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Indústria brasiliense revela-se cautelosa
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- Publicado: Sexta, 17 Janeiro 2014 00:00
A indústria do Distrito Federal encerrou 2013 com o sentimento de cautela. Segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do DF (Fibra), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial do DF (ICEI-DF) atingiu 51,6 pontos em dezembro passado. O ICEI mostrou-se abaixo da média (57,3 pontos) registrada nos últimos três anos, entretanto permanece acima da linha divisória dos 50 pontos, que indica otimismo.
Segundo o presidente da Fibra, Antônio Rocha, “2014 é um ano promissor, mas, ao mesmo tempo, é um ano que gera apreensão no empresário. Os cenários políticos local e nacional ainda estão abertos, o que provoca certa insegurança em relação aos rumos da política econômica”.
Rocha reitera: “a queda na confiança e a cautela apresentada por parte dos empresários também é reflexo do cenário econômico brasileiro atual, com a taxa básica de juros a 10,5% ao ano, com a inflação saindo do centro da meta e com o dólar passando da casa dos R$ 2,35. Esses fatores oneram e adiam as decisões de investimento e sacrificam o planejamento financeiro do empresariado em geral, que já é tão prejudicado com a carga tributária brasileira, afetando, inclusive, as intenções de contratação por parte das empresas”.
O presidente da Fibra sinaliza a preocupação diante da Selic que iniciou 2013 a 7,25% e começa 2014 a 10,5% ao ano. A taxa básica de juros compromete o crédito tanto para o empresário quanto para o consumidor. Ambos são prejudicados.
A moeda americana, por sua vez, subiu 16% no ano de 2013. Em janeiro do ano passado, o dólar era vendido por R$ 2,034, enquanto neste mês chegou a R$ 2,361. A valorização do dólar frente o real aumenta o custo para a aquisição de insumo e equipamentos diversos, também prejudicando a produção.
Não obstante, a inflação encerrou 2013 a 5,91% (IPCA), dentro da meta do governo, mas longe do centro da meta (4,5%).
Diante deste cenário, o levantamento realizado pela Fibra mostra preocupação do empresário quanto às Condições Atuais, índice que alcançou 40,8 pontos em dezembro. O ICEI mostra menos otimismo tanto em relação à própria empresa (42,5 pontos) quanto em relação à economia do DF (37,8 pontos).
Levantamento divulgado pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF) mostra que a inadimplência no DF voltou a subir em dezembro após quatro meses de recuo. No período, foram registradas 143.760 mil negativações, fechando o índice em 4,7%. A inadimplência afeta, portanto, o consumo e provoca queda no volume de encomendas feitas para a indústria.
O dado é corroborado pela CNI. Segundo a Confederação, o consumo das famílias brasileiras tem dado sinais de enfraquecimento, fechando 2013 na casa dos 2%. Embora ainda haja alta, o consumo das famílias – grande propulsor da economia – já não mostra tanto vigor como nos últimos anos: 2012 (3,2%), 2011 (4,1%) e 2010 (6,9%). Isso também afeta o otimismo empresarial.
Expectativas positivas
Contudo, o levantamento da Fibra revela que a expectativa para os próximos seis meses é positiva (57 pontos). Os respondentes acreditam no bom desempenho do próprio negócio no curto prazo de tempo (60,3 pontos) e têm boa perspectiva quanto a economia local (50,8).
“Como disse, este ano é um ano de oportunidades. Eleições e Copa do Mundo de Futebol estão por vir e devem aquecer toda cadeia produtiva do DF. Assim, o empresário pode estar cauteloso quanto ao presente, mas esperançoso quanto ao futuro”, finaliza Rocha.
Suzana Leite
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Distrito Federal - Fibra