DF terá representantes nos Jogos Mundiais do Trabalhador

 

Três trabalhadores-atletas do DF representarão o Brasil nos Jogos Mundiais da Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT), em Tallin, na Estônia, entre os dias 1º e 8 próximos, integrando a delegação do Serviço Social da Indústria (Sesi). A capital federal terá representantes no xadrez pensado, com Sidnei Coutinho, no atletismo, com Cláudia Rodrigues, e no tênis, com Marcos Perdigão - todos funcionários dos Correios. Para alcançar esse certame, os atletas foram medalhistas nas três etapas dos Jogos do Sesi (estadual, regional e nacional), sendo a última realizada em Bento Gonçalves (RS), em abril passado, onde se reuniram cerca de 1,2 mil trabalhadores da indústria com aptidões esportivas de todo o País.  Os funcionários dos Correios embarcam nesta quarta-feira (30/6), às 15h. Ao todo, serão 153 integrantes do Brasil, em oito modalidades, representando 74 empresas.

O Serviço Social da Indústria (Sesi) encomendou pesquisa de abrangência nacional, a ser concluída no próximo ano, para identificar os benefícios à empresa e ao trabalhador das práticas esportivas na indústria. O gerente de Esportes do Sesi Nacional, Rui Campos, informa que a expectativa é de que o levantamento confirme dado de pesquisa anterior, feita há três anos com um pequeno grupo de empresas, segundo a qual para cada R$ 1 investido pelo SESI em esportes, as indústrias investem mais R$ 6.

Independente do resultado da pesquisa nacional, Rui Campos, medalha de prata com a seleção brasileira de vôlei nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, diz existir a percepção do SESI de que a prática de esportes está sendo ampliada nas empresas. 

O xadrez
O enxadrista Sidniei Coutinho (35) segue para seu quarto mundial, após ter representado o Brasil na Tunísia (2005) - ocasião que conquistou sua melhor colocação, o quarto lugar -, na Itália (2008) e em Fortaleza (2009). Em Tallin, a experiência de ter na bagagem outros três mundiais pode fazer a diferença. “O nível dos atletas é muito semelhante e muito alto também. Ninguém está garantido. Mas a preparação nesta reta final, disciplina e estudo diário vão fazer a diferença. Eu conto, ainda, com a calma e o equilíbrio de quem já participou de outras competições internacionais”, esclarece o enxadrista.

Sidnei divide a paixão pelo xadrez com o dia a dia de um administrador postal nos Correios. Com 12 anos de empresa, Sidnei revela o corre-corre da sua ocupação. “Meu trabalho não se limita às paredes do escritório. Oportunamente, tenho que visitar áreas operacionais para verificar o cumprimento de contratos e fazer avaliações operacionais. Além disso, ser um administrador postal requer que eu viaje muito. Assim, vivo na ponte Brasília-São Paulo, uma vez que é lá onde há grandes clientes bancários e de telefonia”, conta.

Devido ao dia cheio, Sidnei diz que o período noturno é o único em que pode se dedicar ao xadrez. “Utilizo a Internet como ferramenta fundamental de treino. Há diversos sites disponíveis para treinar xadrez. Neles, há uma graduação em que se joga somente com jogadores do mesmo nível, em partidas que podem durar 3 ou 5 minutos. Assim, eu tento manter a performance”, explica.

Uma novidade em 2010 na vida de Sidnei é o tênis. Após se consagrar como um atleta do raciocínio, agora ele exercita o corpo, duas vezes por semana, praticando o novo esporte. “Um jogador de tênis russo disse que ‘o tênis é o xadrez em movimento’. E realmente é. Durante uma partida de tênis, a toda hora se pensa em que movimento fazer para surpreender o adversário, tal qual o xadrez. Por isso, me encantei pelo esporte”, finaliza o aspirante ao tênis.

Retrospectiva
Na etapa nacional, em Bento Gonçalves, Sidniei conquistou o ouro após uma vitória emocionante contra o enxadrista Evandro Rodrigues, da empresa Fuji Granitos, de Campina Grande, Paraíba. Sidnei ganhou, numa partida extra, chamada “armageddon”, em que o jogador de brancas tem seis minutos para reflexão e a obrigatoriedade de vencer. Já aquele que fica com as pretas, tem cinco minutos de tempo, bastando o empate para conquistar ganhar o jogo.

“Durante a partida, eu conquistei uma vantagem de um bispo e um cavalo, porém, com o tempo reduzido no relógio, encontrei uma linha de empate por repetição de movimentos, assegurando o ouro e a classificação pro mundial”, explica Sidnei.

O tênis
Se Sidnei tem vasta experiência em competições mundiais, o caso de Marcos Perdigão é inverso. Tallin será palco de seu primeiro mundial. E para não fazer feito, o analista de sistema dos Correios dobrou os treinos semanais. Antes, Perdigão treinava duas vezes por semana, no período noturno, após o expediente. Agora, madruga outros dois dias na semana, as terças e quintas-feiras, e inicia os jogos de tênis às 7h da manhã, disposto a marcar seu nome no mundial. “É difícil pensar em resultados, pois não sabemos o que esperamos, já que não conhecemos nossos adversários. Mas quero estar bem preparado pro que vier”, antecipa Perdigão.

