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Última Atualização: Quinta, 28 Novembro 2024 18:27

Quem já participou de um torneio de robótica sabe que não basta acertar a programação da máquina e ter o projeto na ponta da língua. É fundamental manter o equilíbrio emocional para garantir o melhor desempenho possível e, é claro, curtir a experiência.

Foi para trabalhar competências socioemocionais, confiança, autoestima e o fortalecimento da saúde mental de integrantes dos grupos de robótica da Rede Sesi-DF de Educação que nasceu o projeto Conectados com a Robótica. A primeira atividade ocorreu em 21 de novembro — pela manhã, com alunos, e à tarde, com a equipe técnica, formada por professores. Os encontros foram na unidade São João XXIII do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), que fica no Gama.

Em dezembro, seis equipes da Rede Sesi-DF de Educação participarão da etapa regional do Torneio Sesi de Robótica First Lego League Challenge (FLLC). Elas concorrerão a vagas para a etapa nacional, prevista para março, dentro do Festival Sesi de Robótica, que também incluirá disputas das modalidades First Robotics Competition (FRC) e F1 in Schools. Os times mais bem avaliados nas competições poderão se classificar para torneios internacionais.

“Acompanhando os últimos torneios e treinamentos, a gente percebeu o quanto as questões comportamentais, de saúde emocional e de autoconhecimento são importantes”, explica a gerente de Desenvolvimento e Tecnologia Educacional do Sesi-DF, Thaysa Tonhá, ao falar sobre a criação do projeto Conectados com a Robótica. “Este é o primeiro de muitos encontros, para que não só às vésperas de torneios eles vivam momentos como este, mas durante todo o processo de formação das equipes”, detalha.

O projeto, alinhado aos princípios praticados pela Rede Sesi-DF de Educação para o desenvolvimento de competências socioemocionais nos estudantes, é alicerçado em bases como o ciclo do desenvolvimento humano e os pilares da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco. A execução é do Programa Conexão, realizado pelo Sistema Fibra, que, além do Sesi-DF, inclui a Federação das Indústrias do DF (Fibra), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF) e o Instituto Euvaldo Lodi do DF (IEL-DF).

Momentos de reflexão
As atividades do primeiro encontro do projeto Conectados com a Robótica se deram de forma individual e em grupo. Os participantes imergiram em dois momentos de reflexão, como explica a assessora de Responsabilidade Social do Sistema Fibra, Cida Lima, que coordena o Programa Conexão: “O primeiro foi de acolhimento, para que compreendessem a dinâmica e como se percebem, o que chamamos de roda das intenções. Todos nós temos intenções quando acordamos. E qual é a intenção deles no Sesi, no papel que desempenham? Já o segundo momento foi de prática vivencial, em que os convidamos a fazer uma viagem interior em busca de respostas para perguntas como: Qual é a minha missão? Por que eu vim ao mundo? Quem sou eu?”

Os trabalhos foram conduzidos por psicólogas, assistente social e analistas de responsabilidade social do Programa Conexão. Para Sophia Silva (foto), de 16 anos, que integra uma das equipes da FRC, o momento foi de autoconhecimento. “Foi uma experiência única sobre saúde mental e sobre a gente. Eu estou levando daqui muitos aprendizados sobre mim mesma, mais amor, mais empatia e mais paz”, avaliou a estudante da 1ª série do Novo Ensino Médio do Sesi Taguatinga.

Tirar um tempo para pensar também foi o ponto alto do encontro para Kaio Matheus Camara, de 14 anos, que faz parte de um time da FLLC e cursa o 8º ano do Ensino Fundamental no Sesi Gama. “Uma das coisas que eu achei mais importantes foi realmente ter um tempo comigo mesmo. Muitas vezes a gente acaba se perdendo nas frustações do dia a dia com alguma coisa que não está dando certo ou só faz sem parar para pensar no que está fazendo.”

Na visão de Isa Dora Campos, de 14 anos, que já enfrentou desafios de robótica em níveis nacional e internacional, encontros assim ajudam a retomar a percepção sobre a importância do silêncio. “Estes momentos são importantes para a gente compreender como funciona a vida e o nosso cérebro. Às vezes a gente não está entendendo exatamente por que está fazendo algo daquela forma e outras vezes a gente vê o nosso trabalho como algo menor. É preciso ter orgulho e perceber as coisas bonitas que nós fazemos e que podem impactar outras pessoas”, acredita a estudante do 8º ano do Ensino Fundamental do Sesi Taguatinga.

Técnico de uma equipe da FLLC do Sesi/Senai Sobradinho, o professor de Linguagens e suas Tecnologias Louis Fillip Selvatti foi uns dos que participaram da ação no período vespertino: “São várias pressões externas, fora a própria interna, que se acumulam. Então estes momentos de descompressão são interessantes para a gente relaxar um pouco, colocar a cabeça no lugar e saber que o processo é mais importante do que a culminância, mais importante do que qualquer prêmio”.

Educação tecnológica
A educação tecnológica faz parte da grade curricular de todos os estudantes das escolas da Rede Sesi-DF de Educação, em atividades de programação e robótica e de desenvolvimento do pensamento computacional. Aqueles que se identificam com a robótica podem concorrer a uma vaga para compor uma das equipes que representam a instituição em torneios regionais, nacionais e internacionais.

A abordagem educacional se estrutura em metodologias ativas e é centrada no estudante, que é estimulado a ser protagonista do seu processo de aprendizagem, envolvendo-se de forma prática e colaborativa em projetos, atividades de gamificação, estudos de caso e outros desafios.

As matrículas estão abertas. Para o Novo Ensino Médio, há vagas nas escolas do Gama, do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), de Sobradinho e de Taguatinga. O Gama e Taguatinga oferecem também os anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º). As quatro escolas têm aulas nos dois turnos: matutino, das 7h10 às 12h30, e vespertino, das 13h10 às 18h30.

Saiba mais sobre a proposta pedagógica e as atividades oferecidas em sesidf.org.br.