Vira Vida transforma o futuro de vítimas de exploração sexual
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- Última Atualização: Terça, 21 Agosto 2018 16:14
O dia 18 de maio marca a data nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para o crime hediondo e incentivar a denúncia de casos suspeitos, por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100). O Serviço Social da Indústria (Sesi) atende essas vítimas com o programa Vira Vida, que resgata jovens em situação de extrema vulnerabilidade social.
No Distrito Federal, o programa é desenvolvido desde 2009 e já formou 11 turmas, com 579 alunos. A 12ª concluirá as atividades em setembro. Neste mês que marca a data de enfrentamento ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes, os 92 alunos participaram de uma série de atividades: oficinas, rodas temáticas, diálogos e apresentação do programa em instituições de ensino públicas e particulares da cidade. “Toda a programação foi feita focada no enfrentamento à violência. Queríamos dar acolhimento e carinho ao mesmo tempo em que repassávamos informações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, para que eles possam defender outras pessoas, já que sabem a dor de ser violentados”, explica Cida Lima, coordenadora do Vira Vida no DF.
O programa no DF
Com o apoio de parceiros do Sesi-DF, o Vira Vida oferece educação básica, formação profissional e atenção psicossocial a jovens em situação de vulnerabilidade, preparando-os para a conquista da autonomia. O principal objetivo é a inclusão socioprodutiva.
Os jovens recebem apoio para inserção no mercado de trabalho e são acompanhados por um período de até 24 meses da data da colocação, visando a garantir a adaptação e a permanência dos jovens no emprego. Em média, 80% dos formandos são inseridos em programas de jovem aprendiz, estágios ou emprego formal.
Em maio de 2017, teve início a atual turma que tem previsão de formatura em setembro deste ano. A proposta socioeducativa é coordenada pelo Sesi-DF, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, integrada por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, entre outros.
Em junho, terá início o processo de definição dos jovens que vão compor a 13ª turma. Os participantes do programa são indicados pelos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, como conselhos tutelares, centros de referência de assistência social, centros de referência especializados em assistência social, centros de atenção psicossocial, o Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência e instituições de acolhimento. Os jovens precisam preencher alguns pré-requisitos, como: ter de 15 a 21 anos, estar em situação de extrema vulnerabilidade social, com vínculos familiares fragilizados e histórico de evasão escolar ou repetência.
18 de maio
O dia foi escolhido como um marco da mobilização contra a violência sexual a crianças após Aracelli Cabrera Crespo, uma menina de 8 anos, ter sido sequestrada, violentada e assassinada em Vitória (ES). O crime, que chocou o país em 1973, ficou impune. Aracelli só foi sepultada três anos depois.
Em 2000, a Presidência da República publicou a Lei nº 9.970, que institui o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, a proposta da data é mobilizar, sensibilizar, informar e convocar a sociedade a participar da luta.
Texto: Aline RorizFotos: Helio MontferreAssessoria de Comunicação do Sistema Fibra