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Última Atualização: Terça, 12 Novembro 2019 17:59

“Eu estava passando por momentos muito difíceis, mas, quando cuidava das plantas, estava cuidando de mim, para poder crescer também.” O depoimento é de Flávia*, de 24 anos, egressa do programa Vira Vida e um dos bolsistas do projeto Horta Escolar Inteligente, que teve a primeira fase concluída em outubro.

Na sexta-feira, 8 de novembro, equipes do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) e da Federação das Indústrias do DF (Fibra) se reuniram para avaliar os resultados de um ano e meio de trabalho. O encontro foi no Sesi São João XXIII, unidade do Gama onde fica a horta. É lá que são realizadas as atividades do Vira Vida, programa pelo qual o Sesi atende adolescentes e jovens em situação de risco e de extrema vulnerabilidade social.

Entre os alimentos produzidos estão alface, abobrinha, banana, beterraba, pitanga, rabanete e tomate-cereja. Ingredientes colhidos da horta foram utilizados no cardápio do almoço servido após a apresentação dos resultados.

A Horta Escolar Inteligente tem como objetivos a educação ambiental e a produção sustentável de alimentos. O projeto foi aprovado no Edital n° 6/2017 da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF) e recebeu recursos da instituição para ser colocado em prática. Agora, os cuidados com a horta ficarão por conta do programa Vira Vida.

“A turma que vai chegar [a 13ª do Vira Vida] continuará esse trabalho de forma mais específica, na matriz curricular de educação ambiental”, explica a coordenadora do programa no DF, Cida Lima. Essa próxima etapa do projeto ocorrerá em parceria com o Sesi Gama. Durante a execução da primeira fase, embora o tema não estivesse na grade curricular, os alunos do Vira Vida participaram de capacitações relacionadas ao assunto.

A inauguração foi em junho de 2018. Para a construção da horta, o Sesi Taguatinga cedeu materiais e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF) contribuiu com profissionais com habilidades específicas. A FAP-DF destinou R$ 99.010 à execução do projeto. Parte desse valor foi destinada a bolsas mensais de R$ 400 cada uma, concedidas por dez meses. Nesse período, passaram pelo projeto 11 bolsistas — três ex-alunos do Sesi Gama e oito egressos do Vira Vida.

Houve duas oficinas do programa Cozinha Brasil, para conscientizar os jovens sobre a seleção e o consumo adequado dos alimentos. Além disso, foi feita uma feira com produtos cultivados. Quase toda a produção foi usada em refeições para os participantes do Vira Vida e doada aos alunos e aos bolsistas. Em outubro, a iniciativa foi apresentada no estande da Fibra e do Sesi-DF na 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

“Tivemos o melhoramento de um ambiente. Hoje temos essa produção linda, tudo verdinho, o que também traz a melhoria da qualidade de vida”, diz a professora de Biologia do Sesi Taguatinga Júlia Machado. Ela fez parte da equipe técnica do projeto, ao lado dos professores de Sociologia Luciana Kaminski, também do Sesi Taguatinga, e de Geografia Rafael Carvalho, do Sesi Gama.

Funcionamento da horta

A horta é inteligente porque conta com irrigação automatizada graças a sensores que medem a umidade do ar e do solo, a luminosidade e a temperatura. O sistema foi desenvolvido por estudantes da equipe de robótica Lego of Olympus, do Sesi Gama, para a temporada 2017/2018 do Torneio de Robótica da First Lego League (FLL), cujo tema era água.

Kevin Lucas da Silva, de 18 anos, fez parte da equipe que criou o sistema e foi um dos bolsistas. “A experiência na horta é algo que eu vou levar tanto no meu currículo quanto na minha vida. Gostei bastante de ter participado e, se eu tiver a oportunidade de ajudar nas próximas etapas, nem que seja voluntariamente, estarei presente”, conta o ex-aluno do Sesi Gama.

*Nome fictício, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

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