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Última Atualização: Quarta, 25 Mai 2022 10:15

Falta uma semana para a etapa do Distrito Federal do Torneio Sesi de Robótica First Lego League Challenge (FLL). A competição ocorrerá nos dias 25 e 26 de março. No primeiro dia, online, a transmissão da cerimônia de abertura será pelo YouTube, a partir das 9h30. No sábado, as competições serão presenciais, no Sesi Taguatinga, com batalhas de robôs, a partir das 8h30. O evento não é aberto ao público.

Em todo o País, serão realizados torneios em 15 unidades da Federação. As melhores equipes de cada competição garantem vaga para a disputa nacional, no Festival Sesi de Robótica, que ocorrerá em São Paulo, de 27 a 29 de maio.

Participarão da etapa regional sediada em Brasília 18 equipes do Centro-Oeste: 14 do Distrito Federal, duas de Mato Grosso do Sul, uma de Goiás e uma de Mato Grosso.

A temporada 2021/2022 da competição tem como tema Cargo Connect, com foco no desenvolvimento de projetos ligados ao transporte e à logística. Também está alinhada ao nono objetivo de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que busca construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

Na disputa, os competidores serão avaliados em quatro quesitos: projeto de inovação, desafio do robô (cumprimento de missões pelo robô de Lego), design do robô e core values (valores fundamentais e trabalho em equipe).

As equipes precisam desenvolver e programar um robô autônomo para executar missões em uma arena com o tema da temporada, encontrar e desenvolver uma solução inovadora para um problema do mundo real dentro da temática e estar norteadas por valores fundamentais. 

Seis equipes competirão pelo Sesi-DF

Entre treinos com robôs e desenvolvimento de projetos, alunos das três escolas do Sesi-DF ajustam os últimos detalhes para a competição.

Da escola do Gama, participarão as equipes Lego Field e Lego of Olympus. De Sobradinho, Bisc8 e Bono, e de Taguatinga, Albageek e Albatroid. Ao todo, serão 35 alunos do Sesi-DF na competição, orientados por dois técnicos em cada time.

Conheça as equipes do Sesi-DF e os projetos de inovação que serão apresentados na competição:

Para esta temporada, a Lego Field aposta em um projeto cujo objetivo é informar caminhoneiros sobre a necessidade de pausa para descanso durante as longas jornadas de trabalho. A partir de conversas com esses profissionais e com cientistas do sono, os estudantes desenvolvem a pulseira de silicone No Sleep, com sensores que alertam o motorista quando ele começa a entrar em estágio de sono.

“A pulseira monitora o batimento cardíaco e os movimentos do pulso e então a gente consegue identificar se o motorista está se movimentando dentro dos padrões que são colocados para a direção de caminhões”, explica o estudante Igor Santarém, de 16 anos, da 2ª série do Novo Ensino Médio. Ele explica que, ao identificar anormalidade, o aparelho emitirá vibrações. “Com isso, o caminhoneiro pode decidir se é a hora de parar e descansar ou de continuar dirigindo. Nossa ideia não é tirar o sono do motorista, mas alertá-lo para tomar uma decisão”, completa.

Já a Lego of Olympus apresentará o Damisus, que é uma almofada para entregadores de encomendas. A ideia é que o item fique entre as costas do trabalhador e a mochila utilizada para transportar pedidos. “Uma das primeiras coisas que encontramos nas pesquisas foi que a mochila atual, devido ao formato e ao peso, prejudica a coluna e as costas dos entregadores”, destaca Gabriel Montalvão, de 13 anos, que estuda o 8º ano do Ensino Fundamental.

A partir de conversas com esses trabalhadores, com ortopedista e com profissional de educação física, a equipe desenvolve o projeto. “A almofada será feita de poliuretano expandido, muito utilizado em colchões e travesseiros ortopédicos e que se adapta à coluna e às costas. Para dar mais vida útil ao nosso produto, usaremos uma malha maleável de PVC, que o deixará impermeável.”

