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Última Atualização: Terça, 31 Outubro 2023 11:02

Desenvolvido por alunos do Sesi Gama, o projeto Moveplus venceu a etapa nacional do Prêmio Escolas Sustentáveis, criado pela Fundação Santillana e pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Foram quase 800 projetos brasileiros inscritos. Com a conquista, a escola se classificou para representar o País na etapa internacional da premiação, que ocorrerá em novembro, e terá como concorrentes instituições de ensino do México e da Colômbia.

O projeto consiste em uma pulseira que armazena o calor produzido pelos movimentos — caminhar, por exemplo — e o transforma em energia para recarregar aparelhos celulares por indução. A ideia nasceu na temporada 2022/2023 de torneios de robótica da organização internacional First, que no Brasil são coordenados pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). O desafio foi sobre o futuro da energia sustentável, e a Moveplus foi a solução proposta pela equipe Lego of Olympus.

“O projeto começou aqui na escola com essa pegada sustentável, a favor do meio ambiente, de recuperar o que em todos esses anos a tecnologia nos proporcionou”, conta Amanda Oliveira, de 16 anos, aluna da 1ª série do Novo Ensino Médio. Os estudantes se deram conta do gasto de energia elétrica com o carregamento de celulares e recorreram a um produto à base de energia térmico-cinética.

“Nosso corpo libera energia a todo momento, mas não aproveitamos essa energia. Ao mesmo tempo, utilizamos vários aparelhos que precisam de energia para funcionar. A gente observou o cotidiano de alunos aqui e de pessoas ao nosso redor, muito corrido, com os afazeres seguidos: da escola vão para a academia ou para o trabalho, à noite vão para a igreja, utilizam ônibus e nem sempre têm aquele momento de sentar e colocar o celular na tomada para carregar”, explica a jovem. De acordo com estudos da Universidade de São Paulo (USP), um adulto libera uma média de 3 quilowatts-hora diariamente.

E como funciona a pulseira? Alice Borges Cassiano, de 15 anos, também da 1ª série, descreve: “Ela tem três principais elementos, que são a pastilha peltier, as bobinas e a bateria. E, através, dessa pastilha, a pulseira pega o calor, a temperatura do ambiente com a temperatura do nosso corpo, e o converte e libera a energia por meio da indução para a gente carregar o celular”, resume a aluna.

A professora de Biologia Kétury Gomes, uma das mediadoras do projeto, conta que a Moveplus é resultado da união da imaginação e do conhecimento. “A criatividade deles é sempre bem-vinda. Então as coisas começaram a tomar forma e a gente viu que não era uma ideia do nada. Quando esse protótipo funcionou, foi uma felicidade imensa”, lembra.

Com vida útil de cinco a dez anos, a pulseira é reciclável. A embalagem foi produzida com papel descartado das escolas do Sesi do Gama, de Sobradinho e de Taguatinga.

Premiação
Quase 800 projetos brasileiros foram inscritos na primeira edição do Prêmio Escolas Sustentáveis, que reconhece iniciativas de cunho socioambiental criadas por instituições de ensino. Trinta foram selecionados por um júri técnico e passaram por votação popular. Os três mais votados ganharam pontos, que foram somados à nota da comissão julgadora nacional.

Os dez com maior pontuação, sendo cinco do Ensino Fundamental e cinco do Ensino Médio, foram para a final nacional. O Sesi Gama foi o grande vencedor entre os projetos do Ensino Médio.

“A gente ficou muito feliz de saber que o nosso projeto está ganhando reconhecimento. Estamos vendo que é possível, com o investimento e com a validação, levar à frente para que mais pessoas conheçam, utilizem e, quem sabe, também adaptem para mais melhorias”, celebra Amanda.

Alice completa: “É muito gratificante ver que todo esse trabalho teve algum resultado positivo no final e um impacto positivo na sociedade. Nas feiras em que a gente apresenta a Moveplus, as pessoas ficam interessadas, perguntam quando vamos começar a vender. Querem realmente adquirir o projeto que a gente fez”.

Com a vitória, o Sesi Gama recebeu a quantia de R$ 15 mil, como forma de incentivo para a continuidade das atividades socioambientais, e o selo de escola sustentável. Agora, na etapa internacional, em novembro, a escola concorrerá ao prêmio final de R$ 25 mil.