Vida espacial é tema de projetos do Torneio de Robótica

 Como tornar a rotina de um astronauta mais agradável em longas viagens espaciais? Como resolver a escassez de água e de alimentos e tornar a vida do viajante espacial menos cansativa do ponto de vista psicológico?

Com o tema Into Orbit — Em Órbita, em português —, os participantes da etapa regional do Torneio Sesi de Robótica First Lego League 2018/2019 vão buscar, em equipe, respostas para essas perguntas. A competição foi lançada oficialmente na manhã do sábado (1º), no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga Norte.01 09 torneio robotica df 3

O público, formado por 450 alunos de oito escolas públicas e privadas, entre elas as do Serviço Social da Indústria (Sesi-DF), no Gama e em Taguatinga, entrou no espírito das viagens espaciais com a palestra do professor, astrônomo e doutor em Física Marcelo de Oliveira Souza (foto).

“Tudo o que vocês já viram em filmes de ficção científica que contam histórias de viagens ao espaço já existe, é realidade”, afirmou o professor a uma plateia atenta, apresentando as tecnologias utilizadas para a exploração espacial, de corpos celestes e de planetas. Marte, por exemplo, já recebeu vários robôs exploratórios e hoje tem circulando em sua superfície o Curiosity, lançado pela Nasa em 2008. Desde 2012, quando pousou, ele envia dados e imagens da superfície do planeta vermelho a cientistas na Terra.

O professor apresentou a realidade dos tripulantes da Estação Espacial Internacional (em inglês, International Space Station, ISS), que, desde 2000, mantém equipes na órbita da Terra realizando trabalhos de pesquisa, construção e de manutenção.

Os ocupantes da ISS passam de três meses a um ano embarcados, convivendo com extremos como a ausência de gravidade, o pouco espaço para se locomover e a pequena equipe – a tripulação da estação é de seis pessoas. “Um dos grandes desafios das agências espaciais é tornar a vida desses profissionais mais agradável tanto na rotina de trabalho como no convívio humano, na condição psicológica. Quem sabe os projetos de vocês não possam servir de base, de ideia para uma solução a ser aplicada no espaço?”01 09 torneio robotica df 2

Para a aluna da 1ª série do Ensino Médio do Sesi Taguatinga Ana Carolina de Moraes Baia, de 16 anos, a solução para o desafio está dentro da nave. Integrante da equipe Albatroid, Ana adiantou que o projeto do time vai focar o projeto em algo que possa melhorar a condição física ou mental do astronauta enquanto ele está embarcado. “Apesar de ser muito diferente do ambiente em que vivemos, o espaço interno da nave é um ambiente mais controlado, diferente do espaço sideral, que tem variáveis que a gente não consegue nem imaginar.”

Segundo o palestrante, esta geração de crianças e adolescentes vai viver a exploração espacial em um nível que nunca foi visto. “A corrida espacial está aberta novamente. Os Estados Unidos e a China disputam quem vai voltar primeiro à Lua e isso pode ocorrer a partir de 2020. Estes jovens têm uma grande oportunidade de se inserirem nessa realidade com esses experimentos e de se tornarem parte desse processo.”

A coordenadora de Educação do Sesi-DF, Nubia Rosa, define o ensino da robótica como o caminho que leva os alunos a descobrirem as novas tecnologias para se prepararem para os desafios que vão encontrar na vida e no mercado profissional. “Os alunos no Sesi têm a robótica na grade curricular, que permite o contato constante com as novas tecnologias. Esses jovens precisam se preparar para as mudanças que já vêm ocorrendo na vida e no mercado de trabalho, precisam estar prontos para os empregos do futuro.”

A etapa no DF

Interessados em participar da etapa regional do Torneio Sesi de Robótica, que será em 9 e 10 de novembro, no Sesi Taguatinga, podem se inscrever até 30 de setembro na página da competição. Cada equipe deve ter de dois a dez membros, de 9 a 16 anos, além de dois técnicos (um é suplente).

O Sesi-DF terá quatro equipes nessa etapa – duas da escola do Gama, LegoField e Lego of Olympus; uma de Sobradinho, Bisc8; e uma de Taguatinga, Albatroid.

 O torneio

O Torneio Sesi de Robótica First Lego League é a etapa brasileira de um programa internacional de exploração científica que promove o ensino de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais para a vida. A cada ano, estimula o trabalho colaborativo, a criatividade e traz desafios do mundo real para os alunos. Na última temporada, os desafios foram em torno do uso e do transporte da água.

Criada em 1998 pela organização não governamental First, em parceria com o Grupo Lego, a competição propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e da programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia Lego Mindstorm. No Brasil, desde 2013, o Sesi é a instituição responsável pela organização do torneio (etapas regionais e nacional). Mais de 17 mil alunos brasileiros já participaram da disputa.

Veja a galeria de imagens.

Texto: Nilson Carvalho
Fotos: Helio Montferre/Sistema Fibra

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