Alunos do Sesi encenam O Quinze para 450 pessoas na Sala Yara Amaral
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- Última Atualização: Quinta, 01 Novembro 2018 19:48
O Centro Cultural Sesi, em Taguatinga Norte, abriu as portas na noite de segunda-feira (29) para a apresentação de O Quinze, adaptação do primeiro livro da escritora brasileira modernista Rachel de Queiroz (1910–2003). Encenada por alunos da 3ª série do Ensino Médio da escola de Taguatinga do Serviço Social da Indústria (Sesi), a peça retrata a história de uma família retirante em meio à desigualdade social e aos efeitos da seca. Cerca de 450 pessoas, entre familiares, colegas de escola e professores, assistiram ao espetáculo.
A apresentação é fruto de um trabalho feito para a feira literária da escola, realizada em junho. Os professores incentivaram a leitura de obras clássicas e a discussão sobre os temas abordados pelos autores. As turmas das três séries do Ensino Médio receberam a missão de ler e, em seguida, desenvolver projetos sobre livros como Ilíada e Odisseia, de Homero, Senhora e Iracema, de José de Alencar, Os Sertões, de Euclides da Cunha, Capitães da Areia, de Jorge Amado, e O Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, além da obra de Rachel de Queiroz.
“Nós sentimos a necessidade de abordar a literatura de uma forma diferente, e os resultados impressionaram. A literatura é um mundo muito vasto, que, além de estimular o conhecimento, faz com que as pessoas viajem por muitos lugares”, diz Vitor Rocha, que ensina essa disciplina no Sesi Taguatinga.
Vinte alunos da 3ª série ficaram responsáveis pela obra O Quinze, que retrata a saga da família de Chico Bento em busca de melhores condições de vida. Acompanhado da esposa Cordulina e de seus três filhos, Chico sai da fazenda de Dona Maroca, em Quixadá, interior do Ceará, rumo a Fortaleza. No caminho, os personagens precisam lidar com situações de sofrimento e dor.
Os alunos participaram de todas as etapas da construção do espetáculo – cenografia, figurino e trilha sonora. Foram muitas horas de ensaio, conta Guilherme Alves, de 17 anos: “Todos se empenharam e se comprometeram e o resultado é este. A peça traz uma perspectiva diferente da obra e assim conseguimos absorver melhor a ideia do movimento modernista. Não esperávamos essa repercussão”.
Diretora e roteirista da peça, Maria Rosália Martins, de 17 anos, explica que as funções foram definidas de forma natural, conforme o trabalho ia se desenvolvendo. “Nós começamos a ensaiar bem antes porque queríamos fazer algo profissional. Eu fui conduzindo no começo, fiz o roteiro e, quando vi, já era a diretora. A experiência fez toda a turma compreender o real significado da história e do modernismo.”
Da plateia, Maria Vicensa Martins, mãe de Maria Rosália, aguardava emocionada o início do espetáculo. “A família toda veio prestigiá-la. Meu coração está a mil. Vou tentar não chorar”, disse, complementado que a preparação para o espetáculo despertou muito o interesse da única filha: “Este tipo de projeto é um incentivo que ajuda muito na educação dos nossos jovens. Cultura é sempre muito importante, tanto para eles que estão se apresentando quanto para nós que estamos assistindo”.
Texto: Aline Porcina
Fotos: Helio Montferre/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra
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