Sertanejo contemporâneo marca show de Paula Fernandes no CCS
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- Última Atualização: Quinta, 10 Setembro 2015 19:41
Cantora e compositora mineira leva sucesso de novela global ao Sesi Cultural
O Teatro Yara Amaral, do Centro Cultural Sesi, em Taguatinga, ganhou ares de interior do Brasil na noite dequinta-feira (23). O Sesi Cultural, projeto do Serviço Social da Indústria (Sesi-DF) em parceria com a Rede Globo Brasília, recebeu a cantora e compositora mineira Paula Fernandes, voz que embala, ao lado de Almir Sater, a canção “Jeito de Mato”, tema dos protagonistas da novela global “Paraíso”. Com apenas 25 anos, Paula começou a carreira cedo, ainda em Sete Lagoas, sua terra natal, gravou seu primeiro disco independente aos 10 anos e hoje já está em seu quinto trabalho, “Pássaro de Fogo”. Sua trajetória de sucesso foi apresentada a mais de 500 pessoas na Quinta Musical. Como sempre, o acesso da comunidade ao projeto é gratuita.
“Acho essa iniciativa maravilhosa. Aplaudo de pé, porque as pessoas têm que ter contato mesmo com o artista e esses shows populares fazem com que fiquemos mais próximos”, avalia Paula, que fez no palco do Sesi-DF o seu primeiro show completo em Brasília - a artista já tinha vindo à capital federal para fazer divulgação de seu trabalho em rádios e pockets shows. “Adoro Brasília, fui muito bem recebida desde a primeira vez. Tem sempre um sorriso, uma palavra de carinho. Tenho muitos fãs na capital, já fizemos alguns almoços com fãs do Orkut, pessoas que estão bem por dentro do meu trabalho. Tenho as melhores impressões de Brasília”.
Paula, que se define como “totalmente pé vermelho, criada na margem da Serra do Cipó”, emocionou a platéia de Taguatinga com sua beleza, seu carisma e, principalmente, sua voz impressionante, entoando canções conhecidas do público presente, em seu estilo pop-rural, sertanejo com jeitão de MPB, com doses de rock, folk e new age. “A minha raiz é totalmente sertaneja. Eu fui criada no interior, ouvi moda de viola, mas, na medida em que fui crescendo, essa questão da personalidade musical foi fluindo, fui conhecendo os estilos e o lado de compositora foi aflorando. Eu me considero pop rural. É uma mistura, mas eu não posso perder a essência, que é sertaneja. Acho importante essa renovação, para sair do repetitivo”.
Entre as canções de seu repertório, Paula apresentou sucessos como “Meu eu em você”, “Pássaro de fogo”, “Chuva chover”, “Sem você”, “Nem pensar”, “Dust in the Wind” e o grande sucesso “Jeito de mato”. Essa última canção, trazida de volta no bis, cuja letra doce e melodia triste provocaram lágrimas de emoção na platéia e na própria artista, que deixou o palco com os olhos marejados após uma hora e meia de um show marcado pelo clima festivo das festas de peão de rodeio, com direito a músicas de Victor e Léo, João Mineiro & Marciano, Chitãozinho & Xororó e Shania Twain – a musa inspiradora de Paula. “È uma emoção muito grande poder levar a voz de Minas para o Brasil inteiro. Estou muito contente, só tenho a festejar, é muita coisa boa acontecendo”, concluiu, emocionada.
Leia abaixo entrevista com Paula Fernandes.
Como você define, de fato, o seu trabalho?
A minha raiz é totalmente sertaneja. Eu fui criada no interior, ouvi moda de viola, mas, na medida em que fui crescendo, essa questão da personalidade musical foi fluindo o lado de compositora. Eu me considero pop rural, uso elementos do campo, falo sobre o amor puro, como eu acho que deveria ser, não banalizado como está. O que faço é versão feminina da canção sertaneja, que ganha um toque especial pelo modo diferente de a mulher se colocar no mundo. Sei que as mulheres vão se identificar com o mundo brejeiro, romântico, falando do que esperamos dos homens. É uma mistura, mas eu não posso perder a essência, que é sertaneja. Mas acho importante essa renovação, para sair do repetitivo.
A música brasileira está passando por nova releitura?
As pessoas estão se ligando na boa música brasileira novamente. Esse mercado onde estou entrando é tipicamente masculino, mas é um momento bacana para as mulheres, tanto cantando como compondo, porque se trata de uma linguagem diferente. Acredito que haverá, sim, uma grande renovação.
Como a música entrou na sua vida?
Foi tudo muito naturalmente. A música faz parte da minha vida desde que me entendo por gente. Eu não escolhi: fui escolhida pela música. É profissão como qualquer outra, a diferença vem de ser atividade envolvida em magia.
A letra da canção Jeito do mato foi escrita especialmente para você como uma declaração. Como você recebeu isso e decidiu transformá-la em música?
Em resumo, eu estava fazendo uma matéria para um jornal e esse amigo, o jornalista Maurício Santini, sabendo da minha história real, e não aquela que é contada pelos outros, ficou muito inspirado, muito emocionado e escreveu a poesia, da forma dele, para aqueles olhos tristes, para a menina da voz doce... A poesia chegou para mim ainda sem nome e eu coloquei melodia nela e batizei de “Jeito de mato”. Depois disso, a coisa fluiu, o Almir [Sater] gravou comigo, antes mesmo do contrato com a Universal Music e, depois, foi uma grande surpresa, porque a música de trabalho nem ia ser ela, mas ela acabou entrando na novela, casou perfeitamente com a personagem Santinha e a coisa está aí, do jeito que está...
Essa não é a primeira música sua que entra na trilha de uma novela, mas, certamente, é a que faz mais sucesso. Como isso afeta sua carreira?
Eu acho que este é um momento ímpar, porque é a primeira vez que eu estou numa multinacional, fui independente até o ano passado. Então, já gravar um disco, que é uma grande responsabilidade para a gravadora, ter uma canção que é tema do casal protagonista de uma novela da Rede Globo, tudo isso foi um presentão da vida. Eu só tenho a agradecer...
Quem são os seus maiores ídolos na música?
Eu ouço de tudo, desde Tião Carreiro & Pardinho até Simon & Garfunkel, Bee Gees, adoro Almir Sater, Victor & Léo, Shania Twain, Roberta Miranda, Ana Carolina. Acho que a música deve ser explorada em seus mais diversos estilos. Sendo boa, eu ouço de tudo. Eu gosto muito da música folk, mas aqui no Brasil não se usa muito esse termo. E, fazendo trilhas, acho impressionante a sensibilidade de Marcus Vianna...
Apesar da pouca idade, você já tem alguns anos de estrada, mas ainda é uma cantora jovem. Qual é o seu maior sonho?
Eu acho que já me considero uma pessoa vitoriosa por tudo que já passei desde os oito anos de idade. Estou num momento em que tudo o que vier será muito bem-vindo. Quero agora colher o que eu plantei até agora e os primeiros frutos estão sendo deliciosos e nutritivos. O que vier a partir de agora, será lucro.
Patrick Selvatti
Assessoria de Imprensa
Serviço Social da Indústria (Sesi-DF)