings mundiais de competitividade. Segundo Pastore, um dos pontos que estimula esta queda é o custo unitário do trabalho. “O Brasil tem custo altíssimo do trabalho, com produtividade que diverge com os valores salariais pagos”, afirmou Pastore que ao comparar a produtividade do trabalho, deixa claros estes números. “Para que se equivaler em produtividade, precisamos de três trabalhadores brasileiros para produzir o que um operário da Coréia do Sul produz no mesmo período de tempo”. Segundo Pastore, esta comparação fica ainda mais distante quando a referência é um operário nos Estados Unidos, que tem produtividade cinco vezes superior a do trabalhador brasileiro.
Os principais pontos que reduzem a produtividade do trabalhador, para Pastore, são os baixos índices de capacitação do empregado e de inovação nas indústrias. Segundo o professor, o empregado chega à empresa sem qualificação e precisa ser capacitado pelo empregador.
Para Pastore, outro ponto que torna a indústria brasileira ainda menos competitiva são os custos e encargos que oneram a folha de pagamento. “Em um estudo da Fundação Getúlio Vargas, concluiu-se que um trabalhador pode custar para a empresa até 183,15% do valor pago em salários para o empregado”, frisou Pastore.
A insegurança jurídica também foi motivo de alerta de Pastore. Citando exemplos como a multa de 10% sobre o Fundo de Garantia Sobre o Tempo de Serviço (FGTS), que teve sua extinção vetada pela presidente Dilma Rousseff e confirmada pelo Congresso Nacional, Pastore reforçou a crítica à legislação vigente e a dificuldade em se investir com a constante instabilidade jurídica.
Soluções
Pastore apresentou algumas propostas para tornar o tema trabalhista menos oneroso na rotina do empresário, sugerindo ações como o estreitamento das relações entre os departamentos de recursos humanos e o jurídico das empresas. Destacou também a importância de uma maior proximidade aos empregados, com ações que melhorem o convívio e o ambiente de trabalho.
Outro ponto apresentado por Pastore foi a publicação 101 Propostas para Modernização Trabalhista, estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que elenca 101 propostas de modernização trabalhista. Se aplicadas, estas propostas reduziriam os custos de produção, a burocracia e os custos do emprego formal, tornando a indústria brasileira mais competitiva.
O documento 101 Propostas para Modernização Trabalhista pode ser baixado no site da CNI, www.cni.org.br.
Nilson Carvalho - texto e fotografia
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Distrito Federal - Fibra