Sesi no Ritmo da Indústria celebra a diversidade da música brasileira em três dias de festa
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- Última Atualização: Terça, 01 Outubro 2024 14:39
Nas últimas noites de setembro, a área externa da unidade de Taguatinga do Serviço Social da Indústria do DF (Sesi-DF) ganhou um palco pelo qual passaram artistas que expressam diferentes vertentes da música brasileira. O festival Sesi no Ritmo da Indústria ocorreu em 26, 27 e 28 de setembro.
Além de permitir ao público assistir fora do Plano Piloto a apresentações de artistas consolidados no cenário nacional, a iniciativa abriu espaço para músicos do DF mostrarem sua produção artística.
“É um momento importante de fortalecimento do processo de expansão da nossa atuação cultural não só para o industriário, mas também para a nossa comunidade”, resumiu o superintendente regional do Sesi-DF, Marco Secco, que acompanhou os três dias de shows.
No Sesi no Ritmo da Indústria, os ingressos tiveram retirada gratuita e a entrada ocorreu mediante a doação de um pacote de alimento não perecível por pessoa. Os itens recolhidos serão destinados a campanhas realizadas pelo Programa Conexão, desenvolvido pelo Sistema Indústria do DF para envolver pessoas em ações de responsabilidade social e ajudar cidadãos em situação de vulnerabilidade. A realização do festival teve o apoio do Departamento Nacional do Sesi, em fomento a ações estruturantes culturais.
A noite de quinta-feira, dia 26, começou ao som da dupla Ana Lélia e Larissa Vitorino, com clássicos mineiros e composições próprias no show Elas Mineiras. “Tive o prazer de abrir o show do Flávio Venturini em 2023 [no Sesi-DF] e agora a gente tem a oportunidade de abrir o do Jorge Vercillo”, disse, com orgulho, Larissa. “É muito enriquecedor para nós, artistas locais, poder nos apresentar em um palco tão grande. A gente se sente muito acolhida e agradecida por isso”, completou Ana.
Em turnê de comemoração dos 30 anos de carreira, Jorge Vercillo cantou com o público. A decoradora Jussara Borges, de 54 anos, foi a primeira a chegar. “Sou fã e vim logo para pegar um lugar bom para assistir a este show maravilhoso”, comentou, enquanto aguardava para entrar, ao lado da mãe, a aposentada Sirene Borges, de 79 anos, e da irmã Jane Borges, de 62 anos, que é funcionária pública. Elas garantiram um lugar na grade e acompanharam de perto a interpretação de sucessos como Ela Une Todas as Coisas e Monalisa.
“Fico muito contente de voltar ao Distrito Federal e muito grato ao Sesi por proporcionar cultura para a região”, disse Vercillo. “Com um ingresso mais acessível, é uma oportunidade de as pessoas verem este show, que está rodando pelo Brasil e fora dele, e uma oportunidade grande também para o artista, como eu, de trazer o show”, destacou o músico, que já havia se apresentado em eventos do Sesi-DF nos anos de 2008 e 2011.
O segundo dia de shows (27) teve início com um espetáculo cênico-musical com coreografias, piadas e brincadeiras do grupo 3NoBrega. “Um palco deste tamanho, com uma estrutura maravilhosa! Com certeza, da terceira música em diante, todos cantarão com a gente!”, apostou Madelon Cabral, ao lado dos demais vocalistas, Nilson Lima e André 14 Voltas. E ela estava certa. O público, empolgado, cantou e dançou ao som de clássicos do gênero imortalizados nas vozes de cantores como Diana e Reginaldo Rossi.
O show O Chique do Brega: Celebrando 13 Anos de Impacto Cultural e Renovação foi realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo, com correalização do Sesi-DF e apoio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
Geraldo Azevedo foi a grande atração da noite de sexta-feira. Com o show Voz & Violão, resgatou sucessos cravados na memória afetiva de múltiplas gerações em mais de 50 anos de carreira. “Em eventos como este, de graça, em que o público pode também favorecer outras pessoas, trazendo alimentos, a gente sente que a arte, a cultura e o desenvolvimento social estão unidos. É muito importante que essa união aconteça sempre, que a arte e a cultura sirvam não só para o entretenimento, mas também para ajudar a camada mais necessitada”, defendeu o pernambucano.
Antes do show, ele afirmou: “Vou cantar meus grandes sucessos, músicas que passaram pela minha vida e pela história de muita gente”. Gente como a cuidadora de idosos Cláudia Alencar, de 49 anos, que, quando questionada se tem uma canção favorita, disse, sem titubear: “Dia Branco! É emoção demais! Eu me lembro muito da minha família, que mora longe, e dos meus pais, que já morreram. E me lembro também do rádio; tudo que eu conheço de música hoje foi através dele”.
A última noite do festival Sesi no Ritmo da Indústria começou inspirada nas rodas de viola nas fazendas. Reinaldo Cordeiro recebeu no palco as duplas Zé Mulato & Cassiano e Moises Mozer & Luiz Borges no show Entre Amigos e Violas, com a interpretação de clássicos caipiras. “Este show surgiu aqui no Sesi. A gente fica muito feliz com essa parceria e agradecido de abrir esta noite maravilhosa. Trazer gêneros diferentes, toda a diversidade cultural, é muito importante porque o Brasil é muito rico. Precisamos de mais ações como esta para manter viva a nossa cultura”, acredita Cordeiro.
Fechando a programação, o grupo Rastapé animou o público com o show da turnê em que celebra 25 anos de carreira. No repertório, grandes sucessos, como Colo de Menina, e canções do novo álbum, como Desencantou. “Nós só temos a agradecer o apoio do Sesi. Estamos juntos nessa parceria musical maravilhosa, que traz alegria e felicidade para todo mundo que participa”, disse o vocalista da banda de forró, Jorge Filho.
O casal Francisco de Oliveira, de 65 anos, e Sandra Pinheiro, de 53, foi ao show incentivado pelo filho, que esteve no primeiro dia do festival. “Temos sangue nordestino na veia, então viemos curtir e prestigiar”, disse Sandra, que é piauiense.
No intervalo entre os shows do último dia, a animação ficou por conta do grupo Si Bobiá a Gente Pimba, que levou ao público todo o encanto das quadrilhas juninas. No palco, nos três dias de evento, a interação do teatro de bonecos Mamulengo Sem Fronteiras entreteve a plateia entre as apresentações. As delícias do festival ficaram por conta do Sesi Alimentação, com itens como canjica, cachorro-quente e espetinhos.
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