Medalhista de bronze dos Jogos Nacionais Sesi 2010, na categoria acima de 35 anos,  Perdigão explica que quando chegou aos Correios, em 2007, já jogava tênis, mas nada muito sério. “Ao conhecer os Jogos do Sesi, fui motivado a intensificar os treinos e tentar evoluir no esporte”, diz.

O analista de sistemas, que passa longas horas diante do computador para atender a demanda da empresa, revela a importância da prática esportiva na vida profissional. “O tênis me proporciona saúde, disposição, autoestima, minimiza o estresse, entre diversos outros fatores indispensáveis para a realização do meu trabalho. Posso falar com a certeza de quem vive o esporte, que a prática de atividade física diminui consideravelmente o absenteísmo, os acidentes no trabalho, aumentando a produtividade da empresa. Os Correios só têm a ganhar incentivando o esporte entre os funcionários”, relata.

Para Perdigão, todas as etapas dos Jogos do Sesi, tal qual a competição mundial, são oportunidades de fazer amizades, conhecer outras culturas e até ter um momento de lazer. “Eu nunca imaginei que o esporte me proporcionaria isso. Fui à Bento Gonçalves (RS) e agora sigo pra Tallin, na Estônia. Chega a ser um sonho”, conta, emocionado.

O atletismo
A agente de Correios Cláudia Rodrigues (27) é um exemplo para aqueles que reclamam da falta de tempo para praticar atividades físicas. Ela divide seus dias entre o trabalho, a faculdade e o forte treinamento na modalidade atletismo. E a consequência dessa determinação é a classificação para Tallin, terceiro mundial de sua carreira como atleta.  “Estive nas competições internacionais em Curitiba (PR), em 2005, e na Itália, em 2008. Em 2010, repito o feito, após ter conquistado a medalha de bronze na prova dos 100 metros”, conta.

Cláudia conta os benefícios do esporte em sua vida. Hoje, ela cursa faculdade de Educação Física, com bolsa de 80% concedida pela Universidade Católica de Brasília (UCB), em função dos bons resultados como atleta. Além disso, tem colecionado viagens para representar os Correios não só Brasil a fora, mas, ainda, por todo mundo. Pra completar, colhe todas as vantagens da prática esportiva, como os inúmeros valores atrelados ao esporte, além das incontestáveis vantagens à saúde.  “O atletismo ajudou e ajuda em tudo na minha vida. Grande parte do que sou e do que conquistei está vinculado ao esporte”, revela. 

E Cláudia segue para Tallin com grande expectativa. “Tenho treinado com um objetivo: conquistar medalha na Estônia. Representar o meu País e a minha empresa é uma felicidade para mim. Portanto, tenho que dar o meu melhor”, antecipa.

O frio de Tallin
A cidade de Tallin, na Estônia, localizada na Europa Setentrional, tem temperatura média durante o ano entre 4° e 6° graus. Mas o frio não deve ser obstáculo para Cláudia, na conquista do terceiro lugar na prova de atletismo, 100 metros rasos. Enquanto em Brasília a temperatura pendia para os 30°, no dia 23 de abril deste ano, em Caxias do Sul (RS), local em que as provas de atletismo foram realizadas, marcava os 12°, com chuva fina e vento forte, que diminuíram consideravelmente a sensação térmica.

Em função da chuva, que danificou a pista de atletismo do Centro Esportivo do Sesi, em Bento Gonçalves, as provas foram adiadas de quinta (22/4) para sexta-feira (23/4), e transferidas para o Sesi de Caxias do Sul, que fica cerca de 45 quilômetros de distância do local que os competidores estiveram hospedados. Em função do traslado, Cláudia chegou atrasada para a prova dos 100 metros rasos, não tendo tempo sequer para o aquecimento, o que é indispensável para um bom desempenho. “Se diante dessas dificuldades conquistei duas medalhas na competição nacional, tenho grandes chances para a etapa internacional”, finaliza.

Estônia em 2010, Brasil em 2013
O Sesi vai propor que o Brasil sedie, em 2013, os Jogos Mundiais do Trabalhador. Os jogos, uma espécie de olimpíada dos trabalhadores, seriam realizados no Rio de Janeiro. A candidatura deverá ser anunciada durante o mundial em Tallin.

Depois de anunciada na Estônia, a candidatura será formalizada na assembléia geral da CSIT, em Agrigento, na Itália, em outubro. O gerente de esportes do Sesi, Rui Campos, alinha como principal fator favorável à candidatura brasileira e à escolha do Rio a realização dos Jogos Mundiais Militares em 2011, no Rio, que reunirá seis mil participantes de 100 países; das Olimpíadas, em 2016, também no Rio, e da Copa do Mundo de Futebol, em 2014.

Mais informações para a imprensa
Suzana Leite
Unidade de Comunicação e Marketing (Unicom)
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Foto: Cristiano Costa

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