Sem fronteiras para o conhecimento: a troca cultural em um torneio internacional de robótica

How do you say it in Portuguese?”, perguntou uma competidora da equipe Nucleólicos a integrantes da Albatroid, no hall do hotel em que os dois grupos estão hospedados em Long Beach, na Califórnia, para o Western Edge Open. Foi o questionamento mais frequente em uma longa conversa entre os estudantes mexicanos e brasileiros, que, por mais de uma dezena de minutos, trocaram conhecimentos sobre gírias, cumprimentos e palavras nos respectivos idiomas. A Albatroid representa o Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) no torneio de robótica.

Aquele foi o primeiro encontro dos adolescentes, que já vinham conversando pela internet. “Pesquisamos equipes que viriam para o Open da Califórnia e os encontramos. Mandamos e-mail, depois começamos a conversar online e fizemos uma reunião para trocar conhecimentos e falar sobre a expectativa para o torneio. Estava todo mundo muito ansioso por essa participação”, conta Ana Clara Silva, de 14 anos, que integra a Albatroid. Assim como os outros seis colegas de equipe, ela estuda no Sesi Taguatinga.

A língua inglesa foi a ponte para as conversas, já que um grupo fala espanhol e o outro, português. “A gente conseguiu superar essa barreira da comunicação. A conversa foi tranquila e na festa [Festa da Amizade, no primeiro dia do torneio] estivemos juntos, foi muito divertido”, diz Isa Dora Campos, de 13 anos. Para Ana Clara e Isa Dora, esta é a primeira temporada de competições da First Lego League (FLL) Challenge — que começou no torneio regional, em dezembro, com classificação para o nacional, em fevereiro, quando a Albatroid conquistou a vaga para o internacional.

Na visão de Isa Dora, conversar com outras equipes, compartilhar conhecimentos e se divertir fazem parte do gracious professionalism. O termo, conhecido entre os participantes da FLL de todo o mundo, busca incentivar o trabalho de qualidade, utilizando o conhecimento de forma responsável e com atitudes que visam ao respeito, à empatia e à gentileza com os demais colegas para uma competição amigável e com ganhos mútuos.

“Esta é uma grande oportunidade para nossos alunos de conhecer culturas por meio da interação com equipes de vários países. Tem sido também um momento em que eles conseguem externar todas as habilidades técnicas e socioemocionais nessa interação com outros competidores e identificar ainda novas práticas e novas metodologias”, destaca a gerente executiva de Educação do Sesi-DF, Valéria Silva, que acompanha a equipe na viagem aos Estados Unidos.

De acordo com a organização do Western Edge Open, participam da competição 85 equipes da FLL de 20 países, totalizando 750 estudantes. Além da Albatroid, há duas equipes brasileiras na disputa.

Novos sabores30052024 Albatroid Western Edge Open California Samira Padua Sesi DF 6
Gustavo Rafah Souto, de 14 anos, carrega a experiência de duas temporadas anteriores na FLL, mas esta é a mais especial. “Foi minha primeira viagem de avião e minha primeira viagem internacional. Então, está sendo um momento único!”, revela, sorridente. “Também está sendo especial porque comi várias coisas diferentes, uma melhor do que a outra, e porque vim para cá com pessoas que eu amo muito.”

O adolescente classifica como gratificante o fato de estar em um torneio internacional. “A gente vê que todo o nosso trabalho foi reconhecido e, além disso, os laços que a gente faz aqui são incríveis!”, diz o competidor da equipe brasiliense.

Projeto de inovação
O Western Edge Open começou na sexta-feira, 31 de maio. No sábado, dia 1º, a Albatroid participou de dois rounds oficiais com o robô e apresentou aos juízes o projeto de inovação desenvolvido pelo grupo: o SurdoMusic. A invenção é uma pulseira para pessoas surdas que, ao ser conectada por bluetooth a um aparelho celular, converte o som em vibração e proporciona uma experiência musical inclusiva.

“Nossa sala de avaliação foi ótima! Os juízes ficaram superinteressados e gostaram bastante da nossa solução. Estavam curiosos para saber até o que a gente vai fazer com essa ideia depois do torneio”, destacou Dóris Emily Azevedo, de 15 anos.

O projeto de inovação é uma das quatro categorias de avaliação das equipes de robótica. A proposta é que os times pesquisem uma problemática real e apresentem uma solução. Nesta temporada, chamada Masterpiece, os grupos foram desafiados a explorar o uso da tecnologia e das artes para ajudar outras pessoas a participar de atividades que amam fazer.

Desafio de alianças
Neste domingo, 2 de junho, as equipes competirão em grupos com os robôs, em um desafio de alianças. Em conjunto, os estudantes de times diferentes precisam construir e programar robôs que cumpram missões específicas. Mais um momento em que o intercâmbio cultural e de conhecimentos técnicos será exercitado.

Para esta disputa, a Albatroid estará com as equipes norte-americanas Blue Bricks, de Dakota do Sul, e E.A. Radioactive Llamas, de Wisconsin. Durante a tarde de sábado, eles alinharam as estratégias para o jogo de hoje.

A viagem dos estudantes Ana Clara Silva, Ana Nascimento, Dóris Emily Azevedo, Filipe William Cavalcante, Gustavo Rafah Souto, Isa Dora Campos e Júlia Miranda, da equipe Albatroid, e dos dois técnicos do time, André Mota e João Mateus Alves, é patrocinada pelo Sesi-DF. Além da gerente executiva de Educação do Sesi -DF, Valéria Silva, acompanham a equipe a gerente de Desenvolvimento e Tecnologia Educacional, Thaysa Tonhá, e a coordenadora de Competições Educacionais, Eliséia Tavares. De forma voluntária, o estudante Pedro Paulo Balbino apoia os alunos como mentor.

Acompanhe a participação da equipe Albatroid no Western Edge Open também pelas redes sociais do Sesi-DF no Instagram (@sesi_df) e no Facebook (@sesidf).

Texto: Samira Pádua
Fotos: Samira Pádua/Sesi-DF
Assessoria de Comunicação do Sesi-DF

Pesquisar

logo face1 logo instagram1 logo linkedin1 logo youtube1 logo fliker1

BANNER ACESSE EDITAL 2