Em Sobradinho, a equipe Bisc8 apresentará como projeto o LogBox: um armário com dimensão de 30 x 40 centímetros para o armazenamento de encomendas. “Muitas vezes, quando o carteiro vai entregar uma encomenda, ele tem que bater palmas, tocar a campainha e esperar a pessoa aparecer para entregar o pedido. Além disso, outro problema é que a pessoa que pede as encomendas tem que estar em casa ou ter alguém lá para receber o item”, conta Leandro Pinheiro, de 16 anos, que está na 2ª série do Novo Ensino Médio.

Na ideia que vem sendo desenvolvida, o cliente indica, no momento da compra, o desejo em receber a encomenda na caixa. Para destravar o compartimento, o carteiro utiliza um cartão com código exclusivo de abertura única. “Para embasar nossa pesquisa, conversamos com profissionais que entendem da área, porque nossa ideia é aprimorar um armário inteligente que já existe, em forma de uma caixinha menor, para caber na casa das pessoas”, destaca a integrante do grupo Maria Rita Ritter, de 15 anos, também aluna da 2ª série do Novo Ensino Médio do Sesi-DF. Entre os profissionais consultados estão funcionários dos Correios, engenheiros e serralheiros.

Além dos seis integrantes, a equipe tem o apoio de dois mentores: Vítor Sobral e Kaique Persch, ambos com 17 anos e estudantes da 3ª série do Novo Ensino Médio do Sesi-DF.

Para ajudar na localização de bagagens de pessoas que viajam de avião, a equipe Bono, do Sesi Sobradinho, desenvolve um rastreador para malas, cujo percurso pode ser acompanhado pelo passageiro e por companhias aéreas. A estudante da 2ª série do Novo Ensino Médio do Sesi Sobradinho Alice Vilardi, de 16 anos, explica: “As pessoas colocam o chip na bagagem e despacham a mala. O chip será lido por dispositivos que darão a localização em tempo real da bagagem para os viajantes e para as empresas”.

Também integrante da equipe, Ana Cecília Vivaldi, de 16 anos, conta que o Bono Voyage — como foi batizado o item — ajudará também a evitar extravios. “Quando as bagagens são despachadas, etiquetas podem rasgar e não saberemos de quem é a mala, para onde ela deveria ir”, detalha a aluna da 2ª série do Novo Ensino Médio.

A equipe tem como mentora a aluna da 2ª série do Novo Ensino Médio Vitória Silva, de 16 anos.

A ideia que a equipe Albageek levará para o torneio é a de um sensor para medir a tensão das amarras que prendem bobinas de aço durante o transporte desse tipo de estrutura em caminhões. “Fomos até uma fábrica para entender melhor como esse produto é transportado e a gente viu que ele só vai com amarras dentro de um berço para bobinas. Esse berço é solto no caminhão e só o peso da bobina o prende, e as amarras não são tão resistentes”, explica Jane Evilynn de Melo, de 16 anos, que estuda a 2ª série do Novo Ensino Médio.

Uma tela na cabine do motorista avisará sobre alterações nas amarras. “Más estradas fazem com que as bobinas se movimentem e as amarras se soltem. É um perigo e pode causar diversos acidentes”, completa a aluna. Além de visitar uma fábrica, os alunos conversaram com engenheiro e caminhoneiro para entender melhor o problema.

A equipe Albatroid apresentará como projeto de inovação o protótipo de uma haste estabilizadora de segurança para caminhões basculantes. Na pesquisa, os alunos descobriram que ocorrem acidentes graves com caminhões com caçamba articulada. Por uma falha mecânica, hidráulica, ou por um erro de operação, a estrutura que ergue a caçamba entra em colapso e a peça despenca sobre o caminhão, colocando a vida de trabalhadores em risco e causando prejuízos.

“A haste ficará embaixo da caçamba e será montada pelo próprio caminhoneiro ou pela pessoa que estiver fazendo manutenção ou descarregamento”, detalha a aluna Dóris Emily Azevedo, de 13 anos, que estuda o 8º ano do Ensino Fundamental. “Com a haste montada, a caçamba terá apoio e não vai desabar se acontecer algum problema”, explica.