Sesi-DF levou mais de 5 mil estudantes ao maior festival de robótica do País
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- Última Atualização: Terça, 21 Março 2023 17:40
No coração da capital federal, precisamente no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, mais de 2 mil estudantes estiveram reunidos, de 15 a 18 de março, no 5º Festival Sesi de Robótica, e participaram de competições da First Lego League (FLL) Challenge, da F1 in Schools, da First Tech Challenge (FTC) e da First Robotics Competition (FRC).
Em três dias de visitas guiadas, 5,1 mil estudantes da rede pública de ensino do DF e de Goiás e do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) passaram pelo festival. Parte do transporte dos jovens e o roteiro das visitas, que duravam por volta de 1h30 cada, foi planejado e executado pelo Sesi-DF.
No espaço, crianças e adolescentes puderam assistir à disputas de robôs das categorias FLL, FTC e FRC e às corridas dos carrinhos da F1 in Schools, conhecer os pits das equipes — estandes onde são expostos projetos de inovação —, explorar as iniciativas de tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e participar de oficinas do Sesi Lab.
“Eu adoro brincar de lego, mas não fazia ideia que era possível construir um robô com as peças desse brinquedo. É incrível! Todas as equipes são animadas, ficam cantando e dançando. Achei tudo muito divertido. Se eu pudesse, passaria o dia todo aqui”, disse, empolgada, a aluna do 4º ano do Ensino Fundamental Ana Júlia Leal, de 9 anos, que estuda na Escola Classe 410 de Samambaia. Ela visitou o festival na quinta-feira (16).
Os visitantes que percorreram o evento são alunos das unidades escolares das regiões administrativas de Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Lago Norte, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Plano Piloto, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Taguatinga e Vila Planalto. Também visitaram o festival jovens dos municípios goianos Cidade Ocidental, Novo Gama, São Jorge e Valparaíso.
As cinquenta escolas que tiveram a oportunidade de enviar alunos para o passeio lúdico foram indicadas pela Secretaria de Educação do DF. As crianças e os adolescentes também tiveram a chance de conhecer o Sesi Lab — espaço que reúne arte, ciência e tecnologia, e conecta as três áreas em atividades interativas e experiências sensoriais. A ida até lá foi em seguida a do Mané e durou cerca de uma hora.
A visita guiada foi feita por 60 profissionais das áreas de educação e administrativa do Sesi-DF. “A ação teve como objetivo democratizar o acesso à tecnologia. Alguns não têm contato com a robótica e estar próximo a essa metodologia é enriquecedor para o conhecimento deles. É uma experiência incrível, que vai de encontro a nossa proposta de ensino de promover uma educação transformadora”, explica a Gerente de Desenvolvimento e Tecnologia Educacional do Sesi-DF, Thaysa Tonhá.
Para a professora de Português Nara Araújo, que dá aulas no Centro de Ensino Fundamental 01 do Paranoá, saídas pedagógicas contribuem para o desenvolvimento dos alunos e são uma oportunidade para que eles saiam da região onde moram. “Muitos não têm sequer o hábito de sair do Paranoá, seja por condições financeiras ou por disponibilidade dos familiares em levá-los. Eventos como esse estimulam a criatividade, o pensamento crítico e a interação com os colegas. É benéfico em inúmeros sentidos.”
Ytalo Kássio Gomes, de 11 anos, que está no 6º ano e é aluno da Nara, ficou encantado com o festival, em especial com a área de exposições do Senai. “Participei da simulação virtual de pintura automotiva. Eu não nunca tinha visto óculos 3D, foi demais! Adorei o carro elétrico e a oficina Engenhoca com Bolinhas”, disse. Essa última é um painel de criatividade feito com materiais reciclados, no qual os participantes têm de criar possibilidades de caminhos para que bolinhas de gude percorram um trajeto. A ideia é despertar o imaginário e o trabalho em equipe.
O evento foi aberto ao público e tinha entrada gratuita. Viajando de férias pelo Brasil, a família de Katiane Moreira, de 43 anos, de Foz do Iguaçu (PR), estava de passagem para conhecer Brasília e teve um motivo especial para fazer uma visita ao festival: a filha mais velha, Giulia Moreira, de 17 anos, foi competidora da F1 in Schools e participou do torneio nacional de 2022. O marido de Katiane, Tacio Demarchi, e a caçula da família, Liz, de 9 anos, também estavam passeando pelo festival. “A tecnologia é o futuro das profissões. É preciso estar antenado ao que se tem de novo e a esse universo. A pandemia nos mostrou em pouco tempo a forma de encarar positivamente novas ferramentas de ensino. Por isso, acho fundamental estimular o interesse das minhas filhas”, disse Katiane, enquanto percorria a área dos pits FLL com a filha Liz, enquanto Tacio e Giulia estavam atentos às disputas de F1.
Os anjos do Festival
As competições contam com o apoio dos famosos anjos, estudantes voluntários que cuidam dos competidores, os orientando e dando todo o suporte que precisam durante as competições. Neste ano, a missão foi dada a 160 alunos do Novo Ensino Médio das três escolas do Sesi-DF — Gama, Sobradinho e Taguatinga.
Divididos em subgrupos dentro das quatro disputas, eles participaram de todo o Festival. A aluna da 1ª série da unidade do Gama Luísa Nobre, de 16 anos, afirma que o evento foi uma oportunidade de fazer intercâmbio com colegas de outros lugares do País e de enxergar a robótica com outro olhar. “A robótica faz parte do nosso dia a dia na escola como disciplina, mas a proporção em uma competição é gigante. É uma disputa saudável, em que uma equipe quer o sucesso da outra, a alegria contagia a todos e o público pode interagir de uma forma efetiva.” Luísa foi um dos anjos que ficou na área da First Robotics Competition. Fez a entrega de óculos de segurança — equipamento exigido para acesso a área —, tirou dúvidas quanto a logística do espaço e avisava quanto aos horários de alimentação.
Temporada Energize
A temporada 2022/2023 de competições de First teve como tema Energize, em que crianças e adolescentes de vários países foram convidados a reimaginar o futuro da energia sustentável. O tema também está relacionado ao sétimo objetivo de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca assegurar o acesso à energia limpa.
Os competidores têm entre 9 e 19 anos e precisam usar conhecimentos de engenharia, programação, marketing, negócios e projetos sociais na competição. No Brasil, a organização é do Departamento Nacional do Sesi.